quarta-feira, 21 de julho de 2010

Gel com antirretroviral gera expectativa em encontro sobre Aids

Os resultados divulgados sobre o uso de gel com antirretroviral em mulheres na África do Sul gerou grandes expectativas nesta terça-feira (20) em Viena, na Áustria, palco da 18ª Conferência Internacional sobre a Aids.

Publicado na revista norte-americana Science, a substância com 1% de tenofovir, conhecido remédio utilizado no combate ao HIV, obteve 39% de redução do risco de contágio em 889 mulheres com alto risco de contaminação. Quando bem administrado, o gel diminui em 54% as chances de transmissão do vírus. O uso correto do produto requer aplicação do gel 12 horas antes e depois das relações sexuais.

Realizado durante três anos, o estudo Caprisa 4 contou com quase 900 mulheres da região de KwaZulu-Natal, não contaminadas a princípio e inseridas em uma áreas tidas por especialistas como a com a maior taxa de prevalência da soropositivos no mundo, conforme explica o professor Jean-François Delfraissy, diretor da Agência Nacional de Pesquisas sobre Aids da França (ANRS).

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Mais de 5 milhões tomaram remédio contra Aids em 2009, diz OMSConferência sobre a Aids discutirá os novos tratamentos da doençaTratamento com coquetel diminui em 52% os novos casos de AidsO diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para HIV e Aids (Unaids), Michel Sidibé, afirmou que é o primeiro teste com resultados sobre prevenção iniciado e controlado por mulheres. "O microbicida, se confirmado, pode ser opção poderosa para a revolução da prevenção e nos ajudará a quebrar a trajetória da doença da Aids", disse Sidibé.

Anthony Fauci, diretor do setor de doenças infecciosas do National Institutes of Health, centro de pesquisas médicas do governo norte-americano, acredita que o estudo é importante tanto para a comunidade científica como para todos os trabalhos de prevenção da Aids.

"As mulheres constituem a maior parte das novas infecções no mundo e essa descoberta é passo importante para que uma população de risco tenha acesso a ferramenta de prevenção segura e eficaz", afirma Fauci.

O especialista destaca que a pesquisa deve continuar, para que existam mais formas de prevenção da doença como antirretrovirais tomados antes da exposição ao risco, vacinas e outros microbicidas.

Fonte 'G1.COM'

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