terça-feira, 31 de maio de 2011

Debate mundial sobre o casamento

As grandes disputas jurídicas não são simplesmente nacionais: são mundiais. Assim ocorreu, por exemplo, com os debates sobre a codificação. E assim está ocorrendo agora com a nota de heterossexualidade do casamento.

A tensão é percebida entre duas tendências opostas. A primeira é o que, em termos de direito internacional, se chama “efeito dominó”, isto é, a propensão expansiva de uma instituição jurídica, quando é adotada por um sistema político de certa influência sobre outros. Junto a esta tendência expansiva, a adoção, por alguns sistemas jurídicos, do casamento entre pessoas do mesmo sexo produziu uma reação contrária. É o que chamei uma vez de “efeito blindagem”, ou seja, a defesa do casamento heterossexual através da constitucionalização da nota de heterossexualidade.

Qual destas tendências avança com maior rapidez? Contra o que se poderia acreditar, a realidade é que existe um equilíbrio instável modelado por reações e contrarreações que desenham, em minha opinião, um panorama mais próximo da defesa do casamento heterossexual que do avanço do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Prescindindo do tumulto midiático de um ou outro signo, convém que nos atenhamos aos fatos. Um rápido tour d´horizon provavelmente avalizará o que digo. Voltando à Europa, a verdade é que, ainda que os Países Baixos (2001), Bélgica (2003), Espanha (2004), Noruega (2009), Suécia (2009) e Portugal (2010) tenham regulamentado o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a corrente majoritária se mostra concessora de diversos efeitos às uniões civis do mesmo sexo, mas não muito receptiva a transformar essas uniões em verdadeiros casamentos. Já vimos a tendência dos países do Leste da Europa a constitucionalizar a nota de heterossexualidade. Em outros países europeus (França, Itália, Alemanha etc.), ainda que o debate se apresente com maior ou menor intensidade, os órgãos legislativos ou jurisprudenciais mantêm uma posição de equilíbrio que não se inclina à concessão tout court do estado matrimonial às uniões civis. Assim, por exemplo, em fevereiro deste ano, o conselho constitucional francês considerou que a proibição do casamento homossexual, tal como aparece no código civil, está conforme à constituição francesa.

A América Latina é um âmbito jurídico em que as reações se produzem com rapidez diante de modelos diferentes. Um exemplo: acabo de voltar do México, onde estive em vários estados, por questões acadêmicas. O único deles em que se aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo é Cidade do México. A reação foi imediata. Os estados de Jalisco, Morelos, Sonora, Tlaxcala e Guanajuato levantaram diante da Suprema Corte a questão da inconstitucionalidade.

Há alguns dias, Obama deu ordens ao Departamento de Justiça para que deixe de apoiar frente aos tribunais a lei federal aprovada em 1996, durante a administração Clinton, na qual se define o casamento como a união legal entre um homem e uma mulher. Esta “lei de defesa do casamento”(DOMA), pela qual nenhum estado está obrigado a reconhecer como casamento uma relação entre pessoas do mesmo sexo reconhecida como casamento em outro estado, foi aprovada em seu momento por uma ampla maioria bipartidária em ambas as câmaras do Congresso. A reação foi imediata. O presidente da Câmara de Representantes anunciou que reuniria um grupo de assessoria legal, formado por membros de ambos os partidos, para defender a DOMA.

O balanço final é que, dos 192 países reconhecidos pela ONU (mais 10 de fato, não integrados oficialmente em tal organização), somente reconhecem o casamento entre pessoas do mesmo sexo 10 países, mais alguns estados isolados do México e dos Estados Unidos. Entre eles, não se conta nenhum país asiático nem africano (salvo África do Sul) e somente um latino-americano e parte de outro. Comparando a demografia desse pequeno grupo de países com a de todo o planeta que rejeita o modelo de casamento entre pessoas do mesmo sexo, a anomalia jurídica ainda está localizada.

Certamente, a prevalência do bom senso e do senso jurídico nesta importante matéria exige – em especial dos juristas – essa qualidade tão própria dos homens dedicados à defesa da justiça, que consiste em manter a firmeza de uma rocha nas convicções, moderando-a com a flexibilidade de um junco em suas aplicações.

Do santuário familiar ao Santuário da Mãe Aparecida + Orani

Começa a se tornar tradição, este já é o terceiro ano, que nossas famílias são convocadas pelos Bispos no Brasil a se porem a caminho em peregrinação até o Santuário Nacional de Aparecida. Esse tem sido um momento singular, quando ação de graças e súplicas se unem na certeza da grande missão que compete hoje a toda família: ser sinal para o mundo de que é o desejo mesmo de Deus que tenhamos nossas famílias como igrejas domésticas, lugar onde recebemos os mais elementares fundamentos da nossa fé.

A peregrinação é quando nós nos reconhecemos como “povo de Deus a caminho: aí o cristão celebra a alegria de se sentir imerso em meio a tantos irmãos, caminhando juntos para Deus, que os espera. O próprio Cristo se faz peregrino e caminha ressuscitado entre os pobres. A decisão de caminhar em direção ao Santuário já é uma confissão de fé, o caminhar é um verdadeiro canto de esperança e a chegada é um encontro de amor. O olhar do peregrino se deposita sobre uma imagem que simboliza a ternura e a proximidade de Deus. O amor se detém, contempla o mistério, desfruta dele em silêncio” (DAp 259).

Realmente é um final de semana Mariano: aqui no Rio de Janeiro, a inauguração da réplica da Capela das Aparições de Fátima e a Celebração da Festa Solene de Nossa Senhora da Penha – unidos na peregrinação – e Simpósio sobre a Família no Santuário Nacional. São os católicos que manifestam suas convicções e seus ideais, como cidadãos livres deste país.
“Como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura à convivência familiar. Maria, mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da humanidade, é artífice de comunhão. Um dos eventos fundamentais da Igreja é quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como experimentamos muitas vezes nos Santuários Marianos. Por isso, como a Virgem Maria, a Igreja é mãe”. (DAp 268)

O Beato João Paulo II, em sua exortação apostólica sobre a família recorda que ela é o Santuário Doméstico da Igreja. Esse santuário agora vai, como peregrino, ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O tema que norteia esse final de semana é: “Família, Pessoa e Sociedade”. O Papa recordava, e é tão atual a sua admoestação: “Neste momento histórico em que a família é alvo de numerosas forças que procuram destruí-la ou de qualquer modo deformá-la, a Igreja, sabedora de que o bem da sociedade e de si mesma está profundamente ligado ao bem da família, sente de modo mais vivo e veemente a sua missão de proclamar a todos o desígnio de Deus sobre o matrimônio e sobre a família, para lhes assegurar a plena vitalidade e promoção humana e cristã, contribuindo assim para a renovação da sociedade e do próprio Povo de Deus”.

A célula fundamental de toda sociedade é chamada a viver o seu mistério que, de uma instituição natural, vem elevada por Nosso Senhor Jesus Cristo à dignidade de sacramento, em um mundo que questiona as verdades e, entretanto, tacitamente admite que a única verdade, em pura contradição, é que não existe verdade. A verdade existe sim. Ele, o Cristo, é o caminho, a verdade e a vida: “A Igreja, iluminada pela fé, que lhe faz conhecer toda a verdade sobre o precioso bem do matrimônio e da família e sobre os seus significados mais profundos, sente mais uma vez a urgência em anunciar o Evangelho, isto é, a “Boa Nova” a todos indistintamente, em particular a todos aqueles que são chamados ao matrimônio e para ele se preparam, a todos os esposos e pais do mundo. Ela está profundamente convencida de que só com o acolhimento do Evangelho encontra realização plena toda a esperança que o homem põe legitimamente no matrimônio e na família.
É necessário gritar isso mais ainda nestes tempos e testemunhar a nossa busca de corresponder aos desígnios de Deus sobre nós buscando uma vida de sincera conversão e comunhão com o Senhor. A nossa vida escondida com Cristo em Deus é que realmente nos torna verdadeiramente felizes. O nosso coração tem sede de infinito e só o encontra em Cristo Jesus.

Como peregrinos, nossas família irão à Casa da Mãe Aparecida; Ela, que com ternura viveu a experiência de ser família em Nazaré, juntamente com José e Jesus intercede para que nossas famílias redescubram a sua vocação de geradora e educadora da vida.

Recorda-nos ainda o Papa bem aventurado que “não raramente ao homem e à mulher de hoje, em sincera e profunda procura de uma resposta aos graves e diários problemas da sua vida matrimonial e familiar, são oferecidas visões e propostas mesmo sedutoras, mas que comprometem em medida diversa a verdade e a dignidade da pessoa humana. É uma oferta frequentemente sustentada pela potente e capilar organização dos meios de comunicação social, que põem sutilmente em perigo a liberdade e a capacidade de julgar com objetividade. Muitos, já cientes desse perigo em que se encontra a pessoa humana, empenham-se pela verdade. A Igreja, com o seu discernimento evangélico, une-se a esses, oferecendo-lhes o seu serviço em prol da verdade, da liberdade e da dignidade de cada homem e de cada mulher”.

Eis o belo momento de manifestar ao mundo a beleza da família e o nosso carinho para com a nossa sociedade, preocupados com a vida e a saúde de nosso tecido social. O simpósio e a peregrinação anual das famílias, em boa hora começam a se firmar, já no seu terceiro ano, como um belo e importante momento dentro deste mês Mariano e de nossa Igreja de peregrinos que aqui nas Terras de Santa Cruz caminhamos e fazemos história.

Que o santuário doméstico da Igreja viva com profunda intensidade esse momento de peregrinação ao Santuário Nacional, pondo-se sob a proteção da Mãe de Deus e nossa.
Que a Senhora Aparecida abençoe nossas famílias, amém!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Papa rezou pela beatificação de Wyszynski

O Papa rezou ontem pela beatificação do cardeal polonês Stefan Wyszynski, falecido há 30 anos. Dirigindo-se aos poloneses em sua língua, após rezar o Regina Caeli, Bento XVI evocou o aniversário de falecimento do purpurado, “primaz do milênio”.

“Invocando o dom da sua beatificação, aprendamos dele o total abandono na Mãe de Deus. Sua confiança, expressada com as palavras 'Confiei tudo a Maria', seja para nós um modelo especial”, disse.

A fase diocesana da causa terminou em Varsóvia e os documentos foram entregues à Congregação para as Causas dos Santos.

Em seu testamento espiritual, João Paulo II citou insistentemente o “primaz do milênio”. O cardeal Wyzsynski foi, excepcionalmente, primaz da Polônia de 1948 a 1981, ou seja, durante quase todo o período comunista. Foi criado cardeal por Pio XII, no consistório de 12 de janeiro de 1953. Nesse mesmo ano, foi preso. Até 1957, as autoridades não lhe permitiram receber o barrete cardinalício em Roma.

Faleceu em 28 de maio de 1981. O Papa Wojtyla, 12 dias depois de sobreviver ao atentado de 13 de maio, lhe telefonou in extremis e ouviu-se: “Santo Padre, abençoe-me”. Após conhecer a notícia do atentado, o cardeal Wyszynski havia oferecido sua vida a Deus pelo Papa.

Ele é considerado o “primaz do milênio” por ter organizado as celebrações do milenário do batismo da Polônia (966-1966). Preparando esta celebração, foi o iniciador de uma “grande novena de anos”.

Pode-se dizer que o purpurado tinha três amores: Deus (e a Mãe de Deus), sua pátria (Polônia) e o homem. “Se o homem estiver verdadeiramente enraizado em Deus – dizia -, deve amar o homem.”

Considerava a pátria como a “família das famílias” que constituem a sociedade. Ele gostava de repetir “Amo mais a Polônia que meu coração; tudo o que faço pela Igreja, faço também pelo meu país”.

Durante os acordos de Gdansk, entre os trabalhadores dos estaleiros e o governo, disse que teria querido fazer mais para evitar a violência. Sentia-se responsável por não ter chegado, queria colocar sua integridade em risco para evitar essas dezenas de mortos.

Também foi famoso pela carta aos bispos alemães de 1965, pela qual outorgava o perdão à Igreja da Alemanha. Por esta carta, o governo comunista o fez sofrer terrivelmente, mas muitos veem nela os fundamentos de uma nova Europa, sem fronteiras.

Quando ele morreu, choveu muito, e as pessoas diziam que o céu também chorava.

(Anita S. Bourdin)

A caminho de Pentecostes: hospedar o Espírito

Dentro do “belo e entusiasmante” tempo da Páscoa, a liturgia da Igreja “tem nos feito vislumbrar os umbrais de Pentecostes. Preparamo-nos para a bonita e profunda celebração da vinda do Espírito Santo”.

Esse é o convite que arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, faz aos católicos, em artigo difundido nesse domingo pela imprensa.

Nas tradições católicas, está para iniciar a novena em preparação à Solenidade de Pentecostes, que atualiza “em nossas vidas e atitudes esse grande Dom de Deus que é o Espírito Santo, derramado em nossos corações”.

“Nós não estamos sozinhos, o Senhor repete isso de várias maneiras. A memória de suas palavras nos conforta, como também a experiência viva da fé que não abandona aqueles que examinam cuidadosamente as Escrituras, nem aqueles que vivem suas vidas diárias com coração generoso e acolhedor.”

“Se medirmos as nossas forças, percebemos que somos fracos e necessitados, mas se nós reconhecemos do que fomos feitos, aquela Palavra entra em nós como Espírito vivificante, prometido para preencher nossas lacunas, para ampliar nossos horizontes e fortalecer os muros dos nossos corações estremecidos pelo medo”, afirma o arcebispo.

Segundo Dom Orani, “se hospedarmos o Espírito, nós cultivaremos com ele a esperança da qual podemos ter razão com a alegria e a segurança dos filhos de Deus”.

“Acolhendo a presença do Espírito Santo prometido, e aprofundando a nossa vida de fé para dar as razões de nossa esperança, poderemos, como os apóstolos, ver as maravilhas da evangelização e dos sinais pela pregação proclamada.”

“Não é à toa que Pedro nos diz, antes de tudo: Adorai a Cristo em vossos corações. A fé está em ti. A fé é uma Pessoa. É preciso que façamos o encontro pessoal com Ele, caminho, verdade e vida, Espírito que nos convida a contemplar a Verdade da fé”, afirma o arcebispo.

domingo, 29 de maio de 2011

Cardeal Sandri: beatificação de João Paulo II, um abraço do mundo

“A beatificação de João Paulo II foi um abraço que o mundo quis dar a esse grande papa; um abraço que se prolongou na mostra fotográfica em homenagem ao Pontífice na catedral da cidade italiana de Spoleto.”

Estas foram as palavras do cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, na abertura do evento “João Paulo II: o homem que fez história”, que estará aberta até 30 de agosto. As fotos são da agência de notícias Reuters.

“A iniciativa nos convida a descansar o olhar no caminho realizado pelo 'Papa vindo de um país distante', que desejou transformar-se em pai da família humana enquanto realizava com singular dedicação seu serviço de Bispo de Roma e supremo pastor da Igreja, como sucessor do apóstolo Pedro”, indicou o cardeal.

O purpurado recordou que 22 de outubro, dia em que João Paulo II iniciou seu ministério petrino, agora é o dia em que a memória litúrgica o recorda.

A eleição da data, explicou o cardeal, “quis sublinhar o coração do pontificado” representado pela cruz e pela exortação “abram, escancarem as portas a Cristo”.

“Queridos irmãos, João Paulo II foi certamente um homem que fez história – disse – e a história não o esqueceu, apesar de sua conhecida ingratidão.”

“A prova é pegada impressionante que ele deixou nos eventos humanos, tocando em profundidade o espírito de inúmeros homens e mulheres de todas as idades - e de que maneira para os mais jovens! -, bem como de todas as religiões, culturas e classes sociais.”

O segredo do Pontífice que lhe permitiu chegar aos homens, disse, “está na capacidade de tocar o essencial do seu ministério, fazendo vibrar a insuprível nostalgia de Deus, que habita as profundezas do seu espírito”.

Cáritas não é “uma ONG a mais”, afirma Bento XVI

A Cáritas não é uma ONG nem suas missões fazem mera filantropia, mas dão testemunho do amor de Deus aos homens através da Igreja.

Esta foi a mensagem do Papa Bento XVI ao receber em audiência os membros da Cáritas Internacional, que concluíram sua assembleia geral em Roma, com a eleição de um novo secretário-geral.

Trata-se de uma reunião importante para este organismo internacional, na qual se debateu sobre seu caráter eclesial e sua missão caritativa no mundo.

A Cáritas Internacional, sublinhou o Papa, “é diferente de outras agências sociais, porque é um organismo eclesial, que compartilha a missão da Igreja”.

“Isso é o que os pontífices sempre quiseram e é o que a vossa assembleia geral deve afirmar com força”, acrescentou, recordando que esta também foi a vontade de Pio XII ao instituí-la há 60 anos.

“Após os horrores e devastações da 2ª Guerra Mundial, o Venerável Pio XII quis mostrar sua solidariedade e a preocupação de toda a Igreja diante de tantas situações de conflito e emergência no mundo”, recordou o Papa.

Responsabilidade do bispo

O Papa recordou aos presentes que, “ao contrário de tantas instituições e associações eclesiais dedicadas à caridade, as Cáritas têm um traço distintivo”, que é sua identidade eclesial.

“Apesar da variedade de formas canônicas assumidas pelas Cáritas nacionais, todas são uma ajuda privilegiada para os bispos em seu exercício da caridade.”

Isso, sublinhou, “comporta uma especial responsabilidade eclesial: a de deixar-se guiar pelos pastores da Igreja”.

Além disso, “desde o momento em que a Cáritas Internacional tem um perfil universal e está dotada de personalidade jurídica canônica pública, a Santa Sé tem o dever de acompanhar sua atividade”.

Também deve “velar por que tanto sua ação humana e de caridade como o conteúdo dos documentos que difunde estejam em plena sintonia com a Sé Apostólica e com o Magistério da Igreja e para que se administre com competência e de modo transparente”.

“Esta identidade distintiva é a força da Cáritas Internacional e é o que torna sua atividade particularmente eficaz.”

Por isso, exortou os responsáveis da Cáritas a uma “estreita colaboração com os pastores da Igreja, responsáveis últimos por dar testemunho da caridade”.

Missão da Cáritas

O Papa quis recordar aos presentes que esta identidade eclesial, este “estar no coração da Igreja, ser capaz, de certa forma, de falar e agir em seu nome, a favor do bem comum, comporta particulares responsabilidades dentro da vida cristã, tanto pessoal como comunitária”.

O testemunho da caridade para a Igreja da nossa época é central, explicou o Papa, pois, através dele, “a Igreja chega a milhões de homens e mulheres, tornando possível que reconheçam e percebam o amor de Deus, que está sempre perto de toda pessoa necessitada”.

Além disso, a Cáritas deve ser porta-voz “de uma sã visão antropológica, alimentada pela doutrina católica e comprometida na defesa da dignidade de cada vida humana”, afirmou.

“Sem um fundamento transcendente, sem uma referência a Deus criador, sem a consideração do nosso destino eterno, corremos o risco de cair em mãos de ideologias prejudiciais.”

Outro aspecto da missão da Cáritas, acrescentou, é “favorecer a comunhão entre a Igreja universal e as Igrejas particulares, bem como a comunhão entre todos os fiéis no exercício da caridade”.

A Cáritas também está chamada a “oferecer sua própria contribuição para levar a mensagem da Igreja à vida política e social no âmbito internacional”.

“Na esfera política – e em todas aquelas áreas que se referem diretamente à vida dos pobres -, os fiéis, especialmente os leigos, gozam de uma ampla liberdade de ação.”

“Ninguém pode, em matérias abertas à discussão livre, pretender falar 'oficialmente' em nome de todos os leigos ou de todos os católicos”, explicou o Papa, mas também é verdade que cada católico “está chamado a agir com consciência purificada e com coração generoso para promover de maneira decidida aqueles valores que definiram sempre como não-negociáveis”.

A Cáritas Internacional “está chamada, portanto, a trabalhar para converter os corações a uma maior abertura aos outros”, para que “cada um, no pleno respeito de sua própria liberdade e na plena assunção de suas responsabilidades, possa agir sempre e em todos os lugares a favor do bem comum”, concluiu.

Polícia do Acre prende pastor protestante por abuso de meninas a mando de Deus

A Polícia Civil de Rio Branco, capital do Acre, prendeu o pastor Laudionor Siqueira de Araújo, 43 anos, sob a acusação de abusar sexualmente de pelo menos duas garotas, uma de 13 anos e outra de 16.
Ele pregava o evangelho ao longo de rodovias, como a AC 40, nas casas de fiéis que não têm templo por perto.
De acordo com o delegado Rafael Pimentel, Araújo, em diferentes ocasiões, levou as adolescentes para sua casa de modo a livrá-las da Pombagira Maria Padilha.
Durante a sessão de exorcismo, após untar o corpo da vítima, o pastor a violentava a mando de Deus, porque somente assim, segundo ele, o espírito demoníaco da Pombagira seria expulso.
O delegado disse que o pastor amedrontou as garotas com a possibilidade de, caso continuassem possuídas, serem atacadas por homens atraídos sexualmente pela Pombagira, e elas poderiam ser mortas.
Exames laboratoriais confirmaram que as adolescentes foram estupradas.
O pastor não se manifestou para dar a sua versão. A polícia informou que ele já tinha cumprido uma pena por estupro.

Fonte site O Rio Branco. e Paulopes weblog

Liturgia da Palavra

Missa do 6ª Domingo da Páscoa

PRIMEIRA LEITURA

Leitura dos Atos dos Apóstolos:

Naqueles dias, 5Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo. 6As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia. 7De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos paralíticos e aleijados também foram curados. 8Era grande a alegria naquela cidade.
14Os apóstolos, que estavam em Jerusalém, souberam que a Samaria acolhera a Palavra de Deus, e enviaram lá Pedro e João. 15Chegando ali, oraram pelos habitantes da Samaria, para que recebessem o Espírito Santo. 16Porque o Espírito ainda não viera sobre nenhum deles; apenas tinham recebido o batismo em nome do Senhor Jesus.
17Pedro e João impuseram-lhes as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
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SALMO RESPONSORIAL

— Aleluia, aleluia, aleluia!
— Aleluia, aleluia, aleluia!


— Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,/ cantai salmos a seu nome glorioso,/ dai a Deus a mais sublime louvação!/ Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!

— Toda a terra vos adore com respeito/ e proclame o louvor de vosso nome!”/ Vinde ver todas as obras do Senhor:/ seus prodígios estupendos entre os homens!

— O mar ele mudou em terra firme,/ e passaram pelo rio a pé enxuto./ Exultemos de alegria no Senhor!/ Ele domina para sempre com poder!

— Todos vós, que a Deus temeis, vinde escutar:/ vou contar-vos todo bem que ele me fez!/ Bendito seja o Senhor Deus que me escutou,/ não rejeitou minha oração e meu clamor,/ nem afastou longe de mim o seu amor!
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SEGUNDA LEITURA

Leitura da Primeira Carta de São Pedro:

Caríssimos: 15Santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo, e estai sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir.
16Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. 17Pois será melhor sofrer praticando o bem, se esta for a vontade de Deus, do que praticando o mal.
18Com efeito, também Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo, pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
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SANTO EVANGELHO

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 15Se me amais, guardareis os meus mandamentos, 16e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: 17o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós. 18Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós. 19Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis. 20Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós. 21Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

sábado, 28 de maio de 2011

Papa: católicos devem participar da vida pública

Reza ao rosário com os bispos italianos pelos 150 anos da unidade da Itália

O Papa rezou na tarde desta quinta-feira o Rosário com os bispos italianos, na Basílica de Santa Maria Maior, no contexto das celebrações dos 150 anos de unidade da Itália.

Bento XVI fez um apelo a que os prelados alentem os católicos a participar da vida pública.

“A fé, de fato, não é alienação: são outras as experiências que contaminam a dignidade do homem e a qualidade da convivência social”, disse.

“Em cada época histórica, o encontro com a palavra sempre nova do Evangelho foi manancial de civilização, construiu pontes entre os povos e enriqueceu o tecido de nossas cidades, expressando-se na cultura, nas artes e, não em último lugar, nas mil formas da caridade.”

O Papa pediu aos bispos que estimulem os fiéis leigos a “vencer todo espírito de fechamento, distração e indiferença, e a participar em primeira pessoa na vida pública”, para construir uma sociedade que respeite plenamente a dignidade humana.

Bento XVI insistiu na importância das “iniciativas de formação inspiradas na doutrina social da Igreja, para que quem esteja chamado a responsabilidades políticas e administrativas não seja vítima da tentação de explorar sua posição por interesses pessoais ou por sede de poder”.

É muito importante também – sublinhou – “apoiar a vasta rede de agregações e associações que promovem obras de caráter cultural, social e caritativo”.

Ao falar sobre a Itália, o Papa destacou que o país deve se orgulhar da presença e da ação da Igreja. Esta não persegue privilégios nem pretende substituir as responsabilidades das instituições políticas; respeitosa da legítima laicidade do Estado, está atenta em apoiar os direito fundamentais do homem”.

“A Igreja – forte por uma reflexão colegial e pela experiência direta sobre o terreno – continua oferecendo sua contribuição para a construção do bem comum, recordando a cada um seu dever de promover e tutelar a vida humana em todas as suas fases e de sustentar com os fatos a família; esta continua sendo, de fato, a primeira realidade onde podem crescer pessoas livres e responsáveis, formadas nesses valores profundos que abrem à fraternidade e que permitem enfrentar também as adversidades da vida.”

Fonte: Zenit.org

Já são 400 mil inscritos na Jornada Mundial da Juventude

Nesta quinta-feira, o cardeal arcebispo de Madri, Antonio María Rouco Varela, presidente do comitê organizador local da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), pronunciou a conferência “A três meses da Jornada Mundial da Juventude”, no Fórum da Nova Sociedade.

Já há 400 mil inscritos no evento, de 182 países.

“Os jovens têm 'toda uma vida adiante' e a JMJ é uma oportunidade para que se deixem iluminar por Cristo e, no fundo do seu coração e em seus sentimentos de entrega e solidariedade, podem descobrir os fundamentos da sua vida”, explicou.

“Os frutos de entrega das JMJ podem ser observados claramente: são muitas as vocações ao sacerdócio, à vida consagrada, ao matrimônio, que surgem de da JMJ. Mas também, a longo prazo, supõem uma contribuição para a sociedade atual: energia para resolver a crise e fortalecer o caminho da paz”, destacou.

“Os problemas dos jovens estão nas situações de desemprego, mas sobretudo em seu coração, e este é o único lugar em que podem ser solucionados. A democracia vive de pressupostos que ela mesma não se pode dar. Deve beber de outras fontes de humanidade”, sublinhou.

O cardeal de Madri utilizou a comparação de uma casa em chamas com a situação atual: “Se estamos nesta situação, o importante é chamar os bombeiros, mas sobretudo, o mais importante é agir para que isso não volte a ocorrer e, para isso, é preciso algo mais do que soluções técnicas”.

As JMJ “são uma iniciativa pessoal de João Paulo II, que apostou em uma nova geração de jovens de 2000. Agora, Bento XVI retoma este legado. É o Papa quem convoca e atrai os jovens. Em sua última encíclica, Caritas in Veritate, ele aborda muitos problemas da sociedade atual, mas sempre há um ponto de referência: a entrega, a solidariedade, a caridade”, recordou.

“Não podemos nos esquecer de que a escolha da Espanha não foi por acaso, mas tem a ver com a projeção de riqueza espiritual da história deste país na história da Igreja e na cultura do Ocidente. Basta ver o selo espiritual dos padroeiros da JMJ: Inácio de Loyola, Teresa de Ávila, Rosa de Lima, Francisco Xavier”, destacou.

“A imagem de Madri mudará durante os dias da JMJ, pois este acontecimento é da Igreja universal, mas também um grande encontro para a sociedade e a cidade que o acolhe”, destacou.

Na JMJ, além dos atos com o Papa, haverá todo um rico e polifacético programa de atividades culturais.

O cardeal de Madri agradeceu pelo apoio de todas as pessoas e empresas sem as quais não seria possível este acontecimento: “Agradeço às administrações públicas, que estão colaborando sem reservas, a toda a comunidade de Madri, às paróquias e movimentos, às comunidades de vida contemplativa, que nos apoiam com a sua oração, e muito especialmente aos milhares de voluntários da JMJ de todas as nacionalidades, que formam uma 'ONU' muito especial”.

Todos os cidadãos do Oriente Médio devem ter os mesmos direitos

Nos dias 17 e 18 de maio foi realizada, na Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, a IV reunião do Conselho Especial para o Oriente Médio.

Durante os trabalhos, presididos por Dom Nikola Eterović, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, “ressurgiram os motivos de esperança e de preocupação com relação às populações do Oriente Médio, inclusive os cristãos”, recorda um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, divulgado hoje.

Neste contexto, destacaram-se “as graves responsabilidades dos políticos locais e internacionais, que deveriam garantir os mesmos direitos a todos os cidadãos de diversa pertença étnica, religiosa ou cultural”.

“A convivência das religiões – destacaram os membros do Conselho – é essencial para o desenvolvimento do conhecimento recíproco e da tolerância” e para “promover relações pacíficas e frutíferas na colaboração pelo bem comum”.

“São cada vez mais exigentes as petições de diálogo ecumênico e inter-religioso, que estimulam a busca da comunhão e de testemunho por parte dos discípulos do Senhor, com o objetivo de viver a fé na caridade e na esperança de tempos melhores, que é necessário construir com paciência, perseverança e amor”, prossegue a nota vaticana.

Dedicou-se uma especial atenção à elaboração de uma síntese dos documentos sinodais, especialmente das Proposições, para “preparar um quadro mais completo possível do trabalho sinodal, em vista da redação da exortação apostólica pós-sinodal, que, como para as demais assembleias especiais, o Santo Padre publicará em seu momento”.

Em sua intervenção inicial, Dom Eterović recordou que, “para aqueles povos que estão sofrendo uma hora de paixão, o Santo Padre invocou a luz do Senhor Ressuscitado, solicitando também a solidariedade de todos, bem como o diálogo, as negociações e mais oportunas mediações diplomáticas, para alcançar a paz na justiça para todos”, recorda o comunicado vaticano.

A reunião terminou confiando à maternal proteção de Nossa Senhora o destino dos povos do Oriente Médio. Um novo encontro, de um grupo restrito de redatores, foi convocado para os dias 6 e 7 de julho.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Respostas da Bíblia para argumentar com os protestantes

A Natureza de Deus
· É Amor: 1Jo 4,8.
· É Espírito: Jo 4,24.
· É fonte de vida e santidade: Rm 6,23; Gl 6,8; Ef 1,4-5; 1Ts 4,3; 2Ts 2,13-17.
· É ilimitado: 1Rs 8,27; Jr 23,24; At 7,48-49.
· É misericordioso: Ex 34,6; 2Cr 30,9; Sl 25,6; 51;1; Is 63,7; Lc 6,36; Rm 11,32; Ef 2,4; Tg 5,11.
· É o Criador: Gn 1,1; Jó 26,13; Sl 33,6; 148,5; Pv 8,22-31; Eclo 24,8; 2Mc 7,28; Jo 1,3; Cl 1,16; Hb 11,3.
· É o Juiz do universo: 1Sm 2,10; 1Cr 16,33; Ez 18,30; Mt 16,27; At 17,31; Rm 2,16; 2Tm 4,1; 1Pd 4,5.
· É o único Deus: Dt 32,39; Is 43,10; 44,6-8; Os 13,4; Ml 2,10; 1Cor 8,6; Ef 4,6.
· É onipotente: Gn 17,1; 28,3; 35,11; 43,14; Ex 6,3; Ap 1,8; 4,8; 11,17; 16,14; 21,22.
· É onipresente: Sl 139,7; Sb 1,7; Eclo 16,17-18; Jr 23,24; Am 9,2-3; Ef 1,23.
· É todo-poderoso: Gn 39,24; Sl 24,8; 50,1; Is 10,21; Jr 32,18; 2Mc 11,13.

· A Santíssima Trindade
· Batismo ministrado em nome da Trindade: Mt 28.19.
· Bênção dada em nome da Trindade: 2Cor 13,14.
· Manifestação da Trindade no NT: Mt 3,16-17; Lc 1,35; 3,21-22.
· Pluralidade de Pessoas mencionada no NT: Jo 14,15.26; 15,26; At 1,6-8; Rm 8,9; 1Cor 6,10-11; Ef 4,4-6; 1Pd 1,2; 1Jo 5,6-7; Jd 20,21.
· Prefiguração da pluralidade de Pessoas no AT: Gn 1,26; 3,22; 11,7; 18,1-5.9-10.16.

· Jesus Cristo
· É a glória de Deus: 1Cor 2,8; Hb 1,3; Tg 2,1; Ap 21,23.
· É chamado "o alfa e o ômega": Ap 1,8; 21,6; (Cf.) Ap 22,13-16.
· É chamado "o primeiro e o último": Is 41,4; 44,6; (Cf.) Ap 1,17; 2,8.
· É eterno: Mq 5,2; Jo 1,1; Cl 1,17; Hb 1,10.
· É imutável: Ml 3,6; (Cf.) Hb 1,12; 13,8.
· É o Filho de Deus: Mt 16,16; 26,63-64; 1Jo 4,15.
· É o Messias (Cristo [gr.]): Is 7,14; 9,6; Jr 23,5; 30,9; Ez 34,23; Mq 5,2; Zc 9,9; (Cf.) Jo 1,41; 4,25-26.
· É o poder e a sabedoria de Deus: 1Cor 1,24.
· É o Rei dos reis: Ap 1,5; (Cf.) Ap 17,14; 1Tm 1,17; (Cf.) Ap 15,3.
· É o Senhor de todos: At 10,36; Rm 10,12.
· É onisciente: Sl 139; (Cf.) Lc 6,8; Jo 6,64; 13,11; 16,13; 21,17.
· É verdadeiro Deus: Jo 1,1; 5,18; 8,58; 20,28; Fl 2,6; Cl 1,15-19; 2,9; Tt 2,13.
· É verdadeiro Homem (provado por seu sofrimento): Mt 26,38; 27,50; Mc 15,37; Lc 23,46; Jo 1,14; 19,30; At 2,22; 3,22; Fl 2,7; 1Tm 2,5; Hb 2,17; 1Jo 1,2.
· Provém do Pai: Jo 1,14; 3,16.18; 1Jo 4,9.

· A Morte de Cristo
· Morreu para a nossa Salvação: Is 53,4-10; Mt 20,28; Lc 24,46; Jo 12,24; Rm 5; Ef 5,2; 1Pd 1,18; 2,24; 1Jo 2,2; 1Ts 5,10.
· Prevista no AT: Sl 22,69; Sb 2,10-20; Is 1,5-6.53; Jr 11,19; Lm 1,12; Zc 1,12-13; (Cf.) Lc 24,46.

· A Ressurreição de Cristo
· É a certeza da nossa própria ressurreição: Rm 6,5; 1Cor 15,49; 2Cor 4,14; Fl 3,21.
· Garantia da nossa Fé: 1Cor 15,17.
· Prevista no AT: Sl 16,10; (Cf.) At 13,35.
· Prevista por Jesus: Mt 17,23; 20,19; Mc 9,9; 14,28; Lc 9,22; 18,33; Jo 2,19; 10,18.
· Provada pelas manifestações aos seus discípulos: Mt 28,9; Mc 16,9; Lc 24,13-35; Jo 20,26; 21,1; At 1,3; 1Cor 15,6.
· Significa nosso novo nascimento: Rm 6,4; Cl 2,12; 1Pd 1,3.

· Outros Dados sobre Jesus
· Jesus ascendeu aos céus: Mc 16,19; Lc 24,50; Jo 20,17; At 1,3-9; Ef 4,10; 1Tm 3,16; 1Pd 3,22.
· Jesus completará a salvação dos justos: Rm 2,7; 1Cor 1,8; Fl 3,21; Hb 9,28; 1Pd 1,5.
· Jesus foi exaltado na glória: Jo 12,16; At 2,32-33; 4,10-11; 7,55; Rm 8,34; Ef 1,20; Fl 2,9; Cl 3,1.
· Jesus julgará os vivos e os mortos: At 10,42; Rm 2,16; 2Tm 4,1; 1Pd 4,5.
· Jesus retornará na glória: Dn 7,13; Mt 24,30; 25,31; 26,64; 1Ts 4,16; Ap 1,7.
· Jesus retornará como Juiz: Jo 5,22; At 10,42; 17,31; 2Tm 4,1;1 Pd 4,5; Ap 20,12-13.
· Ninguém sabe o dia e a hora em que Jesus retornará: Mt 24,44; 25,13; Mc 13,35; Lc 12,40-46; 1Ts 5,2; 2Pd 3,10; Ap 3,3; 16,15.
· Nós devemos ficar atentos para o seu retorno: Rm 8,23; 1Cor 1,7; Fl 3,20; Cl 3,1-4; 1Tm 1,1; Hb 10,37; 2Pd 3,12.

· O Espírito Santo
· Concede vários dons: Is 11,1-3; 61,1-2; Lc 4,18-19.
· É chamado Espírito da Verdade: Jo 15,26; 1Jo 5,7.
· É chamado Paráclito, Consolador ou Conselheiro: Jo 14,16.26; 15,26; 16,7.
· É dado durante o Batismo: Mt 3,11-16; Lc 3,16; Jo 1,33; At 1,5; 2,38; 11,16.
· É dado durante o Crisma (separado do batismo): At 1,8; 8,15; 10,44; 19,6.
· É dado pelo Pai: Lc 11,13; Jo 3,34; 15,26; 1Ts 4,8; 1Jo 3,24.
· É o Mestre e o Revelador da Verdade: Jo 14,26; 16;13; At 5,32; 9,31; 1Cor 2,10; Ef 3,5.
· É transmitido pela imposição das mãos: At 8,17; 9,17; 13,2-4; 19,6.
· Inspira os homens: At 4,8; 6,10; 7,55.
· Inspirou as Sagradas Escrituras: At 3,21; 2Tm 3,16; Pd 1,21.
· Habita em nós: Jo 14,17; At 2,33; Rm 5,5; 1Cor 3,16; 6,19; Gl 3,14; Ef 1,13; 2Tm 1,14.
· Procede do Pai e do Filho: Jo 15,26; 16,7; 16,13.
SOBRE AS CRIATURAS DE DEUS
· Os Anjos
· Acompanharão Cristo no seu retorno (Parusia): Mt 16,27; 25,31; Mc 8,38; 1Ts 4,16.
· Anjos da guarda: Tb 12,12; Mt 18,10; At 12,11.15.
· Deus se manifestou como Anjo do Senhor: Gn 16,7.13; 18,1-33; 21,17-18; 22,11; 31,11-13; Ex 3,2; Jz 2,1; 6,11-24; 13,21-22.
· Foram criados por Deus: Ne 9,6; Jo 1,3; Rm 11,36; Cl 1,16; 1Cor 8,6.
· O homem é pouca coisa inferior aos anjos: Gn 1,26.28; 3,5; Sl 8,5-6; Sb 2,23; Eclo 17,1-14.
· Preanunciarão o retorno de Cristo: Mt 24,31; Mc 13,27; 1Cor 15,52.
· São chamados "Filhos de Deus": Dt 32,8; Jó 1,6; 2,1; 38,7; Sl 29,1; 82,1; 89,6.
· São chamados "Santos de Deus": Jó 5,1; 15,15; Sl 89,7; Dn 4,13; 8,13.
· São espíritos confortadores: Sl 91,11; Dn 7,10; Mt 4,11; Mc 1,13; Lc 22,43; Hb 1,14.
· São mensageiros de Deus: Gn 24,7; Nm 20,16; 1Cr 21,15; 2Cr 32,21; Dn 3,28; 6,22; Lc 1,19.26; At 12,11.
· São servos de Deus: Jó 4,18; Sl 103,20.
· Três deles têm seus nomes expressamente citados: Rafael - Tb 3,16-17; 5,4; 12,11-15; Gabriel - Dn 8,16; 9,21; Lc 1,19.26; e Miguel - Dn 10,13.21; 12,1; Jd 1,9; Ap 12,7.

· Satanás e os Demônios
· Alguns podem ser exorcizados por oração e jejum: Mt 17,21; Mc 9,20.
· Costumam a tentar os homens: Gn 3; 1Rs 22,19-23; Jó 1,6-8; Sb 2,24; Zc 3,1-2.
· É chamado de "Senhor deste mundo": Jo 12,31; 14;30; 16,11; 2Cor 4,4; Ef 2,2; 6,12; 1Jo 5,19.
· Os demônios são anjos caídos: Is 14,12; Lc 10,18; Jd 1,6; Ap 12,7-9.
· Podem aparecer como anjos de luz: 2Cor 11,14; Ap 2,2; 16,14.
· Podem se apossar de nossos corpos: Mt 8,28; 9,32; 12,43-45; 15,22; Mc 5,1-13; 9,14; Lc 4,33; 8,2; 11,24-26; At 8,7.
· Podem ser exorcizados pelos poder de Deus: Mt 8,29; 9,33; 10,1; Mc 1,25-26; 6,7.13; 9,38; 16,17; Lc 8,2; 9,1; 9,49; At 5,16; 10,38; Tg 2,19.
· Ronda como um leão: Sl 22,13; 1Pd 5,8.
· Será solto da prisão: Ap 20,7.
· Seus poderes foram quebrados pelo sacrifício de Cristo: Mt 12,28; Lc 8,31; 10,17; Jo 3,35; 12,31; Ef 6,11; Cl 1,13; 1Jo 3,8; Ap 12,11.
· Sofrerão tormentos eternos: Mt 25,41; Ap 14,10-11; 19,20; 20,10.
· Têm liberdade para tentar os homens: 1Rs 22,22; Jó 1,12; Mt 4,1; Mc 1,13; Lc 4,2; Jo 13,2; At 5,3; 1Cor 7,5; 2Cor 2,11.
· Temem o Evangelho: Mt 8,29; Tg 2,19.
· Tentam nos afastar de Deus: Ef 4,27-6,11; 1Tm 5,15; Tg 4,7.

Fonte: Rainha maria

Papa: católicos devem participar da vida pública

O Papa rezou na tarde desta quinta-feira o Rosário com os bispos italianos, na Basílica de Santa Maria Maior, no contexto das celebrações dos 150 anos de unidade da Itália.

Bento XVI fez um apelo a que os prelados alentem os católicos a participar da vida pública.

“A fé, de fato, não é alienação: são outras as experiências que contaminam a dignidade do homem e a qualidade da convivência social”, disse.

“Em cada época histórica, o encontro com a palavra sempre nova do Evangelho foi manancial de civilização, construiu pontes entre os povos e enriqueceu o tecido de nossas cidades, expressando-se na cultura, nas artes e, não em último lugar, nas mil formas da caridade.”

O Papa pediu aos bispos que estimulem os fiéis leigos a “vencer todo espírito de fechamento, distração e indiferença, e a participar em primeira pessoa na vida pública”, para construir uma sociedade que respeite plenamente a dignidade humana.

Bento XVI insistiu na importância das “iniciativas de formação inspiradas na doutrina social da Igreja, para que quem esteja chamado a responsabilidades políticas e administrativas não seja vítima da tentação de explorar sua posição por interesses pessoais ou por sede de poder”.

É muito importante também – sublinhou – “apoiar a vasta rede de agregações e associações que promovem obras de caráter cultural, social e caritativo”.

Ao falar sobre a Itália, o Papa destacou que o país deve se orgulhar da presença e da ação da Igreja. Esta não persegue privilégios nem pretende substituir as responsabilidades das instituições políticas; respeitosa da legítima laicidade do Estado, está atenta em apoiar os direito fundamentais do homem”.

“A Igreja – forte por uma reflexão colegial e pela experiência direta sobre o terreno – continua oferecendo sua contribuição para a construção do bem comum, recordando a cada um seu dever de promover e tutelar a vida humana em todas as suas fases e de sustentar com os fatos a família; esta continua sendo, de fato, a primeira realidade onde podem crescer pessoas livres e responsáveis, formadas nesses valores profundos que abrem à fraternidade e que permitem enfrentar também as adversidades da vida.”

Irlanda: número de abortos cai pelo 9º ano

Os últimos números sobre o aborto na Irlanda, divulgados anteontem pelo Departamento de Saúde britânico, mostram uma diminuição do número de mulheres irlandesas que viajam à Inglaterra para abortar.

Os números foram divulgados no Summary Abortion Statistics of the Statistical Bulletin of England and Wales: 2010.

Em 2010, 4.402 mulheres irlandesas viajaram à Bretanha para abortar, número que está abaixo de 4.422, que corresponde ao ano anterior. É o nono ano consecutivo em que os abortos irlandeses diminuem, depois de mais de uma década de tendência a subir. Esta cifra marca uma diminuição de 34% desde o máximo de abortos, cerca de 6.673, número alcançado em 2001.

Em resposta a estes números, a Dra. Ruth Cullen, de Pro-Life Campaign, disse que sua organização “acolhe com satisfação a contínua tendência à baixa no número de abortos” e rejeita a ideia de que a “redução dos abortos seja resultado de que as irlandesas viajam a outros países para abortar, e não à Inglaterra”.

“Isso é puramente hipotético e não há evidências estatísticas que apoiem estas afirmações – disse. De fato, números oficiais de países como a Holanda mostram uma clara diminuição de abortos de estrangeiras.”

Durante os últimos 9 anos, houve uma diminuição de 34% no número de abortos na Irlanda.

“É uma tendência extremamente alentadora e deveria ser acolhida com alegria pelos partidários de ambas as partes do debate do aborto”, disse Cullen. Durante anos, os partidários do aborto diziam que a tendência ao aumento dos abortos era inevitável. Estas afirmações se demonstraram falsas.

A porcentagem de abortos na Irlanda é agora de 4,4 para cada 1000 mulheres do país, com idade entre os 15 e os 44 anos, enquanto na Inglaterra é de 17,5.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Homilia de Dom Geraldo na beatificação de Irmã Dulce

BEATIFICAÇÃO DE IRMÃ DULCE LOPE S PONTES
Salvador, 22 de maio de 2011


Meus irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo!
Bem-aventurada és tu, irmã Dulce, porque acreditaste na palavra do Senhor, e te tornaste santa no amor sem limites a Deus, provado no amor aos semelhantes mais humildes e necessitados. Por isso, tu és chamada Bem-aventurada Dulce dos pobres!
É um momento de muita emoção para nossa Arquidiocese de São Salvador da Bahia viver o acontecimento da Beatificação da Irmã Dulce.
Agradecemos de coração comovido ao Santo Padre o Papa Bento XVI ter elevado às honras dos altares alguém que aqui viveu, amou a nossa gente, especialmente os mais sofridos, aos quais deu a maior prova de amor, entregando toda a sua vida por eles.
Hoje, estamos celebrando a santidade de Deus que deseja ver reproduzida em cada um de seus filhos. Estamos celebrando a vitória do amor de Deus no coração desta criatura tão pequenina e frágil para realizar tantos milagres de amor. O que é a santidade de Deus? Deus é o Amor infinito e por isso é a verdade, é a justiça, é a misericórdia, é o perdão, é a bondade.
O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos de Éfeso, assim exortou: “Em Cristo, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor. … Sede imitadores de Deus como filhos queridos. Vivei no amor, como Cristo também nos amou e se entregou a Deus por nós como oferenda e sacrifício de suave odor, (1, 4. 5,1-2).
A santidade cristã consiste na união com Cristo. O Concílio Vaticano II, na Constituição conciliar, Lúmen gentium, afirma que: “A Igreja é indefectivelmente santa. Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito é proclamado “o único santo, amou a Igreja como sua esposa, entregou-se por ela para santificá-la e uniu-a a si, como seu corpo, enchendo-a do dom do Espírito Santo para a glória de Deus”.
Por isso, todos os membros da Igreja, tanto os que pertencem à hierarquia quanto os que são dirigidos por ela, são chamados à santidade, segundo as palavras do Apóstolo: ‘porquanto, é esta a vontade de Deus: a vossa santificação’ (1TS 4,3; Cf. Ef 1,4).
Todos os fiéis devem ser santos em sua conduta moral, porque devem agir em conformidade com o que são na ordem do ser; como criaturas que vivem na Igreja que é santa. A Igreja é santa porque Cristo, “o único santo”, a amou como sua esposa e se entregou por ela para santificá-la. Com isso se diz que a santidade da Igreja decorre totalmente da santidade de Cristo e de seu amor por ela, amor que o impeliu ao sacrifício da cruz, para que ela pudesse ser sua esposa. A santidade e santificação supõem portanto união e unificação com Cristo.
A união e santificação com Cristo têm como decorrência a sua prova através do amor aos nossos semelhantes.
Assim hoje contemplamos a vida santa da Irmã Dulce, com todos os frutos em favor não só dos carentes de tudo, especialmente da saúde, mas também do testemunho da sua união com Deus, através da escuta e contemplação da sua Palavra e da comunhão diária do seu Corpo e do seu Sangue na celebração da Eucaristia que é a oferta do sacrifício redentor de Cristo ao Pai celeste.
Meus queridos irmãos e irmãs, viver a santidade como já disse não é privilégio para algumas pessoas, mas é dever de todo cristão batizado. Na 1ª Carta de Pedro 1,15-16, o apóstolo nos diz: “Como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está escrito: ‘Sereis santos porque eu sou santo’ (Lv 11, 44s; 19,2)”. A Palavra de Deus não diz alguns, mas todos que ouvirem a Palavra de Deus, se converteram no seguimento de Jesus.
Alguns se destacam com maior evidência por um dom especial a fim de se tornarem exemplo e questionamento para a sociedade que vive sem se importar com os desfavorecidos e necessitados. Irmã Dulce foi privilegiada neste aspecto, em não colocar limites no Amor a Deus e aos irmãos.
Desejamos que esta beatificação seja em nossa Arquidiocese de modo particular um momento forte de fé, de retomada de consciência do nosso compromisso batismal, de nos tornar missionários da caridade fraterna com todas as pessoas.
Paulo nos adverte: “Se eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, mas não tivesse o amor, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine”. Portanto a Beata Irmã Dulce em toda a sua vida foi e é a mensageira e missionária do amor.
Damos graças a Deus porque suscitou e continua suscitando, em nosso meio, imitadores da Bem-aventurada Dulce.

Cardeal Geraldo Majella Agnelo
Arcebispo Emérito de São Salvador da Bahia

Pastor protestante celebra orgia com fiéis para libertar a alma pelo orgasmo

A polícia de João Monlevade, em Minas, prendeu o pastor Gibran Henrique (foto), 36, sob a acusação de promover no templo “encontros de aprofundamento” para libertar a alma pelo orgasmo.
A enfermeira M.F., 32, foi uma das fiéis que denunciaram à polícia o pastor da Igreja Reavivamento Divino. Ela disse ter ficado horrorizada porque o pastor a obrigou a fazer “sexo pervertido” com dois irmãos simultaneamente.
A estudante G.D.S., 27, disse que o pastor pedia aos fiéis mais jovens -- moças e rapazes -- para tirar a roupa durante leitura da Bíblia de modo que eles pudessem ter “uma conexão direta com Deus”.
Nessas ocasiões, segundo ela, Henrique servia vinho Cabernet Sauvignon em cálices como sendo sangue de Jesus.
A radialista L.D.C., 26, disse que o pastor também promovia “a comunhão com o irmão”. Todos tinham de tirar a roupa e se abraçarem, para “sentir integralmente o corpo dos irmãos”. Durante essas cerimônias, o pastor lembrava que Jesus pregou “amai-vos uns aos outros”.
O pastor disse que foi preso injustamente porque a Constituição garante a liberdade de religião. Ele pediu, além de orações, doações para pagar o advogado.
Afirmou que, mesmo na prisão, vai continuar “convertendo almas para o Senhor”.
Com informação do site Vale do Aço Notícias. e Paulolopes weblog
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Nota de www.rainhamaria.com.br

Papa fala sobre noite em que o homem busca Deus


Toda a vida do homem é uma “longa noite de luta e oração”, na qual ele busca “reconhecer o rosto de Deus”, algo que só se pode receber como um dom.

Esta foi a reflexão do Papa Bento XVI hoje, em uma nova catequese, dentro do ciclo sobre a oração cristã, que está oferecendo em cada audiência geral.

Após falar da oração de intercessão de Abraão na semana passada, o Santo Padre quis refletir sobre uma passagem singular da Escritura, quando o patriarca Jacó luta com um desconhecido durante a noite, no vau de Jaboc, no capítulo 32 do Gênesis.

Nesta passagem, o conhecido patriarca que conseguiu, com enganos, roubar a primogenitura do seu irmão Esaú e que com a mesma astúcia se enriquece longe de casa, quando volta para enfrentar seu irmão, encontra-se à noite, sozinho, lutando contra um desconhecido, nesse vale de Canaã.

Finalmente, Jacó, reconhecendo no adversário o próprio Deus, entrega-se em suas mãos, pede para ser abençoado por ele e recebe o nome de Israel, que significa “Deus forte”.

Este episódio “se mostra ao crente como texto paradigmático no qual o povo de Israel fala da sua própria origem e delineia os traços de uma relação especial entre Deus e o homem”, enquanto “a tradição espiritual da Igreja divisou nesta narrativa o símbolo da oração como combate da fé e vitória da perseverança”.

O texto bíblico, explicou o Papa, “nos fala da longa noite da busca de Deus, da luta para conhecer o nome e ver seu rosto; é a noite da oração que, com tenacidade e perseverança, pede a Deus a bênção e um nome novo, uma nova realidade, fruto da conversão e do perdão”.

A noite de Jacó no vau de Jaboc “se converte, assim, para o crente, em um ponto de referência para entender a relação com Deus que, na oração, encontra sua máxima expressão”.

A oração, afirmou o Papa, “exige confiança, proximidade, quase um corpo a corpo simbólico, não com um Deus adversário e inimigo, mas com um Senhor que abençoa e que permanece sempre misterioso, que aparece como inalcançável”.

“Por isso, o autor sacro utiliza o símbolo da luta, que envolve força de ânimo, perseverança, tenacidade em alcançar o que se deseja. E se o objeto do desejo é a relação com Deus, sua bênção e seu amor, então a luta só pode culminar no dom de si mesmo a Deus, no reconhecimento da própria fraqueza, que vence quando consegue abandonar-se nas mãos misericordiosas de Deus.”

Toda a vida do homem, sublinhou o Santo Padre, “é como esta longa noite de luta e de oração, de consumar no desejo e na petição de uma bênção de Deus que não pode ser arrancada ou conseguida somente com as nossas forças, mas que deve ser recebida com humildade d'Ele”.

“Aquele que se deixa abençoar por Deus, abandona-se n'Ele, deixa-se transformar por Ele, torna o mundo abençoado. Que o Senhor nos ajude a combater a boa batalha da fé e a pedir, na nossa oração, a sua bênção, para que nos renove na espera de ver seu rosto”, concluiu.

Cardeal Maradiaga é reeleito presidente da Cáritas

O cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga foi eleito presidente da Cáritas Internacional para um segundo mandato de quatro anos, com 75% dos votos.

Na assembleia geral da confederação de organizações caritativas, que está sendo realizada em Roma desde o dia 22 de maio e que terminará no dia 27, os 300 representantes dos organismos membros também elegeram como tesoureiroJürg Krummenacher, tesoureiro interino há um ano.

No dia 26 de maio, deverão eleger o novo secretário-geral da Cáritas Internacional.

O cardeal Maradiaga, de 68 anos e arcebispo de Tegucigalpa, dirigiu o discurso de abertura à assembleia, no domingo passado. Nele, destacou o “diálogo construtivo com a Santa Sé sobre a dupla natureza, jurídica e teológica, da Cáritas Internacional”, que está se levando a cabo.

Em 2004, a Cáritas recebeu o status de “entidade jurídica pública”, com o qual, segundo o purpurado, “a Cáritas Internacional é um instrumento do Santo Padre”.

A função da Cáritas como organização da Igreja chamou a atenção no começo deste ano, quando o Vaticano denegou a Lesley-Anne Knight a possibilidade de ser reeleita como secretária-geral para um novo mandato.

O cardeal Maradiaga mencionou as tensões derivadas desta decisão. Disse que a situação causou queixas, mas acrescentou que “o que ela conseguiu deve continuar; precisamos, mais do que nunca, de um secretariado forte e um líder forte”.

“O diálogo com a Santa Sé sobre o nosso futuro comum e a nossa maneira de ser Igreja também deve continuar”, acrescentou.

O cardeal também indicou que uma maior ênfase na identidade católica não implica em proselitismo.

Citando a encíclica Deus caritas est, disse: “O trabalho verdadeiramente caritativo como tal é convincente por si mesmo e, quando se realiza de pessoa a pessoa, não precisa de outra legitimação, como diz claramente Bento XVI”.

“Os que praticam a caridade em nome da Igreja nunca devem buscar impor a fé da Igreja aos outros – afirmou. Percebem que um amor puro e generoso é o melhor testemunho do Deus em quem cremos e que nos impulsiona a amar.”

“Um cristão sabe quando é o momento de falar de Deus e quando é melhor não dizer nada e deixar que só o amor fale – acrescentou. Sabe que Deus é amor e que a presença de Deus se sente desde o momento em que o único que fazemos é amar.”

O cardeal explicou que o Vaticano convidou a aumentar o número de bispos da Cáritas que assistem à assembleia, para que participem do encontro mais de 50 prelados.

Também confirmou que o Conselho Pontifício Cor Unun está preparando um documento para enfatizar a responsabilidade dos bispos em suas Cáritas locais ou nacionais.

O purpurado disse que desde fevereiro se realiza um “amplo diálogo” entre o secretário de Estado e a Cáritas Internacional sobre os estatutos à luz da natureza jurídica dual como confederatio sui generis e entidade pública jurídica da Igreja. Disse que os estatutos não estão prontos para votação porque algumas questões ainda estão sendo debatidas.

Explicou que o próximo comitê executivo terá a tarefa de estabelecer as diretrizes “à luz e no espírito das nossas deliberações e no já produtivo diálogo com a Santa Sé”.

O cardeal disse que o próximo comitê executivo e o Santo Padre poderão aprovar os estatutos e as regras ad experimentum na próxima assembleia geral, em 2015.

O presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, cardeal Robert Sarah, destacou, em diálogo com ZENIT no último mês de fevereiro, que Lesley-Ann Knight “fez muito para tornar a confederação mais eficaz e mais profissional”.

E acrescentou: “Hoje, a Cáritas Internacional enfrenta desafios internos que incluem a revisão dos estatutos. Estes desafios se referem também à colaboração interna, à identidade católica da confederação, à cooperação com a Santa Sé, a uma maior participação dos diversos continentes e a uma compreensão mais justa da autonomia de cada membro da confederação”.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Artigo do Padre José do Vale: Vários tipos de religioës

“A religião é um veículo da fé – essa, sim, imprescindível para a humanidade”, afirma o cientista americano Dr. Francis Collins.
“Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4). Neste texto Nosso Senhor Jesus Cristo nos remete à consideração de que os seres humanos não têm apenas de alimentar o corpo físico. Há o clamor da alma, que não se contenta somente com o pão; ou seja, com o alimento material. Existem perguntas que insistem em atravessar os séculos em busca de respostas. É o lado espiritual do homem reivindicando o seu espaço no tempo, em meio às diversas culturas e sociedades. A história da religião acompanha a história da sociedade. Onde estiver o ser humano, ai estará, igualmente, a religião.
O sentido da vida e da morte está relacionado às indagações religiosas antigas que, em nossa época, se mostram influentes e vigorosas, ainda que se apresentem por meio de símbolos secularizados. Em verdade, a religião é constituída de símbolos utilizados pelos homens, mas os homens são diferentes e, consequentemente, seus mundos sagrados também, e, por conta disso, suas religiões são distintas. Os símbolos são variados: altares, rituais, promessas, santuários, comidas, perfumes, amuletos, colares, livros... E todos eles inspiram alguma forma de sagrado, um sagrado que não se reflete apenas nas coisas, mas também nos gestos, expressões e ações, como por exemplo, o silêncio, os olhares, as renúncias, as canções, as romarias, as procissões, as peregrinações, as curas, os milagres, os exorcismos, as celebrações, as adorações e, até mesmo, o suicídio. O renomado pensador irlandês Edmund Burke chegou a dizer que o homem, em sua constituição, é “um animal essencialmente religioso”.
O ser humano tem um desejo abissal pelas coisas espirituais. O seu ser é tremendamente religioso.
As formas de religiões mesclam-se em qualquer fé que queiramos considerar, e, geralmente, as religiões progridem de um tipo a outro ao longo de sua trajetória. Assim, os vários tipos de religiões alistados a seguir não são necessariamente contraditórios ou excludentes entre si. Vejamos:
Religiões animistas. Sistemas de crenças em que entidades naturais e objetos inanimados são tidos como dotados de um principio vital impessoal ou uma força sobrenatural que lhes confere vida e atividade.
Religiões naturais. Pregam a manifestação de Deus na natureza, e, geralmente, rejeitam a revelação divina e os livros sagrados. Segundo seu pensamento, toda e qualquer revelação à parte da natureza não é digna de confiança.

Religiões ritualistas. Enfatizam as cerimônias e os rituais por acreditar que estes agradariam as divindades. Tais ritos e encantamentos teriam poder de controlar os espíritos, levando-os a atuar para o bem ou mal das pessoas.
Religiões místicas. São também revelatórias, porém, seus adeptos acreditam na necessidade de contínuas experiências místicas como meio de informação e crescimento espiritual. Os místicos regem a sua fé pela constante e diligente busca da iluminação.
Religiões revelatorias. Na verdade, seriam uma espécie de subcategoria das religiões místicas. Este grupo de religiões fundamenta-se nas supostas revelações da parte dos deuses, de Deus, do Espírito, ou de espíritos desencarnados que compartilham mistérios que acabam cristalizados em livros sagrados.
Religiões sacramentalistas. São grupos que têm nos sacramentos meios de transmissão da graça divina e da atuação do Espírito de Deus. Estas religiões, geralmente, acreditam que o uso dos sacramentos por meios de pessoas “desqualificadas” impede a atuação do Espírito de Deus. Os sacramentos constituem-se em veículo para promoção do exclusivismo.
Religiões legalistas. São construídas sob preceitos normativos, algum código legal que deve governar todos os aspectos da vida de um indivíduo. Este código é usualmente concebido como divinamente inspirado. O bem é prometido aos obedientes e a punição aos desobedientes.
Religiões racionais. Neste grupo, a razão recebe ênfase proeminente e a filosofia é supervalorizada. A razão, segundo acreditam, seria algo tão poderoso que nada mais se faria necessário além de seu cultivo bem treinado e disciplinado.
Religiões sacrificiais. Pregam a salvação por meio de sacrifícios apropriados. O cristianismo é uma religião sacrificial, no sentido de que Jesus Cristo é reputado como o autor do sacrifício supremo necessário á salvação. A suprema palavra do Senhor declara: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9,22).
Em sua famosa canção, “Imagine”, o famoso cantor e compositor John Lennon nos convida a imaginar um mundo ideal, sem coisas ruins (entre as quais ele destaca as religiões), propões um mundo em que as pessoas pudessem viver em paz e sugere a religião como fonte incentivadora das guerras.
Com certeza, não podemos negar que o abuso das atitudes religiosas produziu sangrentas guerras entre nós. Entretanto, temos de ponderar que as guerras não nasceram das convicções religiosas, mas, sim, do comportamento errado diante delas, o que é diferente.
Se os homens são tão cruéis com religião, o que seriam deles sem ela? O grande educador italiano e fundador dos salesianos São João Bosco afirmou: “A religião é o único conforto seguro entre as misérias as aflições desta vida”.
FÉ E CIÊNCIA
“A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”, afirma o Papa João Paulo II.
Quase todo mundo acredita que fé e ciência sempre viveram em constante embate. Afinal, a história desse conflito é marcada por casos como o do filósofo italiano Giordano Bruno, queimado vivo pela Inquisição em 1600, e o do astrônomo italiano Galileu Galilei, recolhido a prisão domiciliar até sua morte, em 1642. Alguns estudiosos do tema, no entanto, afirmam que isso não passa de mito. Na verdade, eles dizem: razão e religião sempre estiveram “amarradas” – muitas vezes como uma se alimentando da outra.
“A relação entre dois lados é extremamente complexa, varia conforme a época e o lugar” diz o americano Ronald L. Numbers, professor da Universidade de Wisconsin. Numbers é o organizador do livro Galileo Góes to Jail – And Other Myths about Science and Religion (“Galileu Vai Para a Cadéia – E Outros Mitos sobre Ciência e religião”), uma coletânea com artigos de 24 historiadores que está prestes a ser lançada nos EUA. Ele não nega que, ao longo da história, a Igreja censurou, reprimiu e condenou. Mas aponta momentos de extrema aproximação – até de colaboração – entre dois lados. A crença em Deus inspirou cientistas, enquanto instituições religiosas apoiaram pesquisas e universidades.
IRA INQUISITÓRIA
Segundo o pesquisador americano, movimentos religiosos surgidos com a Reforma Protestante, no século XVI, foram mais abertos a idéias cientificas do que a Igreja Católica, cujo Tribunal do Santo Ofício – leia-se Inquisição – condenava qualquer questionamento de sua doutrina. Mas até a Igreja assumiu posturas contraditórias: por um lado, censurou teorias como a do heliocentrismo (o Sol no centro do sistema solar), defendida pelo polon Nicolau Copérnico e Galileu; por outro, financiou os primeiros estudos de astronomia. Galileu nunca deixou de ser católico e Copérnico era cônego – uma espécie de empregado administrativo do clero.
“nenhum cientista perdeu a vida por causa de suas visões científicas”, afirma Numbers. “Alguns, como Giordano Bruno, foram queimados pela Inquisição, mas por causa de suas idéias teológicas”. De acordo com o pesquisador Bruno defendia abertamente o heliocentrismo, mas só foi parar na fogueira porque, entre outras heresias, duvidava da concepção da Virgem Maria e da identificação de Cristo como Deu. Ao afirmar que o Universo era infinito e continha vários mundos, também afrontou o dogma cristão de que os humanos são criações únicas, feitas á imagem do Criador.
SOL NAS CATEDRAIS
Durante 600 anos (da Baixa Idade Média do Iluminismo), a Igreja Católica financiou mais o estudo da astronomia do que qualquer outra instituição. Quem afirma é o historiador da ciência John Heilbron, da Universidade da Califórnia. No livro The Sun in the Church (“O Sol na Igreja”, inédito no Brasil), ele afirma que muitas catedrais até serviam de observatórios. Foi uma delas – a Basílica de San Petrônio, em Bolonha, na Itália – que, em 1665, o astrônomo Gian Cassini confirmou que órbita dos planetas é elíptica – tal como o alemão Johannes Kepler havia descrito décadas antes.
“A Igreja também apoiou universidades. Em 1500, havia 600 delas na Europa, e 30% do currículo cobria geometria, ótica e assuntos relacionados ao mundo natural”, diz o historiador da Michael H. Shank, da Universidade de Wisconsin. “Se a Igreja medieval queria reprimir a ciência, ela cometeu um erro colossal ao tolerar e apoiar universidades.” O apoio, no entanto, era seletivo, e também atendia aos interesses da Santa Sé. Ao fomentar o conhecimento, ela podia simultaneamente controlar o que era ensinado aos estudantes, enquanto censurava certos livros pelo suposto atentado a fé e a moral que eles representavam.
FILOSOFIA NATURAL
Muitos cientistas se inspiraram em crenças religiosas para conduzir suas pesquisas. Um deles foi o inglês Isaac Newton, que estabeleceu as bases da ciência moderna. Anglicano, o formulador da Lei da Gravitação Universal dizia que aprender sobre Deus é o primeiro passo para quem se dedica a filosofia natural – como a ciência era chamada no século XVII. Kepler também encontrava motivação em sua fé protestante e acabou descrevendo as leis da mecânica celeste.
“Assim como kleper e Newton, diversos cientistas do século XVII diziam que haviam sido levados a investigar a natureza porque assim, descobriram mais sobre Deus”, diz o pesquisador Ronald Numbers. O argumento era simples: estudando-se o universo natural, aprendia-se tanto sobre Deus quanto lendo a Sagrada Escritura – já que Ele era o autor de ambas.
Escreve São Paulo Apóstolo: Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! (Rm 11,33).
Pe. Inácio José do Vale
Escritor e Conferencista
Professor de História da Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com
www.rainhamaria.com.br

Fé e cultura estão intrinsecamente unidas, diz Papa

Ao receber em audiência, nesse sábado, os diretores, docentes e estudantes da Universidade Católica do Sagrado Coração, por ocasião do seu 90º aniversário de fundação, Bento XVI os exortou a não privar a esfera cultural da contribuição da fé, porque “fé e cultura estão intrinsecamente unidas”.

O Pontífice reconheceu que a nossa época é caracterizada por “grandes e rápidas transformações, que se refletem também na vida universitária”.

“A cultura humanista parece afetada por uma progressiva deterioração, enquanto se acentuam as disciplinas chamadas ‘produtivas’, de cunho tecnológico e econômico”, observou.

“A cultura contemporânea, então, tende a confinar a religião fora dos espaços da racionalidade: na medida em que as ciências empíricas monopolizam os territórios da razão, não parece haver espaço para a razão do crer e, por isso, a dimensão religiosa é relegada à esfera do opinável e do privado.”

Neste “ponto de inflexão histórico”, é importante consolidar e incrementar as razões pelas quais nasceu a Universidade Católica do Sagrado Coração: “a busca da verdade, de toda a verdade, de toda a verdade do nosso ser”.

“Fé e cultura estão intrinsecamente unidas, manifestações daquele desiderium naturale videndi Deum que está presente em todos os homens”, observou o Pontífice, indicando que, “quando este casamento acaba, a humanidade tende a retroceder e fechar-se em suas próprias capacidades criativas”.

Paixão pelo homem

“O horizonte que anima o trabalho universitário pode e deve ser a paixão autêntica pelo homem. Somente no serviço ao homem, a ciência se desenvolve como um cultivo verdadeiro e protege o universo”; e “servir o homem é fazer a verdade na caridade, é amar a vida, respeitá-la sempre, começando pelas situações nas quais é mais frágil e indefesa”.

A fé cristã, revelou o Bispo de Roma, “não faz da caridade um sentimento vago e piedoso, mas uma força capaz de iluminar os caminhos da vida em todas as suas expressões. Sem esta visão, sem esta dimensão teologal original e profunda, a caridade se contenta com a ajuda ocasional e renuncia ao dever profético, que lhe é próprio, de transformar a vida da pessoa e as próprias estruturas da sociedade”.

“Este é um compromisso específico que a missão da universidade vos chama a realizar como protagonistas apaixonados, convencidos de que a força do Evangelho é capaz de renovar as relações humanas e penetrar o coração da realidade”, disse aos presentes.

A partir desta perspectiva, concluiu, “a capela é o coração que pulsa e o alimento constante da vida universitária”; é, como dizia João Paulo, “lugar do espírito, onde se detêm em oração e encontram alimento e orientação os que creem em Cristo, que vivem com modalidades diversas a experiência do estudo acadêmico; é lugar onde se exercitam as virtudes cristãs, onde cresce e se desenvolve com coerência a vida batismal; é casa acolhedora e aberta, para todos aqueles que, escutando o Mestre interior, se fazem pesquisadores da verdade e servem o homem na dedicação diuturna a um saber, não satisfeito de horizontes estreitos e pragmáticos”.

Lutar contra Aids exige mudar comportamentos

A chave para combater a Aids/SIDA está na “formação para mudar os comportamentos humanos”. Foi o que afirmou Dom Zygmunt Zimowski, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, no dia 18 de maio, durante a 64ª assembleia mundial da OMS, em Genebra.

Durante sua intervenção, Dom Zimowski comentou o plano da OMS para o HIV 2001-2015, afirmando o apreço da Santa Sé pelo esforço em eliminar novas infecções em crianças.

No geral, a respeito da estratégia de prevenção de enfermidades, o prelado insistiu que a chave está “na promoção de iniciativas de prevenção e, sobretudo, em alentar estilos de vida sadios”.

Por isso, “ainda que compreendendo a importância de reforçar os sistemas de saúde”, é necessário sobretudo “aumentar o compromisso político e a participação das ONGs e da sociedade civil, em colaboração com o setor privado”.

“É fundamental a educação para estilos de vida sadios como componentes da educação para a saúde”, afirmou.

Cobertura universal

Outro tema assinalado pelo prelado foi o acesso a todas as pessoas a serviços de saúde.

Segundo o World Health Report 2010, “apesar dos progressos realizados em alguns países, em geral estamos ainda muito distantes de uma cobertura de saúde universal”.

“Estamos em um ponto morto, em que os ricos desfrutam de uma cobertura mais ampla, que no entanto falta à maior parte das pessoas pobres. As pessoas que têm acesso frequentemente têm de arcar com custos muito elevados, às vezes desastrosos, no pagamento de remédios e serviços”, disse.

Para garantir uma cobertura de saúde universal, os países “podem e devem recolher fundos suficientes, reduzir a dependência do pagamento direto das prestações de saúde e melhorar a eficiência e igualdade, eliminando as barreiras de tipo econômico que bloqueiam o acesso aos serviços, sobretudo às pessoas pobres e desfavorecidas”.

Mas – acrescentou – “poucos países com renda baixa têm a possibilidade de gerar, só dos recursos nacionais, os fundos necessários para atingir o acesso universal antes de 2015”.

“Este triste fato põe em evidência a necessidade de uma verdadeira solidariedade global, na qual os países de renda alta não só prometam, mas que efetivamente cumpram seus compromissos no tema da assistência ao desenvolvimento”.

É necessário – concluiu –, que haja “solidariedade entre as nações ricas e pobres, com o fim de garantir o acesso universal aos cuidados médicos”. Que os países mais desenvolvidos “tornem possível destinar maiores porcentagens de seu PIB para ajudas ao desenvolvimento, respeitando os compromissos que tomaram perante a comunidade internacional”.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Prezada Irmã Dulce

Não a conheci pessoalmente, Irmã Dulce. Contudo, como seu nome e sua fama ultrapassaram, ainda em vida, os limites da cidade de Salvador e do Estado da Bahia, a senhora há muito tempo é minha conhecida – e, por que não dizer? – minha amiga.

Tenha certeza: se eu tivesse imaginado que um dia seria o responsável pela Arquidiocese que foi a sua, onde a senhora viveu, trabalhou e se santificou, teria vindo aqui, para encontrá-la, e, levado por suas mãos, iria conhecer a sua obra. Vejo, contudo, que tudo isso foi providencial: não a conheci, mas estou conhecendo sua obra. Nosso Mestre nos ensina que pelos frutos se conhece uma árvore (cf. Mt 7,16-20). E a “árvore” que a senhora plantou fincou profundas raízes em nossa região, produzindo frutos diários de bondade, solidariedade e amor. Que o digam as milhares de pessoas que, doentes e sofridas, batem cada dia às portas de uma das fundações que a senhora deixou.

Tenho conhecido diversas facetas de sua personalidade, Irmã Dulce, graças a pessoas que a conheceram. Quando elas falam, mais do que por palavras, é pelo brilho de seu olhar que expressam a admiração que continuam tendo pela senhora. As marcas do amor que a senhora teve por Jesus Cristo e, por causa dele, pelos pobres, ficaram nos corações de inúmeras pessoas que testemunham o privilégio de tê-la conhecido e trabalhado a seu lado. Esses testemunhos, que aqui e ali a Imprensa publica, dariam matéria para um excelente livro que, espero, um dia será publicado, para a glória de Deus. Penso, também, no testemunho de padres que conheceram de perto suas inquietações e compartilharam intimamente de seus sofrimentos; penso, especialmente, no que pessoas simples dizem a seu respeito, Irmã Dulce – pessoas que foram beneficiadas por sua atenção, ficaram sensibilizadas com seu sorriso e apertaram, agradecidas, as suas mãos.

Jesus nos antecipou qual será a matéria do nosso julgamento final: “Tive fome e me deste de comer; sede, e me deste de beber; estive nu e me vestiste; desabrigado, e me acolheste...” Por isso, Irmã Dulce, o reconhecimento que a Igreja está fazendo de sua vida nada mudará para a senhora. O reconhecimento que realmente importa para a sua vida eterna é aquele que o Senhor Jesus, juiz dos vivos e dos mortos, lhe faz. Acontece, contudo, o seguinte, cara Irmã dos Pobres: todos nós, batizados, temos uma mesma vocação: a santidade. Ao escrever aos fiéis de Tessalônica, o apóstolo Paulo os advertiu: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4,3). Dez ou doze anos depois, dirigindo-se à comunidade de Éfeso, ele completou essa ideia: Deus nos escolheu em Cristo antes da criação do mundo, “para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos” (Ef 1,4).

Sua vida, Irmã Dulce, nos ensina que mais do que um quadro de valores ou um código de comportamento a nos orientar no caminho da santidade, temos um exemplo diante de nós: Jesus, mestre e modelo de toda santidade. Seremos santos, se o imitarmos. Para os que julgam isso difícil ou até mesmo impossível, a Igreja recorda pessoas como a senhora, que aceitaram o desafio de serem santas e passaram seus dias na imitação de Jesus. Delas – portanto, também da senhora – pode-se dizer o que Paulo disse de si mesmo: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim!” (Gl 2,20).

Irmã Dulce, agora a senhora é bem-aventurada. Como é bom ter diante de nós uma pessoa que percorreu as ruas de Salvador, atendeu nossos doentes e necessitados, e da qual muitos podem dizer: “Eu falei com ela! Eu fui atendido por ela! Eu a vi rezando e atendendo os pobres!”. Isto é para nós uma graça especial, que me deixa muito à vontade para pedir hoje, ao Senhor, duas coisas. A primeira: que ele nos dê a graça de trilharmos, nós mesmos, o caminho da santidade, que a senhora já percorreu e que ninguém pode percorrer por nós. A segunda: que unamos nossos esforços para diminuir e fazer desaparecer a pobreza e a miséria de nossa cidade e Estado, já que elas não têm como causa a vontade de Deus, mas são fruto da indiferença e do egoísmo humanos.

Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de Salvador

Papa convida a trabalhar por uma coesão profunda da Europa

“Os europeus estão chamados a empenhar-se em criar as condições para uma coesão profunda e uma colaboração efetiva entre os povos”, destacou Bento XVI.

Esta foi sua reflexão no discurso que dirigiu à presidente do parlamento da Bulgária, Tsetska Tsacheva, a quem recebeu hoje no Vaticano, junto a uma delegação católico-ortodoxa procedente desse país, por ocasião da festa dos Santos Cirilo e Metódio.

O Papa destacou a importância de que “a Europa cresça também na dimensão espiritual, seguindo os passos da sua melhor história”.

“Para construir a nova Europa sobre bases sólidas, não basta apelar somente aos interesses econômicos, mas é necessário partir dos valores autênticos, que têm seu fundamento na lei moral universal, inscrita no coração de cada homem”, declarou.

Considerou que “a unidade do continente, que está progressivamente amadurecendo nas consciências e está se definindo também no aspecto político, representa uma perspectiva de grande esperança”.

E destacou que os santos Cirilo e Metódio recordam à Europa “que sua unidade será mais firme na medida em que se basear nas raízes cristãs comuns”.

“De fato, na complexa história da Europa, o cristianismo representa um elemento central e determinante”, acrescentou.

Aos membros da delegação da Bulgária que se encontram em Roma, O Papa desejou que a herança dos santos irmãos Cirilo e Metódio “alimente sempre em cada um de vós o desejo de valorizar o patrimônio espiritual das vossas terras e, ao mesmo tempo, o da abertura e da comunhão no respeito recíproco”.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Lombardi: é necessário rezar mais intensamente pela Igreja na China

O apelo do Papa Bento XVI, ao unir-se ao Dia de Oração pela Igreja na China – 24 de maio -, dirigido no final da audiência geral da última quarta-feira, “merece uma reflexão por aquilo que quer ser acima de tudo, isto é, um convite à oração”.

Esta foi a afirmação do Pe. Federico Lombardi, SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, no último editorial de Octava Dies, semanário informativo do Centro Televisivo Vaticano.

“O Papa acredita na força da oração e nos convida a ‘confiar em que, com a oração, podemos fazer algo muito real’ por essa Igreja”, observa o porta-voz vaticano.

O Pe. Lombardi oferece também uma lembrança pessoal: “Há mais de 20 anos, enquanto me encontrava na China por alguns dias, após ter celebrado com grande emoção a Eucaristia com alguns irmãos no quarto do alojamento de uma família, um idoso sacerdote me fez, em francês, uma única pergunta: ‘Como está o Soberano Pontífice de saúde?’. Eram anos nos quais a internet não existia e certamente a mídia chinesa não falava do Papa”.

“Compreendi, de repente, com quanta fidelidade e amor os católicos chineses continuavam, há décadas, vivendo e rezando em união espiritual com o Papa e a Igreja de Roma, e me comovi”, confessa.

“É desta união e da sua importância que o Papa fala, e nos convida a cultivá-la e manifestá-la também, da nossa parte, dirigindo-nos ao Senhor por meio de ‘Maria, auxílio dos cristãos’, como a veneram os chineses no famoso santuário de Sheshan, em Xangai”, acrescenta o Pe. Lombardi.

O porta-voz recorda também que o Papa diz que os fiéis chineses “têm direito à nossa oração, têm necessidade da nossa oração”.

“Precisamente porque a situação da Igreja na China está hoje marcada pelo sofrimento e por pressões contrárias à união – conclui o sacerdote jesuíta -, devemos rezar mais intensamente.”

Dia de Santa Rita é comemorado com júbilo no bairro da Conquista

A paróquia Santa Rita de Cássia (Conquista), Celebrou hotem (22) o dia da sua padroeira que contou com a presença de varios fiés as comemoraçes começaram no dia 13 com o inicio do novenário e se estendeu até hotem (22), por volta das 05:00 H, teve a tradicional alvorada, Ás 09:00 H, teve a Missa Solene presidida pelo bispo diocesano Dom Mauro Montagnoli, e as 17:00 H, teve a procissão dos devotos de Santa Rita.

Veja algumas fotos da Festa:



Texto e Fotos: Pedro Roberto

domingo, 22 de maio de 2011

Irmã Dulce é beatificada em Salvador

Irmã Dulce (1914-1992) foi beatificada no final da tarde deste domingo, em cerimônia realizada no Parque de Exposições de Salvador, com a presença de cerca de 70 mil fiéis.

Presidiu à cerimônia o cardeal Geraldo Agnelo, arcebispo emérito de Salvador. Estavam presentes o núncio apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, o arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, entre outros clérigos.

A imagem oficial da beata Irmã Dulce estava colocada no palco e foi descerrada ao final da missa.

Milhares de pessoas estavam reunidas no Parque de Exposições desde o início da tarde. Antes da missa de beatificação, houve shows, testemunhos e a encenação de uma peça de teatro que retratou a vida de Irmã Dulce.

Cláudia Cristina, que recebeu o milagre por intercessão de Irmã Dulce – a cura de uma forte hemorragia não controlável durante o parto –, emocionou-se ao falar da graça, que teve reconhecimento do Vaticano no processo de beatificação.

"Estou muito agradecida. Confio em Deus e não sabia da história de Irmã Dulce, mas o milagre é incrível. Por tudo que passei, não era para eu estar aqui hoje. Basta crer, que tudo é possível. Eu acredito totalmente no milagre", disse, entre lágrimas, segundo refere o jornal A Tarde.

Os pequenos atos de amor de Irmã Dulce se traduziram em grandes obras sociais: ela fundou a União Operária de São Francisco, um movimento cristão de operários na Bahia.

Mais tarde, começou a refugiar pessoas doentes em casas abandonadas em uma ilha de Salvador. Expulsa do lugar, ela peregrinou durante uma década, levando os seus doentes por vários lugares.

Por fim, instalou-os no galinheiro do Convento Santo Antônio, que improvisou em albergue e que deu origem ao Hospital Santo Antonio, o centro de um complexo médico, social e educacional que continua com as portas abertas para os pobres da Bahia e de todo o Brasil.

O incentivo para construir a sua obra, Irmã Dulce teve do povo baiano, de brasileiros dos diversos estados e de personalidades internacionais. Em 1988, ela foi indicada pelo governo brasileiro para o Prêmio Nobel da Paz.

Oito anos antes, no dia 7 de julho de 1980, Irmã Dulce ouviu do Papa João Paulo II, na sua primeira visita ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra. Os dois voltariam a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil.

João Paulo II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio visitar Irmã Dulce, já bastante debilitada, no seu leito de enferma.