sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dor de Bento XVI pela tragédia ferroviária na Argentina

Bento XVI manifestou sua dor ao receber a trágica notícia do acidente que provocou a morte de 11 pessoas e mais de 200 feridos em um bairro da cidade de Buenos Aires, causado pela colisão entre um ônibus e dois trens.

Em um telegrama de condolências ao cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires e presidente da Conferência Episcopal Argentina, por ocasião da tragédia de Flores, ocorrida em 13 de setembro, o Pontífice manifesta seus sentimentos “aos familiares dos falecidos, junto a expressões de alento e consolo a todos os feridos e afetados por tão lamentável fato”.

Da mesma forma, o Bispo de Roma, na mensagem, remetida pelo secretário de Estado do Papa, cardeal Tarcisio Bertone, “oferece ferventes sufrágios e orações, pedindo a Deus pelo descanso eterno dos defuntos”.
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Relativismo leva à tolerância, não à liberdade religiosa

O secretário para as relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, afirmou que o relativismo que impera no Ocidente não leva à liberdade religiosa, mas a uma “tolerância hostil”.

Ele o afirmou em um discurso pronunciado durante a cúpula, do último dia 12 de setembro em Roma, da Organização para a Cooperação e a Segurança na Europa (OSCE), sobre a discriminação dos cristãos.

O arcebispo recordou que, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa Bento XVI já advertiu que os cristãos “constituem o grupo religioso que sofre mais perseguição por causa da sua fé”.

O prelado reconheceu que a maior parte dos crimes de ódio contra os cristãos acontece fora da área das OSCE, mas afirmou que há “sinais preocupantes” também na Europa. Citou, neste sentido, um informe do Escritório para as Instituições Democráticas e os Direitos Humanos (ODIHR), que “oferece uma prova irrefutável de uma crescente intolerância contra os cristãos”.

Dom Mamberti explicou que a promoção e a consolidação da liberdade religiosa estão no centro da prevenção desse tipo de crime.

“A liberdade religiosa não pode se limitar à simples liberdade de culto, ainda que esta última seja, obviamente, uma parte importante dela – afirmou. Com o devido respeito pelos direitos de todos, a liberdade religiosa inclui, entre outros, o direito de pregar, educar, converter, contribuir para o discurso político e participar plenamente das atividades públicas.”

Transcendente e social

O prelado explicou também que a liberdade religiosa não é sinônimo de relativismo “nem da ideia pós-moderna segundo a qual a religião é um componente marginal da vida pública”.

“O relativismo e o secularismo negam os aspectos fundamentais do fenômeno religioso e, portanto, do direito à liberdade religiosa, que, no entanto, exigem respeito: as dimensões transcendente e social da religião, nas quais a pessoa humana tenta ligar-se, por assim dizer, à realidade que a supera e a cerca, segundo os ditames da sua própria consciência”, explicou.

Prosseguiu dizendo que, “ainda que seja verdade que o risco de crimes ditados pelo ódio está ligado à negação da liberdade religiosa, não deveríamos esquecer que há graves problemas em áreas do mundo onde, felizmente, não há perseguições violentas de cristãos”.

Ainda reconhecendo que a marginalização da religião não pode ser comparada com a perseguição violenta, no entanto, “estes crimes se alimentam em um ambiente em que a liberdade religiosa não é plenamente respeitada e a religião é discriminada”.

“Na região da OSCE, somos amplamente abençoados pelo consenso sobre a importância da liberdade religiosa. Por isso, é importante continuar falando da substância da liberdade religiosa, do seu vínculo fundamental com a ideia de verdade e da diferença entre a liberdade de religião e o relativismo, que simplesmente tolera a religião, ainda considerando-a com certo grau de hostilidade”, acrescentou.

O prelado concluiu apontando que “a visão que identifica a liberdade com o relativismo ou como agnosticismo militante e que faz surgir dúvidas sobre a possibilidade de conhecer a verdade, poderia ser um fator base do aumento da verificação destes incidentes e crime ditados pelo ódio”.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Papa: o “Meu Deus, por que me abandonastes?” de Jesus

A exclamação de Jesus durante sua agonia, relatada nos evangelhos – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” – não foi um grito de desespero, mas o começo de um dos salmos mais profundos do Saltério, que Ele, como bom judeu, conhecia muito bem.

O Papa Bento XVI propôs uma reflexão sobre este texto hoje, em seu ciclo de catequeses sobre a oração, destacando que o salmo 22/21 constitui “uma oração sincera e comovente, de uma densidade humana e uma riqueza teológica que o convertem em um dos salmos mais rezados e estudados de todo o Saltério”.

Nele, apresenta-se a “figura de um inocente perseguido e cercado por adversários que querem a sua morte; ele recorre a Deus, em um lamento doloroso que, na certeza da fé, se abre misteriosamente ao louvor”.

Seu grito inicial, que é o que os evangelhos de Mateus e Marcos colocam na boca do moribundo Jesus, “é um chamado dirigido a Deus, que parece distante, que não responde e que parece tê-lo abandonado”.

Nele, “Deus parece muito distante, muito esquecido, muito ausente. A oração pede escuta e resposta, solicita um contato, busca uma relação que possa dar-lhe consolo e salvação. Mas, se Deus não responde, o grito de ajuda se perde no vazio e a solidão se torna algo insuportável”.

Apesar disso, “o salmista não pode acreditar que o vínculo com o Senhor tenha se rompido totalmente e, enquanto pede um porquê do suposto abandono incompreensível, afirma que o ‘seu’ Deus não pode abandoná-lo.”

No Gólgota

Na boca de Jesus, este “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” expressa “toda a desolação do Messias, Filho de Deus, que está enfrentando o drama da morte, uma realidade totalmente contraposta ao Senhor da vida”.

“Abandonado por quase todos os seus, traído e negado pelos seus discípulos, cercado pelos que o insultam, Jesus está sob o peso esmagador de uma missão de deve passar pela humilhação e pelo aniquilamento. Por isso, grita ao Pai e seu sofrimento assume as palavras dolentes do salmo.”

Mas o Papa sublinha que “o seu não é um grito desesperado, como foi o do salmista, que, em sua súplica, percorre um caminho atormentado que chega finalmente a uma perspectiva de louvor, na confiança da vitória divina”.

O autor do salmo “vê como se põe em dúvida sua relação com o Senhor, a ênfase cruel e sarcástica dos que estão lhe fazendo sofrer: o silêncio de Deus, sua aparente ausência. No entanto, Deus está presente na existência do orante com uma proximidade e uma ternura inquestionáveis”.

Em certo momento, prosseguiu o Papa, “o orante evoca sua própria história pessoal de relação com o Senhor, remontando-se ao momento particularmente importante do início da sua vida. E lá, não obstante a desolação do presente, o salmista reconhece uma proximidade e um amor divino tão radicais, que agora pode exclamar, em uma confissão cheia de fé e geradora de esperança: ‘Desde o ventre de minha mãe vós sois o meu Deus’”.

As imagens usadas no salmo, descrevendo os agressores como bestas ferozes, “servem para dizer que, quando o homem é um ser brutal que agride seus irmãos, algo animal o possui, parece perder sua aparência humana; a violência tem algo de bestial e somente a intervenção salvadora de Deus pode restituir a humanidade ao homem”.

Diante deles, o salmista pede socorro, em “um grito que abre os céus, porque proclama uma fé, uma segurança que vai além de toda dúvida, de toda escuridão e de toda desolação. E o lamento se transforma, dá lugar ao louvor no acolhimento da salvação”, disse Bento XVI.

“Este salmo nos levou ao Gólgota, aos pés da cruz, para reviver sua paixão e compartilhar a alegria fecunda da ressurreição. Deixemo-nos invadir pela luz do mistério pascal e, como os discípulos de Emaús, aprendamos a discernir a verdadeira realidade, muito além das aparências, reconhecendo o caminho da exaltação na humilhação e a plena manifestação da vida na morte, na cruz.”

“Assim, colocando novamente toda a nossa confiança e esperança em Deus Pai, no momento da angústia, poderemos rezar-lhe com fé também nós, e nosso grito de auxílio se transformará em cantos de louvor”, concluiu o Santo Padre.

Colômbia: assassinado sacerdote em Capurganá

O pároco de Nuestra Señora del Carmen de Capurganá, Gualberto Oviedo Arrieta, de 34 anos, foi assassinado com um golpe na cabeça, em seu domicílio desta localidade rural do nordeste da Colômbia. Ainda se desconhecem os motivos do crime.

Dom Piedrahita, seu bispo, referiu-se a ele como “um jovem talentoso, inquieto, muito entregue à capacitação pessoal para o benefício da diocese”, e exortou as pessoas que cometeram este crime a que se desarmem no coração.

O episcopado colombiano expressou, através de um comunicado, “sua profunda dor e preocupação por este novo ato de violência que enluta a Igreja Católica e aflige profundamente o povo colombiano”.

Gualberto Oviedo Arrieta havia sido ordenado sacerdote há dois anos e acabava de cumprir um ano como pároco de Nuestra Señora del Carmen, em Capurganá.

Com o seu homicídio, ascende a 6 o número de sacerdotes assassinados na Colômbia em 2011, “uma cifra altamente preocupante, que manifesta o estado de violência e de deterioração moral que nossa sociedade vive”, afirmou Dom Juan Vicente Córdoba, secretário-geral do episcopado.

O prelado sublinhou também “o valente compromisso dos nossos presbíteros com a denúncia profética das injustiças e com a causa dos mais pobres do país”.

Dom Juan Vicente Córdoba instou as autoridades a oferecerem uma eficaz proteção aos agentes pastorais da Igreja. “Estes atos de violência devem ser investigados com rigor e sancionados com todo o peso da lei, evitando que fiquem na impunidade”, disse.

Segundo números da Conferência Episcopal da Colômbia, entre 1984 e setembro de 2011, foram assassinados no país 2 bispos, 79 sacerdotes, 8 religiosas e religiosos e 3 seminaristas.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Exposição inédita com 600 versões de livros do Papa

A editora Herder, em parceria com a Libreria Editrice Vaticana, aproveitou a ocasião da visita do Papa à Alemanha para recolher e apresentar as obras de Joseph Ratzinger – Bento XVI em suas múltiplas traduções.

Em uma exposição única em seu gênero – organizada em Castel Gandolfo, em primeiro lugar para o Santo Padre, depois para os interessados no Vaticano, no Campo Santo Teutônico e, finalmente, na sede da editora Herder em Friburgo – serão expostos quase 600 volumes representativos de mais de 25 países.

Pela primeira vez em um só lugar, será possível ver a edição romena de “Sal da terra” e inclusive a chinesa de “Deus e o mundo”, junto às grandes monografias de Joseph Ratzinger. Dessa forma, a editora Herder e a Libreria Editrice Vaticana pretendem manifestar seu louvor e gratidão ao autor.

“Como titular dos direitos dos escritos do Papa, é para a LEV motivo de grande satisfação vê-los recolhidos em volumes traduzidos nas línguas mais importantes do mundo”, disse Giuseppe Costa, diretor da Libreria Editrice Vaticana.

“Será para nós uma imensa alegria poder mostrar a exposição ao Papa, no dia 15 de setembro, em Castel Gandolfo, próximo de sua residência de verão”, afirma Manuel Herder.

A mostra será apresentada no Vaticano no dia 16 de setembro, das 10h às 18h, no Campo Santo Teutônico. E no sábado 24 de setembro, às 21h, na sede da editora Herder (Hermann Herder Straße 4, 79104 Friburgo), por ocasião de um encontro com a imprensa durante a visita do Papa.

Juventude abraça a cruz missionária

A Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro (JMJ Rio-2013) tem seu primeiro ato em São Paulo no domingo, 18 de setembro de 2011. E que momento importante! A cruz missionária e o ícone de Nossa Senhora são acolhidos por uma multidão de jovens e não jovens num dia inteiro de festa, música, testemunhos sobre a JMJ Madrid-2011.

O aeroporto do Campo de Marte, mais uma vez, é palco de uma grande manifestação de fé, de irradiação da mensagem do Evangelho e de partida missionária para todo o Brasil. Foi lá também que, em maio de 2007, o papa Bento XVI, celebrou a canonização de S.Antônio de Santana Galvão, o primeiro santo nascido em terras brasileiras.

Em Madrid, dia 21 de agosto passado, num outro aeroporto urbano, chamado “Quatro Ventos”, foi bonita e muito sugestiva a cena quando os jovens espanhóis entregaram a cruz missionária e o ícone de Nossa Senhora a um grupo de jovens brasileiros. Aqueles a carregavam e levantaram; estes a acolheram com as mãos estendidas para o alto, enquanto ela descia para seus braços abertos. Bendita cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo! Nela nos gloriamos, porque foi sobre ela entregue à morte nosso Salvador! Agora, os jovens do Brasil, numerosos e bem representados no Campo de Marte, fazem o mesmo aqui, na Terra de Santa Cruz, justamente poucos dias após a festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz!

Foi o beato João Paulo II que entregou esta cruz aos jovens, para que a levassem aos países onde se realizam as JMJ. E acrescentou também um ícone bonito de Nossa Senhora, para que acompanhasse a cruz. É uma cruz simples, de madeira, mas ela representa e traz a lembrança do próprio Jesus Cristo crucificado. De fato, é Ele que nos visita no sinal da sua cruz missionária; e Ele mesmo será acolhido, certamente com festa e belas manifestações de fé, em cada uma das 275 dioceses brasileiras, até chegar ao Rio de Janeiro, em julho de 2013. Em toda parte, o mesmo gesto, de acolher a cruz de braços abertos, antes de erguê-la bem alto, para que todos vejam nela o sinal de nossa salvação.

Aos pés da cruz, estará sempre Maria a Mãe de Jesus. Ela está lá, onde se encontra Jesus com seus discípulos. Estes não podem esquecer que, por vontade e testamento do próprio Jesus, ela é sua mãe também: “mulher, eis teu filho; filho, eis tua mãe” (cf. Jo 19,26-27).

Cristo peregrino nos visita, com sua cruz; Cristo missionário nos convoca para ouvirmos de novo seu Evangelho; o Cristo da via dolorosa também passará por nossos lugares de sofrimento, carregado das dores da humanidade, de tantos jovens... E talvez será escarnecido novamente, no desprezo feito aos irmãos... Ele conta com nossa sensibilidade, como fez o Cirineu, para aliviarmos sua cruz, que pesa nos ombros de tantos brasileiros. Cristo ressuscitado nos visita, conforta e dá esperança, dando-nos a certeza de que Ele se faz nossa companhia nos caminhos de nossas solidões... Cristo missionário do Pai nos envia novamente, com o dom do Espírito Santo, para anunciarmos o Evangelho da vida e da esperança a todos os brasileiros. O lema da JMJ Rio-2013 bem indica nossa missão: “ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (cf Mt 28,19).

O Brasil está recebendo um carinho de Deus; nossos jovens e nossa Igreja receberão graças muito especiais durante este período de preparação para a JMJ Rio-2013. Será um “tempo favorável”, muito bem-vindo, especialmente para envolver as novas gerações na vida e na missão da Igreja. Para os adultos, será ocasião para uma nova valorização da própria fé e participação na vida eclesial. Para os jovens, poderá ser um tempo de encontros marcantes com Cristo e de descoberta da herança apostólica, custodiado e transmitido pela Igreja, de geração em geração, e que vai passando às suas mãos também.

Bem-vindo a nós, Jesus Cristo missionário! Bem-vinda, Nossa Senhora da Visitação! Os jovens do Brasil os acolhem de braços abertos!

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 13.09.2011


Card. Odilo P. Scherer é arcebispo de São Paulo

ESTAMOS DE VOLTA

Depois de 1 mês e meio sem atualizamar o nosso blog, Estamos de volta td esse tempo sem atualização foi um poblema no meu computador, Mais estamos de volta.

PEDRO