terça-feira, 30 de novembro de 2010

Papa expressa solidariedade à Igreja no Rio de Janeiro


ROMA, segunda-feira, 29 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Bento XVI expressou sua solidariedade à Igreja e à população do Rio de Janeiro, diante do quadro de violência que assolou a cidade nos últimos dias, quando forças policiais e do exército enfrentaram grupos de traficantes em comunidades pobres.

Segundo informa a arquidiocese do Rio, na manhã desse domingo, o arcebispo Dom Orani João Tempesta recebeu um fax do núncio apostólico, Dom Lourenzo Baldisseri, transmitindo a solidariedade do Papa.

O Santo Padre afirma que segue “com profunda mágoa os graves enfrentamentos e as violências destes dias no Rio de Janeiro, particularmente na comunidade ‘Vila Cruzeiro’".

O Papa assegura “a sua oração pelos mortos, como também pelas suas famílias, e pede aos responsáveis que ponham fim às desordens, enquanto os encoraja restabelecerem o respeito da Lei e do Bem Comum”.

O arcebispo do Rio de Janeiro afirmou a Radio Vaticano nesta segunda-feira que a cidade acolheu com agradecimento às palavras de apoio do Papa.

Segundo Dom Orani, agora que as forças de segurança ocuparam duas áreas difíceis e que antes eram dominadas pelo narcotráfico – Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão – a situação é mais tranquila.

O arcebispo afirmou que Igreja está próxima das pessoas que sofrem pela violência nessas regiões pobres. “Há padres e comunidades da Igreja que trabalham sempre pela evangelização. A Igreja é muito presente e próxima do povo”, disse.

Nesses dias de violência no Rio, em que a polícia e o exército avançam sobre territórios dominados por grupos de traficantes, ao menos 40 pessoas morreram nos confrontos, e 181 veículos foram queimados.

Bento XVI: ser humano não é objeto


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 29 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O homem, inclusive antes de nascer, tem uma dignidade altíssima e por isso tem direito a não ser tratado como um objeto em benefício de outros.

Esta foi a afirmação do Papa Bento XVI em sua homilia da "Vigília pela vida nascente", realizada na Basílica de São Pedro no último sábado, antes das Primeiras Vésperas com as que se inaugurava o tempo litúrgico do Advento.

Nesta vigília, convocada como novidade este ano, o Papa quis reafirmar o "altíssimo valor" da vida humana, assim como advertir contra as "tendências culturais que tentam anestesiar as consciências por motivos injustificáveis".

"Nesta linha se coloca a solicitude da Igreja pela vida nascente, a mais frágil, a mais ameaçada pelo egoísmo dos adultos e pelo escurecimento das consciências".

A ciência, segundo o Papa, evidencia a autonomia do embrião, sua capacidade de interação com a mãe, a coordenação dos seus processos biológicos, a continuidade do desenvolvimento, a crescente complexidade do organismo.

"Não se trata de um cúmulo de material biológico, mas de um novo ser vivo, dinâmico e maravilhosamente ordenado, um novo indivíduo da espécie humana", afirmou o Papa.

Por isso, acrescentou, a Igreja sempre reiterou o que o Concílio Vaticano II afirma sobre o aborto e qualquer violação do nascituro: "A vida deve ser protegida desde a concepção com o máximo cuidado".

"Não há nenhuma razão para não considerá-lo uma pessoa desde a concepção", disse.

O homem, prosseguiu o Papa, "tem uma originalidade distintiva sobre todas as outras criaturas que habitam a terra. Apresenta-se como sujeito único e singular, dotado de inteligência e vontade livre, além de estar composto de realidade material".

"Somos, portanto, espírito, alma e corpo. Somos parte deste mundo, ligados às possibilidades e limites da condição material; ao mesmo tempo, estamos abertos a um horizonte infinito, capazes de dialogar com Deus e de acolhê-lo em nós."

A pessoa humana, acrescentou, exige "ser reconhecida como um valor em si" e "merece ser acolhida com respeito e amor para sempre".

Todo homem "tem o direito de não ser tratado como um objeto que se possui ou como algo que pode ser manipulado à vontade; tem o direito de não ser reduzido a puro instrumento para vantagem de outros e seus interesses".

Infelizmente, continuou, "mesmo após o nascimento, a vida das crianças continua estando exposta ao abandono, à fome, à pobreza, às doenças, ao abuso, à violência, à exploração".

O Papa recordou o apelo ao respeito pela vida humana, de João Paulo II, na Evangelium Vitae, e exortou "os protagonistas da política, da economia e da comunicação social a fazerem todo o possível para promover uma cultura sempre respeitosa da vida humana, para buscar condições favoráveis e redes de apoio à acolhida e desenvolvimento desta".

Cristo foi embrião

Este tempo do Advento, explicou o Papa, "nos faz voltar a viver a espera de Deus que se faz carne no ventre da Virgem Maria, de Deus que se faz pequeno, que se torna uma criança".

Este processo de crescimento embrionário "também aconteceu com Jesus no ventre de Maria; e acontece com cada um de nós no ventre da mãe".

Por isso, continuou, "o mistério da Encarnação do Senhor e o início da vida humana estão íntima e harmonicamente conectados no plano salvífico de Deus, Senhor da vida de todos e de cada um".

"A encarnação nos revela com luz intensa e de forma surpreendente que toda vida humana tem uma dignidade altíssima, incomparável."

Acreditar em Jesus Cristo, acrescentou o Papa, "implica em ter um novo olhar sobre o homem, um olhar de confiança, de esperança".

A pessoa "é um bem em si mesmo e é preciso sempre buscar seu desenvolvimento integral", concluiu o Pontífice.

A criação continua

ROMA, segunda-feira, 29 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – É verdade que Deus não existe? Só os que professam uma religião monoteísta abraâmica creem na hipótese de que exista um criador? Pode-se ser cientista e crente?

Trata-se de perguntas cada vez mais frequentes e, apesar da tentativa da Igreja Católica de explicar de maneiras diversas e articuladas que religião e fé discorrem por linhas paralelas e em muitos pontos convergentes, ressoam intervenções de ateus militantes que insistem na incompatibilidade absoluta entre ciência e fé.

Para aprofundar no debate aberto, ZENIT entrevistou o padre Sabino Maffeo, sacerdote jesuíta e membro da Specola Vaticana, o observatório astronômico dependente da Santa Sé.

ZENIT: Em seu último livro, Stephen Hawking afirma que Deus não serve para explicar o nascimento do universo. Que o senhor opina?

Padre Maffeo: A razão humana pode se enriquecer com conhecimentos de diferentes graus, quer dizer, em três níveis: em base à experiência sensível mediante os instrumentos proporcionados pela física, a química, a biologia e a matemática; em base ao raciocínio filosófico, que não utiliza instrumentos materiais, mas que argumenta sobre a realidade com base nas exigências inatas da razão; e em base à revelação por parte de Deus. Tem-se assim o conhecimento de coisas novas, devido à fé sobrenatural que é um dom que Deus quer dar a todos.

Nota importante: esses três níveis não são compartimentos fechados no sentido de que quando a mente humana trabalha no primeiro nível, e estuda por exemplo o olho humano, ou a estrutura de um favo de mel, ou a ordem geométrica de uma teia de aranha e tantas outras coisas maravilhosas, não pode deixar de maravilhar-se perante a ordem que há na natureza e passar ao nível superior de conhecimento para se perguntar como explicar esta ordem, com o caso ou com a finalidade devida a uma mente ordenadora, e daqui passar ao terceiro nível para encontrar confirmação na fé pelo que a revelação nos diz.

Permanecendo no primeiro nível, não se pode dizer nada sobre Deus, nem que existe nem que não existe. A busca de Deus, sua existência, sua criação do mundo, etc., não entra no primeiro nível enquanto realidade não suscetível de ser experimentada pelos sentidos.

O erro de Hawking é duplo: raciocina sobre Deus como se fosse uma realidade que se pode descobrir com argumentos de física e matemática, que são instrumentos de primeiro nível; tem um conceito errôneo de criação enquanto que fala de um Deus considerado pelos crentes como necessário para dar início ao mundo, que uma vez criado, vai adiante por si só (Deus relojeiro).

Na realidade, a criação é um ato contínuo de Deus, que deu início ao mundo do nada e o mantém no ser (continua criando-o) em todo instante para que continue existindo (criação contínua). Tudo isso podemos dizer que o sabemos pela razão, mas não só, porque está ajudada muitíssimo pela fé. Só pela fé sabemos que o mundo não foi criado ab aeterno, mas no tempo.

ZENIT: Pode nos indicar quais são as razões pelas quais crê na existência de um criador?

Padre Maffeo: Convencem-me as Vias de São Tomás, que, em princípio, deveriam bastar para convencer só a razão, mas de fato, dada a debilidade causada pelo pecado original, não convencem como que dois mais dois são quatro.

Neste sentido, o Catecismo da Igreja Católica, nos números 36 e 37, sustenta que “Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza com a luz natural da razão humana, partindo das coisas criadas”, citando o Concílio Vaticano I.

ZENIT: Nosso planeta é o único que tem vida no sistema solar. E não tem só flora e fauna, mas também está povoado de seres humanos. Como explica esta unicidade?

Padre Maffeo: Ninguém sabe como a vida se originou. Nasceu por si só ou foi necessária uma intervenção de Deus? Os ateus devem dizer que nasceu por si só, mas não têm provas. Estas se terão só no dia em que a vida se realizar no laboratório a partir de matéria não viva.

Eu, crente, tenho duas possibilidades: a vida apareceu por si só, ou por intervenção de Deus. Mas no que diz respeito ao ser humano, a fé me diz que na transição do não homem para o homem, é necessária a intervenção de Deus, quer dizer, a alma de todo ser humano está criada por Deus.

A respeito da vida em outro corpos do sistema solar, parece demonstrado que suas condições físicas e químicas não permitem a vida que conhecemos. Talvez foi possível em Marte em tempos muito remotos, o que se poderá demonstrar com futuras explorações do planeta. Permanece sempre, no entanto, o problema de saber se a vida veio por si só ou por intervenção de Deus.

ZENIT: Algumas pessoas pensam que um crente não pode fazer nem falar de ciência. Pode dar algum exemplo de cientista crente e católicos em particular?

Padre Maffeo: Quase todos os observatórios astronômicos italianos tiveram sua origem em seminários e ordens religiosas e estavam dirigidos por astrônomos que eram também sacerdotes. Pode-se ver informação sobre isso no

domingo, 28 de novembro de 2010

O Tempo do Advento


Introdução

A palavra "advento" quer dizer "que está para vir". O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.

O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.

Esse Tempo possui duas características: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.

Origem

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha tinha caráter ascético com jejum abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos.

Só após a reforma litúrgica é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

Teologia do Advento

O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter missionário da vinda de Cristo. Ao serem aprofundados os textos litúrgicos desse tempo, constata-se na história da humanidade o mistério da vinda do Senhor. Jesus que de fato se encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15) . O Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação mas cuja consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final dos tempos. O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.

A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como referencia e fundamento, dispondo-nos a "perder" a vida em favor do anúncio e instalação do Reino.

Espiritualidade do advento

A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.

Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana tha"! Vem Senhor Jesus!

O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.

O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, "lutando até o sangue" contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.

No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem n'Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.

As Figuras do Advento:
ISAIAS

É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 - 55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim, os exilados.

As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos.

JOÃO BATISTA

É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, "mais que um profeta", "o maior entre os que nasceram de mulher", o mensageiro que veio diante d'Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (conf. Lc 7, 26 - 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s).

A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e aponta-lO como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.

João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a também ser profetas e profecias do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.

MARIA

Não há melhor maneira de se viver o Advento que unindo-se a Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se "preparou" para o nascimento de Jesus, a começar pele renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de "Faça-se em mim segundo a sua Palavra" (Lc 1, 38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir etc.

Em Maria encontramos se realizando, a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.

JOSÉ

Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de "Filho de Davi".

José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.

A Celebração do Advento

O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.

As vestes litúrgicas (casula, estola etc) são de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, como sinal de conversão em preparação para a festa do Natal com exceção do terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria ou Domingo Gaudete, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do libertador que está bem próxima e se refere a segunda leitura que diz: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto.(Fl 4, 4).

Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento. Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento. A coroa pode ser pendurada no prebistério, colocada no canto do altar ou em qualquer outro lugar visível. A cada domingo uma vela é acesa; no 1° domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. O círculo sem começo e sem fim simboliza a eternidade; os ramos sempre verdes são sinais de esperança e da vida nova que Cristo trará e que não passa. A fita vermelha que enfeita a coroa representa o amor de Deus que nos envolve e a manifestação do nosso amor que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus. A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.

Podemos também, em nossas casas, com as nossas famílias, mergulhar no espírito do Advento celebrando-o com a ajuda da coroa do Advento que pode ser colocada ao lado da mesa de refeição.

Ucrânia, uma Igreja supostamente desaparecida

KIEV, domingo, 28 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – A Igreja na Ucrânia supostamente havia desaparecido. Os comunistas tentaram liquidá-la em 1946, mas os crentes conservaram a fé de forma clandestina, mantendo-a como uma Igreja de catacumbas durante mais de 40 anos.

Lubomyr Husar, o futuro chefe da Igreja na Ucrânia, nasceu em Kiev em 1933, mas em meio ao alvoroço do comunismo, sua família abandonou o país, encontrando refúgio primeiro na Áustria e assentando-se, depois, nos Estados Unidos, em 1949. Moraram nos Estados Unidos durante 20 anos e o jovem Lubomyr seguiu lá sua vocação sacerdotal, tornando-se sacerdote da eparquia ucraniana de Stamford (Connecticut), em 1958.

Ele morou na Itália durante mais de duas décadas e, depois de 46 anos de ausência, voltou à sua nativa Ucrânia.

Hoje, com 77 anos, e agora cardeal (desde 2001), é o arcebispo de Kiev.

Nesta entrevista, o cardeal reflete sobre a mão da Divina Providência em sua Igreja, que “se supunha que estava desaparecida”.

Seus pais devem ter sido um exemplo para o senhor. O senhor sempre teve o desejo e o sentido da vocação?

Cardeal Husar: Eu senti isso muito cedo. Acho que foi antes dos 10 anos, quando tive, de alguma maneira, o desejo de tornar-me sacerdote. Certamente, naquele então, durante a guerra, era muito difícil – só se podia sonhar com isso – mas, quando a guerra terminou e, depois, quando chegamos aos Estados Unidos, em 1949, foi possível tornar realidade aquele sonho e entrei no seminário três semanas depois da nossa chegada aos Estados Unidos.

Numa idade assim, aos 10 anos, houve alguma outra pessoa ou algum acontecimento que despertou esse desejo de ser sacerdote?

Cardeal Husar: Acho que foi o bom exemplo do sacerdote da igreja que minha família costumava frequentar. A igreja estava a cargo dos padres redentoristas e eles trabalhavam com muito zelo, pregavam muito bem, cuidavam dos fiéis que iam à sua igreja. Sendo um menino, fui membro da comunidade dedicada à Mãe Santíssima, na qual os padres redentoristas nos reuniam e nos guiavam. Tenho certeza de que isso, de alguma maneira, teve a ver com a minha vocação.

O senhor agora é responsável pelos católicos gregos, não só na Ucrânia, mas também na diáspora e muitos deles estão nos Estados Unidos. O senhor sente que a Providência o levou aos Estados Unidos de forma que pudesse conhecer sua cultura e sua gente?

Cardeal Husar: Estou pessoalmente convencido de que a história da nossa Igreja nos últimos 130 anos, desde a época em que a primeira onda de imigrantes chegou aos Estados Unidos, nos anos 80 e 90, todo este movimento, que depois se repetiu após a primeira e segunda guerras mundiais, foi, de alguma forma, providencial. Que a nossa Igreja pudesse se estabelecer no Norte e no Sul da América e fosse capaz de sobreviver durante os anos em que a Igreja na pátria era perseguida, nos ajuda muito. Acho que hoje existe uma quarta onda que chega aos Estados Unidos e ao Canadá e encontra um novo lar para eles nas igrejas que existem há um século.

Sinto também que, de alguma maneira, é providencial que possamos servir a comunidade; não só a nossa própria comunidade, ajudando a manter a fé e a tradição, mas que também possamos ser testemunhas para os demais da catolicidade verdadeira da Igreja, da amplidão da Igreja, da sua capacidade de existir em diversas culturas e línguas; e sinto que, de alguma forma, isso também é uma intervenção da Divina Providência.

O senhor voltou à Ucrânia no final do comunismo. Qual foi sua primeira impressão ao voltar ao país?

Cardeal Husar: Visitei a Ucrânia pela primeira vez em 1990 e de forma muito breve, apenas durante 10 dias. Encontrei-me com alguns sacerdotes e leigos. A impressão eu diria que foi de luzes e sombras, porque, por um lado, enfrentei a realidade daquelas pessoas, que haviam passado por um período muito, muito duro e, por outro, percebi que essas pessoas, devido ao que haviam passado, tinham sofrido muito. Estive de forma permanente na Ucrânia durante quase 15 anos e me surpreendem, se não todos os dias, quase todos. Descubro algo novo sobre o que foi aquela realidade e os efeitos e consequências que deixou nos corações das pessoas.

O partido comunista, apoiado pelo estado comunista, tentou, de forma muito assídua e de maneira muito refinada, transformar as pessoas, fazer que esquecessem que são criaturas de Deus e convencê-las verdadeiramente de que são criaturas do Estado, que são completamente dependentes do Estado. Em outras palavras, tentar que assumissem uma natureza e uma moral diferentes. Isso ainda está presente em nós, ainda que, graças a Deus, as pessoas mantenham sua fé e vão à igreja. Mas viver uma vida cristã diária não é fácil para eles, porque foram educados de forma diferente, contrário aos princípios da moral cristã.

Qual seria a cicatriz mais profunda e persistente que o comunismo deixou nos corações e no espírito das pessoas?

Cardeal Husar: Não sei se poderia identificar uma em particular, mas, em geral, é a falta de confiança nas pessoas, nos vizinhos e inclusive nos membros da própria família, porque todo o sistema se apoiava no medo e o medo consistia em não confiar em ninguém.

O senhor disse, certa vez: “O problema é que o Leste – isto é, a tradição bizantina – não conhece o Ocidente, a Igreja latina, e o Ocidente não conhece o Oriente”. O que o senhor quis dizer com isso?

Cardeal Husar: Eu quis dizer isso quase literalmente. Neste sentido, a Europa Ocidental, isto é, a cultura latina, e a Europa Oriental, que basicamente é de cultura bizantina, não se conhecem simplesmente por circunstâncias históricas; não se deu o intercâmbio suficiente.

Pode haver duas razões para isso. Uma pode ser uma razão externa, a situação política, a divisão política entre Europa Ocidental e Oriental, que foi muito óbvia durante a Guerra Fria, a Cortina de Ferro. A mentalidade de uma “Cortina de Ferro” esteve presente durante décadas, talvez inclusive séculos. O segundo aspecto é que a Europa Ocidental, especialmente a cultura latina, foi também uma cultura católica, enquanto na Europa Oriental, devido a circunstâncias que estiveram presentes durante séculos, a cultura bizantina se identificou primariamente com as tradições ortodoxas. Falo aqui dos ortodoxos em sentido confessional, o que impediu um intercâmbio fácil entre estas duas culturas que, hoje, por conseguinte, conhecemos como Oriente e Ocidente.

O Papa João Paulo II falou de uma Europa com dois pulmões: o bizantino (ou ortodoxo) e o católico. Que dons a Igreja latina pode oferecer à bizantina e vice-versa?

Cardeal Husar: É necessário fazer aqui um pequeno esclarecimento, porque o aspecto oriental e ocidental – ou ambos os pulmões, se você preferir – não deveriam se identificar totalmente com os católicos e os ortodoxos. A maioria das pessoas do leste é ortodoxa e a maioria das do Ocidente é católica; no entanto, há católicos nas tradições orientais; então, não devemos fazer uma identificação dessa maneira exclusiva.

Mas o Santo Padre falava de um intercâmbio de dons, falando espiritualmente. Acho que há certos aspectos no Ocidente e no Oriente que, se ambas as partes conhecessem, enriqueceriam o Oriente com o Ocidente e vice-versa. Eu não saberia identificá-los de forma precisa, mas, em geral, um deles é a fé. E penso que deveríamos ser muito conscientes do fato de que, ainda que tenhamos dois pulmões, sempre há um coração atrás deles, e este único coração é Jesus Cristo, que é reconhecido por culturas diferentes de maneiras diferentes, mas que essencialmente é o mesmo Jesus Cristo no Ocidente e no Oriente. No entanto, há certos acentos e creio que estes deveriam ser estudados, deveriam ser a expressão desta partilha de dons.

O senhor conheceu o Pe. Werenfried, o fundador de Ajuda à Igreja que Sofre. Poderia me dizer qual foi a importância de Ajuda à Igreja que Sofre na história da Igreja Católica grega e qual é sua importância hoje?

Cardeal Husar: Nas décadas de 60, 70 e 80, o Pe. Werenfried, com Ajuda à Igreja que Sofre, a organização que ele fundou, amava nossa Igreja e ajudou nossa Igreja quando não era popular fazê-lo. Supunha-se que havíamos desaparecido, que haviam nos liquidado. Não deveríamos ser mencionados oficialmente, mas, naquele momento, o Pe. Werenfried estava disposto a ajudar em tudo que pudesse, naqueles dias de perseguição. Por isso, penso não somente na ajuda material oferecida, mas sobretudo na ajuda moral que ele nos deu: sua fé na nossa Igreja, em sua existência, em seu eventual renascimento. Acho que isso foi, para nós, de uma importância capital.

Hoje, certamente, a situação é diferente. Hoje, Ajuda à Igreja que Sofre nos apoia, por exemplo, ainda muito mais com certos projetos. Um dos maiores projetos é a Universidade Católica Ucraniana, a única universidade católica na antiga União Soviética. Quando o Santo Padre João Paulo II veio à Ucrânia, em 2001, passou pelo lugar onde estavam o seminário e a faculdade de teologia e onde estavam presentes os representantes da universidade. Entre eles, estava o Pe. Werenfried; o Santo Padre lhe agradeceu expressamente pelo que havia feito por nós. Acho que, neste sentido, nas novas condições de liberdade e desenvolvimento da nossa Igreja, o trabalho do Pe. Werenfried ainda continua.

* * *

Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann para "Deus chora na terra", um programa rádio-televisivo semanal produzido por Catholic Radio and Television Network, (CRTN), em colaboração com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.

Vida concebida deve-se proteger com o máximo cuidado

CIDADE DO VATICANO, domingo, 28 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – "A vida, uma vez concebida, deve ser protegida com o máximo cuidado", afirma Bento XVI.

O Papa presidiu no final da tarde desse sábado, na Basílica de São Pedro, as Primeiras Vésperas do I Domingo do Advento.

A celebração realizou-se no contexto da vigília pela vida do nascituro, a cuja participação foram convidadas a se unir as comunidades católicas de todo mundo.

Em sua homilia – segundo informa Rádio Vaticano –, o Papa convidou os protagonistas da política, da economia e da comunicação social a promoverem uma cultura de respeito pela vida. Ele pediu que se promovam condições favoráveis e redes de apoio ao acolhimento e desenvolvimento da vida.

“Há correntes culturais que procuram anestesiar as consciências com motivações enganadoras”, afirmou Bento XVI, sublinhando que o embrião no ventre materno “não é um amontoado de material biológico”, mas um “novo ser vivo”.

O Papa ressaltou os problemas que afetam as crianças após o nascimento, como abandono, fome, miséria, doença, abusos, violência e exploração.

"As muitas violações dos direitos das crianças que se comentem no mundo ferem dolorosamente a consciência de toda pessoa de boa vontade."

O Papa pediu o respeito, a defesa, o amor e o serviço pela vida, “toda vida humana”. Somente neste caminho se encontrarão “justiça, desenvolvimento, verdadeira liberdade, paz e felicidade”, disse.

A vigília pela vida do nascituro marcou também a conclusão do Congresso Internacional da Família promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, evento que abordou o tema da família como sujeito ativo na pastoral e no anúncio missionário.

sábado, 27 de novembro de 2010

Liturgia Da Palavra


Missa Do 1ª Domingo Do Advento

PRIMEIRA LEITURA

Leitura do Livro do profeta Isaías:

1Visão de Isaías, filho de Amós, sobre Judá e Jerusalém.
2Acontecerá, nos últimos tempos, que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, 3para lá irão numerosos povos e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos”; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate.
5Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
_____________________________________________________________________ SALMO RSPONSORIAL

— Que alegria, quando me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”
— Que alegria, quando me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”

— Que alegria, quando ouvi que me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”/ E agora nossos pés já se detêm,/ Jerusalém, em tuas portas.
— Para lá sobem as tribos de Israel,/ as tribos do Senhor./ Para louvar, segundo a lei de Israel,/ o nome do Senhor./ A sede da justiça lá está/ e o trono de Davi.
— Rogai que viva em paz Jerusalém,/ e em segurança os que te amam!/ Que a paz habite dentro de teus muros,/ tranquilidade em teus palácios!
— Por amor a meus irmãos e meus amigos,/ peço: “A paz esteja em ti!”/ Pelo amor que tenho à casa do Senhor,/ eu te desejo todo bem!
_____________________________________________________________________ SEGUNDA LEITURA

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: 11Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar./ Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé.
12A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.
13Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. 14aPelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
______________________________________________________________________ SANTO EVANGELHO

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37“A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. 38Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 39E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem.
40Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. 41Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.
42Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
43Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
44Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

“Se a Europa se envergonhar do Cristianismo, não terá futuro”

BRUXELAS, sexta-feira, 26 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - “É preciso abandonar a neutralidade que a Europa tem adotado sem posicionar-se a favor de si mesma e de sua história”, disse Dom Rino Fisichella, durante uma intervenção à COMECE (Comissão de Episcopados da União Europeia).

Dom Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, participou, na quarta-feira à noite, da mesa redonda inaugural da plenária da COMECE, organismo que está cumprindo 30 anos de atuação.

Em sua intervenção, o prelado observou a importância de voltar a propor a fé cristã à Europa, não somente como parte de seu passado mas também de seu futuro.

“Nenhum de nós deveria cair na armadilha de pensar na união da Europa esquecendo que suas raízes nascem na fé que alimenta durante séculos a convivência e o progresso de povos diferentes”.

Os europeus “não têm uma língua só, e temos tradições culturais e jurídicas distintas; entretanto, nosso denominador comum é facilmente identificável no Cristianismo”.

Por isso, que ninguém crie ilusões sobre o futuro: não haverá uma Europa realmente unida prescindindo do que ela tem sido. Não será possível impor a cidadãos tão distintos um sentimento de pertença a uma realidade sem raízes e sem alma”.

O prelado insistiu em que “somente uma forte identidade compartilhada poderá erradicar formas de fundamentalismo e de extremismo”.

“Se a Europa se envergonhar do que tem sido, das raízes que a sustentam e da identidade cristã que ainda a modela, não terá futuro. A conclusão poderá ser somente a de um ocaso irreversível.”

“Se a política não for capaz de um salto de qualidade que leve a encontrar um sistema de valores de referência que vá mais além da imposição ideológica, a contribuição à construção da Europa se verá comprometida”.

Entretanto, o prelado observou que, longe de buscar soluções, a Europa continua caminhando em direção a seu próprio colapso, com leis e medidas que vão contra seus próprios valores.

É necessário, afirmou, apoiar novamente a família, “se não se fizer isso por convicção, pelo menos por cálculo econômico”, para “evitar a decadência da responsabilidade social que se comprova constantemente”.

Outro desafio importante é a defesa da vida humana desde o instante de sua concepção até sua conclusão natural.

Dom Fisichella afirmou que vê no horizonte “a exigência de criar um modelo de humanismo capaz de realizar a síntese necessária entre o que é fruto da conquista dos séculos precedentes e a sensibilidade com a que interpretamos nosso presente”.

“Nós, os católicos, não nos subtrairemos à responsabilidade e não aceitaremos ser marginalizados. Estamos convencidos, de fato, de que nossa presença é essencial para que o processo em curso chegue a bom termo”.

Sem a presença significativa dos católicos, afirma, “a Europa seria em todo caso mais pobre, mais isolada e menos atrativa”.

Filipinas: de terra de missão a potencial evangelizadora

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 26 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Com quase 74 milhões de fiéis, o que representa 81,5% de católicos, Filipinas conta com mais católicos que qualquer país europeu. O país tem hoje 54 dioceses e 16 arquidioceses.

Os bispos filipinos começaram ontem sua visita Ad limina apostolorum em Roma, durante a qual estarão presentes nos diferentes dicastérios, apresentarão relatórios sobre o trabalho realizado em suas dioceses e serão recebidos em audiência pelo Papa.

Filipinas tem vivido um papel cada vez mais preponderante na missão da Igreja nos últimos anos pelo crescimento da fé católica no país.

Bispos, sacerdotes, religiosos e leigos têm atuado, muitas vezes, como consciência crítica diante dos males que afligem esta sociedade como a pobreza, a corrupção e a falta de estabilidade. Diante desse panorama, convidam a viver valores como a democracia, a transparência e uma vida moral reta.

A voz da Igreja tem sido um importante ponto de referência em momentos da vida nacional marcados por escândalos de corrupção e tentativas de golpes de Estado.

Os bispos filipinos têm se pronunciado em varias ocasiões contra soluções violentas, lançando um apelo ao discernimento sério dando critérios de transparência e justiça e também de oração comum.

Na discussão de temas polêmicos como decisões sobre o aborto, pena de norte, pobreza, a corrupção e a paz, os bispos têm tido uma participação constante. “Em parte somos escutados”, afirmou à Radio Vaticana Dom Nereo Odchimar, bispo de Tandag e presidente da Conferência Episcopal Filipina.

“Existem pessoas, especialmente através dos meios de comunicação, que apóiam a promoção do controle artificial da natalidade”, observou o prelado.

O leigo e sua missão

Dom Tandag se referiu também ao tema dos leigos que trabalham comprometidamente como a família, o valor e a dignidade da pessoa e o respeito dos direitos humanos.

“Damos uma atenção particular à família”, disse o bispo, “para preservá-la dos perigos de fragmentação que pode ocorrer devido à forte imigração e aos ataques de fenômenos como o aborto, o divórcio e os modelos de vida consumista”.

E explicou algumas iniciativas dos leigos: “Há médicos que explicam os limites dos argumentos dos argumentos a favor da lei sobre saúde reprodutiva desde um ponto de vista científico ou do direito, que defendem a posição da Igreja a favor da vida”.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Papa preside exéquias do cardeal Navarrete, “mestre da justiça”


CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - "Mestre da justiça": assim se referiu o Papa Bento XVI, durante as exéquias do cardeal espanhol Urbano Navarrete, celebradas na Basílica do Vaticano pelo Decano do Colégio Cardinalício, cardeal Angelo Sodano. Após a Missa, o Papa presidiu o rito da Última Encomendação e Despedida do purpurado, que morreu na segunda-feira passada, aos 90 anos.

Urbano Navarrete faleceu após "uma longa e fecunda peregrinação terrena", disse o Papa, com emoção e gratidão, falando sobre o perfil do cardeal.

Bento XVI desejou que a fé do purpurado jesuíta, considerado um dos maiores especialistas em Direito Canônico do século XX, "se converta em visão, encontro face a face com Deus, em cujo amor ele soube reconhecer e buscar o cumprimento de toda lei".

"O estudo meticuloso e o ensino apaixonado do Direito Canônico representaram elementos centrais na sua vida. Educar especialmente as jovens gerações na verdadeira justiça, a de Cristo, a do Evangelho: eis o ministério que o cardeal Navarrete desempenhou ao longo de toda a sua vida", disse o Santo Padre.

"Ele pertence, assim queremos crer, ao grupo daqueles que gastaram sem reserva a sua existência pelo Reino de Deus e, por isso, confiamos que seu nome está agora escrito no ‘livro da vida'", acrescentou o Papa, que criou o Pe. Navarrete cardeal no dia 24 de novembro de 2007.

Urbano Navarrete Cortés nasceu Camarena de la Sierra, Teruel, a 25 de maio de 1920. Foi ordenado sacerdote em 31 de maio de 1952, no Congresso Eucarístico Internacional de Barcelona.

"Especialista em direito matrimonial - recordou o Papa -, decano da Faculdade de Direito Canônico da Pontifícia Universidade Gregoriana, depois reitor da mesma universidade, contribuiu na revisão do Código de Direito Canônico e foi consultor de vários organismos da Cúria Romana, além de testemunha de acontecimentos históricos, como o Sínodo Diocesano de Roma e o Concílio Vaticano II."

Em maio de 1994, foi investido doutor Honoris Causa pela Faculdade de Direito Canônico da Universidade Pontifícia de Salamanca.

No final da exortação, Bento XVI revelou que "três princípios básicos sempre inspiraram a sua vida como estudioso: muito amor pelo passado, sensibilidade diante dos problemas, exigências e desafios do presente, e capacidade de abrir-se ao futuro sem medo, mas com esperança, a que provém da fé", concluiu o Papa.

“Regra beneditina” para os católicos contida em “Luz do mundo”

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – No último parágrafo de “Luz do Mundo”, Bento XVI define um objetivo: “que cheguemos a ser capazes de Deus e, assim, possamos entrar na vida autêntica, na vida eterna”.

O livro-entrevista apresentado nessa terça-feira no Vaticano aponta para essa meta e está repleto de indicações, conselhos e referências a objetivos para alcançá-la.

A palavra “tarefa” aparece em várias ocasiões. Através de suas respostas a mais de duzentas perguntas de diversos temas, o Papa oferece um itinerário aos leitores e indica uma espécie de “regra beneditina”, um verdadeiro programa para os católicos de hoje.

O autor da entrevista, o jornalista alemão Peter Seewald, explica no prefácio do livro que, para o Papa, “a tarefa é mostrar às pessoas Deus e dizer-lhes a verdade”.

Neste sentido, o pontífice explica que “hoje o importante é que se veja de novo que Deus existe, que Deus nos incumbe e que Ele nos responde”. Segundo o Papa, é preciso dar prioridade à “pergunta sobre Deus”.

Igreja

O bispo de Roma explica qual é a incumbência da Igreja: “a tarefa não é elaborar algum produto ou ter êxito na venda de mercadorias. A tarefa consiste, em contrapartida, em viver exemplarmente a fé, anunciá-la e, ao mesmo tempo, manter esta mesma comunidade de aderentes voluntários, que se estende através de todas as culturas, nações e tempos e não se baseia em interesses externos, mas em uma relação interior com Cristo e, desse modo, com Deus”.

Liturgia

Sobre isso, explica que “os âmbitos da liturgia são âmbitos de refúgio. Mas também nas diferentes comunidades e movimentos, nas paróquias, nas celebrações dos sacramentos, nas práticas de piedade, nas peregrinações, etc, a Igreja tenta oferecer defesas e desenvolver também refúgios em que, em contraposição a tudo de despedaçado que nos cerca, faça-se brilhar novamente a beleza do mundo e a possibilidade de viver”.

A respeito da liturgia, o Papa indica que “o que importa é que a palavra de Deus e a realidade do sacramento estejam no centro (...), e que a liturgia não se converta em uma apresentação de nós mesmos”.

Tarefas do cristão

“Ser cristão não deve se converter em algo assim como um estrato arcaico que de alguma maneira retenho e que vive em certa medida de forma paralela à modernidade – adverte o Papa –. Ser cristão em si mesmo é algo vivo, algo moderno, que configura e molda toda minha modernidade.”

“O importante é que tentemos viver e pensar o cristianismo de tal maneira que assuma em si a boa, correta modernidade, e que ao mesmo tempo se afaste e distinga do que se converteu em contrarreligião”, resume.

“Onde a fé tem de fazer próprias as formas e figuras da modernidade e onde tem de oferecer resistência? Esta grande luta atravessa hoje o mundo inteiro”, assinala, convidando à reflexão.

“Temos de manifestar – e viver também – que a infinitude de que o homem necessita só pode provir de Deus – indica –. Que Deus é de primeira necessidade para que seja possível resistir às tribulações deste tempo.”

Como caminho para realizá-lo, o Papa indica que “devemos procurar dizer realmente a substância enquanto tal, mas dizê-la de forma nova”.

“Encontramo-nos realmente em uma era em que se faz necessária uma nova evangelização, em que o único Evangelho deve ser anunciado em sua imensa, permanente racionalidade e, ao mesmo tempo, em seu poder, que ultrapassa a racionalidade, para chegar novamente a nosso pensamento e nossa compreensão.”

“O progresso interior de tradução das grandes palavras para a imagem verbal e conceitual de nosso tempo está avançando, mas ainda não se alcançou realmente – observa –. E isso só se pode conseguir se os homens viverem o cristianismo a partir d’Aquele que virá.”

Entre os desafios do cristianismo, Bento XVI também destaca a importância de se opor a “uma pressão de intolerância que, primeiramente, o caricaturiza – como pertencente a um pensar equivocado, errôneo – e, depois, em nome de uma aparente racionalidade, quer tirar-lhe o espaço de que necessita para respirar.”

Segundo o Papa, trata-se de continuar assinalando a fé como centro “e de captar a dramaticidade do tempo, seguir sustentando nele a palavra de Deus como palavra decisiva e dar, ao mesmo tempo, ao cristianismo, aquela simplicidade e profundidade sem a qual não pode atuar”.

Presença pública

O Papa revela que “frequentemente as pessoas se perguntam como é que os cristãos, que são pessoalmente crentes, não possuem a força para fazer que sua fé tenha uma maior eficácia política”.

Ele indica que “sobretudo devemos tentar que os homens não percam de vista Deus. Que reconheçam o tesouro que possuem. E que, depois, partindo da força da própria fé, possam se confrontar com o secularismo”.

“Só podemos esperar que a força interior da fé, que está presente no homem, chegue a ser depois poderosa no campo público, moldando assim o pensamento no âmbito público e não deixando que a sociedade caia simplesmente no abismo”, acrescentou.

Para Bento XVI, “hoje há que consolidar, vitalizar e ampliar este cristianismo de decisão, de modo que haja mais pessoas que vivam e confessem de novo, de maneira consciente, sua fé”.

“Por outro lado, devemos reconhecer que não somos simplesmente idênticos à cultura e à nação enquanto tais, ainda que tenhamos a força para imprimir-lhes e indicar-lhes valores, que elas assumem ainda quando a maioria não seja crente cristã.”

O livro conclui com frases alentadoras do Papa sobre o que Deus tem preparado para cada um: “Realmente Ele veio para que conheçamos a verdade. Para que possamos tocar Deus. Para que nos esteja aberta a porta. Para que encontremos a vida, a vida real, a que já não está submetida à morte”.

Vigília pela vida: aprofundar a consciência, diz cardeal

LISBOA, quinta-feira, 25 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – O Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, considera que a “vigília pela vida nascente”, convocada pelo Papa para este sábado, recorda a importância fundamental da Igreja atuar no campo da defesa da vida.

Em declarações disponibilizadas no Youtube, o cardeal Policarpo assinala que a vigília mundial “é uma forma de aprofundar, através da oração, a consciência dos católicos para o mistério da vida e para a responsabilidade que ela envolve”.

“É um convite para vermos em Cristo, o Verbo Encarnado, como a verdadeira fonte da vida”, afirma o purpurado, que convidou toda a diocese a participar do evento.

Segundo o Patriarca, a vida é hoje “muita ameaçada, em vários setores”. Ele assinala como exemplos a dificuldade de acolher e respeitar a vida gerada, a violência doméstica ou sobre as crianças e a pena de morte.

Santa Sé estuda excomungar bispo consagrado na China ilicitamente

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - No último sábado, dia 20, a Associação Católica Patriótica - a Igreja Católica considerada "oficial" na China e controlada pelo governo - ordenou um bispo, Joseph Guo Jincai, sem a aprovação do Papa. Além disso, obrigou 8 bispos legítimos - em comunhão com a Igreja de Roma e com o Papa - a participarem da cerimônia de ordenação. Tudo isso, não obstante os prévios protestos da Santa Sé.

A Santa Sé emitiu uma nota sobre o assunto afirmando que o Santo Padre recebeu a notícia com profunda consternação, uma vez que tal ordenação episcopal foi conferida sem o mandato apostólico e, portanto, representa uma "dolorosa ferida" para a comunhão eclesial, além de uma grave violação da disciplina católica.

A Santa Sé se reserva o direito de avaliar profundamente o ocorrido, entre outras coisas, do ponto de vista da validez e no que diz respeito à posição canônica dos bispos envolvidos.

"Sabe-se que, nos últimos dias, diversos bispos foram submetidos a pressões e a restrições da própria liberdade de movimento, com o objetivo de forçá-los a participarem e a conferirem a ordenação episcopal. Tais constrições perpetradas pelas autoridades governamentais e de segurança chinesas constituem uma grave violação da liberdade de religião e de consciência", manifesta a Santa Sé no comunicado.

De qualquer forma, precisa a nota, com esta ordenação ilegítima, tanto o Pe. Guo Jincai como os bispos que participaram da cerimônia poderiam incorrer na pena de excomunhão, com base no cânone 1382 do Código do Direito Canônico.

Este cânone afirma que "o bispo que confere a alguém a consagração episcopal sem mandato pontifício, assim como o que recebe a consagração, incorre em excomunhão latae sententiae, reservada à Sé Apostólica".

No comunicado, a Santa Sé informa: "Isso repercute dolorosamente, em primeiro lugar, sobre o Reverendo Joseph Guo Jincai, que, em razão dessa ordenação episcopal, encontra-se numa gravíssima condição canônica diante da Igreja na China e da Igreja Universal, expondo-se também às graves sanções previstas".

E mais adiante: "Tal ordenação não é benéfica para os católicos de Chengde; antes, coloca-os numa situação delicada e difícil, também do ponto de vista canônico, e os humilha, porque as autoridades civis chinesas querem impor a eles um pastor que não está em plena comunhão com o Santo Padre e com os demais bispos espalhados por todo o mundo.

Diálogo difícil

O comunicado lamenta, sobretudo, o fato de que esta decisão "unilateral" das autoridades chinesas tenha cortado o diálogo que, à custa de grande esforço, realizava-se com o fim de "superar as dificuldades e normalizar as relações":

"O Papa Bento XVI, em sua Carta à Igreja na China, datada de 2007, manifesta a disponibilidade da Santa Sé a um diálogo respeitoso e construtivo com as autoridades da República Popular da China, com o objetivo de superar as dificuldades e normalizar as relações (n. 4). Ao reafirmar tal disponibilidade, a Santa Sé constata, com grande tristeza, que as autoridades deixam que a gestão da Associação Católica Patriótica Chinesa - sob a influência do senhor Liu Bainian - assuma atitudes que ferem gravemente a Igreja Católica e impedem a realização do mencionado diálogo."

Bispos da Coreia do Sul afirmam que guerra só traz miséria

SEUL, quinta-feira, 25 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - Os bispos da Coreia do Sul convidaram os dois países a não sucumbir à espiral da violência. Separadas pelo paralelo 38 desde 1948, após os acontecimentos da 2ª Guerra Mundial, as duas Coreias vivem momentos diametralmente opostos.

A tensão entre as Coreias do Norte e do Sul, que tecnicamente permanecem em guerra, tem gerado confrontos militares ocasionais desde a assinatura de um cessar-fogo em 1953. No mais recente conflito, a Coreia do Norte disparou bombas de artilharia contra a ilha de Yeonpyeong, atingindo uma base militar sul-coreana e incendiando casas. Dois soldados morreram e 20 pessoas ficam feridas. A Coreia do Sul diz que conduzia exercícios militares antes do lançamento das bombas, mas insiste em que os disparos não estavam dirigidos à Coreia do Norte.

No campo da liberdade religiosa, enquanto no Norte o culto ao líder se converteu quase numa religião, a democracia consolidada no Sul é constitucionalmente neutra e não há registros de ameaças à liberdade de culto.

Segundo o relatório sobre o tema, apresentado pela organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) na terça-feira, em Madri, 43,1% da população do Sul é cristã.

"Oramos para que a situação política não piore e não se converta num conflito aberto. Pedimos ao Senhor que conceda aos dirigentes e a todos nós a força e a luz para superar esta crise", declarou o presidente da Conferência Episcopal sul-coreana, Cheju Peter Kang U-il, à agência Fides.

Os prelados sul-coreanos lançam um apelo aos governos do Sul e do Norte para que se reúnam e busquem o caminho do diálogo.

O bispo disse que o governo da Coreia do Sul ainda não sabe as razões do ataque à ilha de Yeonpyeong, que aumentou a tensão na península coreana, e o atribuiu a "razões de tática política". Para o bispo, poderia ser "uma maneira de desviar a atenção dos dramáticos problemas internos".

"Da escassa informação que recebemos sobre o Norte - explicou -, sabemos que a situação econômica é muito difícil e se sofre fome e miséria."

"Mas estou certo de que os líderes do Norte sabem que a guerra não conduz a lugar algum, que é somente uma catástrofe que provoca sofrimento aos civis. É uma possibilidade que devemos evitar por todos os meios."

O bispo instou a comunidade internacional a intervir e envolver a China no processo, já que "que tem um grande poder de influência sobre a Coreia do Norte". O prelado pediu as orações da Igreja universal.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Bento XVI, incompreendido por muitos jornalistas, segundo Seewald


ROMA, terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O autor do livro "Luz do mundo", Peter Seewald, está visivelmente decepcionado pelo fato de que a recepção do livro tenha se reduzido a artigos sobre o preservativo, quando ele pretende falar do "futuro do planeta", como indica no subtítulo: "O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos".

Durante a apresentação no Vaticano, hoje, o jornalista e escritor bávaro respondeu às perguntas dos jornalistas, em alemão, e deplorou diante deles a "crise do jornalismo", como demonstra a acolhida oferecida à sua obra.

"Nosso livro - afirma - evoca a sobrevivência do planeta que está ameaçado, o Papa lança um apelo à humanidade, nosso mundo está no transe do colapso e a metade dos jornalistas só se interessa pela questão do preservativo."

Seewald insiste em que o Papa busca "a humanização da sexualidade" e apresenta a questão de fundo: "A sexualidade tem algo a ver com o amor?". Trata-se da "responsabilidade da sexualidade".

Para o escritor, o excesso de concentração no tema do preservativo é "ridículo", enquanto se esquece da questão de transformar o mundo, que é a proposta do Papa, pois "não podemos continuar assim", como insiste o livro.

Peter Seewald reconhece que o Papa apresentou um amplo "panorama", em seis horas de entrevista realizadas em junho passado, em Castel Gandolfo, a residência de verão dos pontífices.

Sublinha que o importante é descobrir o que verdadeiramente o Papa "faz" e "diz": este é o "presente" deste livro, que permite "ouvir sua voz", a forma como "interpreta" seu pontificado, "viver" com ele de maneira muito pessoal.

O Papa se coloca na categoria dos papas "pequenos", frente aos "grandes" papas, como João Paulo II. No entanto, Seewald, quem descobriu a fé católica que havia perdido na juventude precisamente nos diálogos com o cardeal Joseph Ratzinger nos anos 90, não hesita em falar dele como um "gigante", por seu pensamento, sua "autenticidade" e sua capacidade de diálogo.

Reconhece que trabalhou sem a "censura" do Papa, quem o deixou escrever e só apontou algumas "precisões".

O jornalista admira no Papa seus "amplos horizontes" de intelectual "brilhante" e sua "força espiritual", assim como sua "simplicidade".

Em definitiva, permite descobrir um Ratzinger que não tem nada a ver com o que com frequência se diz dele: nem o "Panzer Kardinal" de ontem, nem o "Panzer Papst" de hoje, mas um Bento XVI que emana luz.

(Anita S. Bourdin)

Livro “Luz do mundo” em cápsulas

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O livro-entrevista "Luz do mundo", apresentado hoje no Vaticano, recolhe respostas francas de Bento XVI ao jornalista Peter Seewald sobre o Papa, a Igreja e os sinais dos tempos.

Apresentamos algumas das frases mais destacadas do livro.

* * *

Surpresa diante da sua eleição

"O fato de ver-me de repente diante dessa tarefa tão grande foi, como todos sabem, um choque para mim. A responsabilidade é realmente gigantesca."

Renúncia ao papado

"Se o papa chega a reconhecer com clareza que física, psíquica e mentalmente já não pode continuar seu ofício, tem o direito e, em certas circunstâncias, também o dever de renunciar."

Crise dos abusos

"Tudo isso foi para nós um choque e eu continuo me comovendo hoje assim como ontem, até no mais profundo."

Soluções para os abusos

"O importante é, em primeiro lugar, cuidar das vítimas e fazer todo o possível para ajudá-las e para estar ao seu lado com a vontade de contribuir para sua cura; em segundo lugar, evitar o máximo possível estes atos, por meio de uma seleção correta dos candidatos ao sacerdócio; e, em terceiro lugar, que os autores dos atos sejam castigados e excluídos de toda possibilidade de reincidir."

Enfrentar os abusos

"O que nunca deve acontecer é tentar escapar e pretender fingir não ter visto, deixando, assim, que os autores dos crimes continuem cometendo suas ações. Portanto, é necessária a vigilância da Igreja, o castigo para quem faltou e sobretudo a exclusão de todo acesso posterior às crianças."

Situação atual da Igreja

"A Igreja vive. Contemplada somente a partir da Europa, parece que se encontra em decadência. Mas esta é só uma parte do conjunto. Em outros continentes, ela cresce e vive, está repleta de dinamismo (...). Se a Igreja deixasse de estar presente, significaria um colapso de espaços vitais inteiros."

Relativismo

"Ninguém discutirá sobre o fato de que é preciso ser cuidadoso e cauteloso ao reivindicar a verdade. Mas descartá-la, sem mais nem menos, como inalcançável, exerce diretamente uma ação destrutiva."

Ecumenismo

"O mundo precisa de um potencial de testemunho a favor do Deus uno que nos fala em Cristo."

Diálogo inter-religioso

"Temos uma mensagem ética que dá orientação aos homens. E transmitir essa mensagem juntos é de suma importância na crise dos povos."

Islã

"Eu o reconheço como uma grande realidade religiosa com a qual devemos estar em diálogo."

Sexualidade

"O importante é que o homem é alma em corpo, que ele é ele mesmo enquanto corpo e que, por isso, é possível conceber o corpo de forma positiva e a sexualidade como um dom positivo. Através dela, o homem participa da condição criadora de Deus. Encontrar esta concepção positiva e cuidar desse tesouro que nos foi dado é uma grande tarefa."

Preservativos

"É óbvio que ela [a Igreja] não os vê como uma solução real e moral. Não obstante, em um ou outro caso, podem ser, na intenção de reduzir o perigo de contágio, um primeiro passo no caminho rumo a uma sexualidade vivida de forma diferente, rumo a uma sexualidade mais humana."

Pio XII

"Foi um dos grandes justos, que salvou muitos judeus, a tantos como nenhum outro."

Indissolubilidade do matrimônio

"Nós não podemos manipular essa palavra. Devemos deixá-la assim, ainda quando contradiga as formas de vida hoje dominantes."

Eucaristia

"Se é verdade - como acreditamos - que na Eucaristia Cristo está realmente presente, este é o acontecimento central, nem mais nem menos."

Celibato

"É sempre, por assim dizer, um ataque ao que o homem pensa normalmente, algo que só é realizável e crível se Deus existe."

Homossexualidade

"Se alguém tem inclinações homossexuais profundamente arraigadas - não se sabe até agora se são realmente inatas ou se surgem na primeira infância - e, em qualquer caso, se elas têm poder nessa pessoa, tais inclinações são para ela uma grande provação."

Ecologia

"Que o homem está ameaçado, que ameaça a si mesmo e ameaça o mundo, torna-se visível hoje por meio das provas científicas. Só poderá ser salvo se no seu coração crescerem as forças morais, forças que só podem vir do encontro com Deus."

Novas nomeações na Legião de Cristo

ROMA, terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - Ao longo dos últimos meses, o cardeal Velasio De Paolis, Delegado Pontifício para a Legião de Cristo e Movimento Regnum Christi, analisou o conselho geral da congregação e, entre outros temas, o funcionamento dos diversos órgãos de governo, assegurando que a autoridade se exerça da melhor maneira possível.

Neste contexto, a secretaria geral da congregação comunicou, ontem, a ampliação temporária do conselho geral dos Legionários de Cristo, além de duas novas nomeações.

"Dada a importância do trabalho que a Legião de Cristo deve realizar com a revisão das Constituições, se dará maior representatividade a todos os religiosos da Congregação no conselho geral", explica o comunicado.

"De acordo com a autoridade concedida pelo Santo Padre , o cardeal Velasio De Paolis, C.S., revogou, para esta ocasião e por esta vez, os respectivos números das Constituições da Legião de Cristo para ampliar o conselho geral de cinco a sete membros."

"Os dois novos conselheiros gerais serão nomeados pelo Delegado Pontifício a inícios de 2011, depois de uma consulta entre todos os sacerdotes e religiosos de votos perpétuos e os religiosos que já tenham realizado a primeira renovação de votos."

Novo diretor territorial para Itália e novo prefeito geral de estudos

Para respeitar com maior clareza a distinção entre os órgãos do governo geral e do governo territorial, o Pe. Álvaro Corcuera, L.C., diretor geral da congregação, com o consentimento de seu conselho, nomeou diretor territorial da Itália o Pe. Oscar Náder Kuri, L.C. Mexicano, ele assumirá suas funções a partir de 24 de dezembro, substituindo o Pe. Luis Garza Medina, L.C., que continuará servindo como vigário geral e delegado do diretor geral para a vida consagrada feminina, esclarece o comunicado.

O diretor geral da congregação, na presença de seu conselho e do delegado pontifício, nomeou o Pe. José Enrique Oyarzún Tapia, L.C., novo prefeito geral de estudos, substituindo o Pe. Luis Garza, L.C.

Sua tarefa como prefeito geral de estudos consistirá em ajudar o diretor geral e seu conselho em tudo o que se refere à formação intelectual, à atualização dos estudos e à integridade doutrinal dos membros da congregação dos Legionários de Cristo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Espanha acolhe convite do Papa a “velar por Deus e pelo homem”


MADRI, segunda-feira, 22 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - A Espanha acolhe o convite que Bento XVI fez durante sua recente viagem ao país, a "velar por Deus e pelo homem", promover o encontro entre fé e modernidade e realizar a nova evangelização.

Assim afirmou o presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), cardeal Antonio María Rouco Varela, em seu discurso inaugural da assembleia plenária do episcopado de novembro, que começou hoje em Madri.

O purpurado destacou, entre outros aspectos, o significado eclesial da visita do Papa e seu convite a "velar por Deus e pelo homem".

"O Papa veio nos falar, antes de tudo, de Deus - afirmou. A boa notícia do amor de Deus é, de fato, a motivação que dá unidade à missão apostólica em todos os campos: na paróquia, na escola, na família, no trabalho."

"O Sucessor de Pedro nos confrontou com o nosso passado, nosso presente e nosso futuro, para confirmar-nos na fé e incentivar-nos no trabalho da nova evangelização", sublinhou Rouco Varela.

Laicismo e nova evangelização

Por outro lado, indicou que o Papa apresentou as tensões como estímulo para o encontro evangelizador.

O Pontífice "se referiu ao 'laicismo forte e agressivo' surgido na Espanha no passado como uma espécie de outra face da moeda da vigorosa contribuição católica espanhola para o renascimento do catolicismo na Idade Moderna", recordou o cardeal.

Recordando que tal laicismo continua ativo na Espanha, o purpurado sublinhou a proposta de presente e de futuro do Papa: "o encontro entre fé e modernidade".

Neste sentido, o cardeal explicou que "a contribuição específica da Igreja para esse novo encontro é, para o Papa, a nova evangelização, ou seja, o anúncio renovado do Deus da misericórdia, da justiça e da liberdade".

"Esse encontro evangelizador da fé com a modernidade não acontecerá sem certas tensões - advertiu - porque 'não se pode dar culto a Deus sem velar pelo homem, seu filho'", disse, citando as palavras do Papa na Plaza del Obradoiro, de Santiago de Compostela.

Após recordar a visita do Papa, o cardeal destacou que seu ensinamento "supõe, sem dúvida, um grande estímulo para a nossa missão evangelizadora".

Nesta tarefa, sublinhou as reflexões da assembleia plenária da CEE do ano 2000, assim como as instruções mais recentes, de 2006. Recordou "os três objetivos sobre os quais refletíamos há quatro anos como caminhos práticos para responder ao desafio que o laicismo apresenta à consciência e à vida dos católicos e da Igreja neste momento".

Trata-se da formação das crianças, jovens e adultos na fé, mantendo fielmente a disciplina sacramental e a coerência da vida cristã; o anúncio do evangelho do matrimônio e da família; e o cuidado da Eucaristia dominical.

Nova versão da Bíblia

Finalmente, o purpurado manifestou a alegria dos bispos pela coincidência da publicação da exortação pós-sinodal Verbum Domini, apresentada em Roma no último dia 11, e da versão oficial espanhola da Bíblia Sagrada, que será apresentada em breve na sede da CEE.

Neste sentido, anunciou que, de 7 a 9 de fevereiro de 2011, será realizado um congresso que oferecerá a oportunidade de conhecer profundamente a nova versão oficial da Bíblia que se utilizará a partir de agora nos livros litúrgicos, na medida em que forem aprovados.

Também será um momento para compartilhar a reflexão sobre o lugar central da Sagrada Escritura na vida cristã e na ação evangelizadora da Igreja.

Condolências do Papa pela morte do cardeal Navarrete


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 22 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - Bento XVI expressou, em um telegrama, suas condolências pelo falecimento do cardeal espanhol Urbano Navarrete SJ, diácono de San Ponziano, ocorrido na manhã de hoje.

No texto, enviado ao prepósito geral da Companhia de Jesus, Pe. Adolfo Nicolás Pachón, o Pontífice expressa "sentimentos de profundas condolências" ao prepósito, "a toda a Companhia de Jesus e aos familiares do querido purpurado", que tinha 90 anos.

Confessa também ter "sentido sempre uma profunda estima" pelo cardeal Navarrete, "tanto pelo seu testemunho pessoal de vida cristã e consagrada como pelo seu exemplar serviço à formação das novas gerações, especialmente dos sacerdotes".

Recordando, finalmente, "o longo e competente serviço prestado pelo insigne jurista à Pontifícia Universidade Gregoriana, assim como à Santa Sé", eleva "ferventes orações de sufrágio para que o Senhor acolha sua alma escolhida no Reino eterno da luz e da paz".

O cardeal Navarrete havia nascido em Camarena de la Sierra, em 25 de maio de 1920, e foi ordenado sacerdote em 31 de maio de 1952.

Havia sido criado cardeal por Bento XVI no dia 24 de novembro de 2007.

Com sua morte, o Colégio Cardinalício fica com 202 membros, 121 dos quais são eleitores. Há 110 cardeais europeus, 21 da América do Norte, 31 da América Latina, 17 da África, 19 da Ásia e 4 da Oceania.

Reino Unido: ano da educação católica em resposta à visita papal

LONDRES, segunda-feira, 22 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - Os bispos da Inglaterra e Gales comemoração um "Ano da educação católica" como resposta à visita que Bento XVI realizou ao Reino Unido de 16 a 19 de setembro.

O anúncio foi feito pelo presidente da Conferência dos Bispos Católicos de Inglaterra e Gales, o arcebispo Vincent Nichols, na última sexta-feira, em coletiva de imprensa.

"O que faremos no 'Ano da educação católica' é comemorar os 150 anos de cooperação com o governo para proporcionar uma educação excelente", explicou.

Por meio de um comunicado divulgado após sua última reunião, o episcopado da Inglaterra e Gales destacou: "Valorizamos as conquistas das nossas escolas e institutos e compartilhamos seu compromisso pela constante busca da excelência" e "vamos comemorar isso com o 'Ano da educação católica'".

Os bispos refletiram juntos sobre a recente visita papal e agradeceram ao Pontífice "pela sua ênfase no imenso valor da educação católica" e "por tudo o que disse e fez".

Mensagens do Papa

Para os bispos, "foi central na mensagem do Papa Bento a insistência em que a religião tem uma função central a desempenhar na nossa sociedade e que todas as pessoas de fé têm uma contribuição importante e necessária a oferecer para o bem comum".

"Também fazemos nossas e difundimos as expressões do Santo Padre de vergonha, dor e pedido de perdão com relação ao imenso sofrimento causado pelo abuso de menores, especialmente na Igreja e por seus ministros."

Os bispos agradeceram o tempo que o Papa dedicou a encontrar-se com as vítimas dos abusos e recordaram que, "por meio da nossa Comissão Nacional Católica para a Proteção, estamos trabalhando com os sobreviventes para criar um 'caminho do cuidado', para dirigir a Igreja nesta tarefa".

Em sua reunião, os bispos refletiram também sobre a situação dos sacerdotes, "que vêm sofrendo a crítica pública e o desprezo", e lhes agradeceram por sua perseverança.

"Uma nova confiança"

"Esta visita nos deu uma nova confiança - afirmam. Também nos ajudou a dar um novo impulso à nossa identidade como católicos, tanto experimentada por nós mesmos como vista pelos demais."

"Desejamos fortalecer esta identidade, que se arraiga no dom da fé e que é fonte de tanta generosidade."

Outra das coisas pelas quais agradeceram ao Papa foi por "incentivar-nos a continuar trabalhando pela plena unidade visível da Igreja, enquanto nos preparamos para o estabelecimento de um ordinariato".

"Estamos felizes por reconhecer o convite do Santo Padre, que afirma que existimos 'para proclamar o Evangelho de novo em um ambiente muito secularizado'" e "renovamos nossa dedicação e nossa missão profética, destacando as necessidades dos pobres e dos menos favorecidos do mundo", declararam.

Também agradeceram ao Papa "por dar-nos o Beato John Henry Newman como modelo especial de discípulo fiel para o Reino Unido".

Agradecimentos

Por outro lado, agradeceram a Deus por esses dias, que foram para tantas pessoas "dias de alegria, de comemoração e de expressão pública de fé em Deus, especialmente da fé cristã".

Agradeceram à Rainha, "pelo convite feito a Sua Santidade e pelas gentis e pessoais boas-vindas que lhe deu".

Finalmente, "a todos os que ajudaram a que a visita apostólica se realizasse sem problemas", entre eles, as autoridades governamentais e locais, os corpos de segurança, o representante do primeiro-ministro para a organização da visita, Lord Chris Patten, e os membros da comunidade católica que trabalharam na organização.

domingo, 21 de novembro de 2010

Crisma 2010




Os Crismandos da paróquia são jorge receberam hj (21) o Sacramento da crisma que contou com a presença de varios adolecentes

Nascidos para a vida da graça pelo Batismo, é pelo sacramento da crisma que recebemos a maturidade da vida espiritual, ou seja, somos fortalecidos pelo divino espírito santo, que nos torna capazes de defender a nossa fé, de vencer as tentações, de procurarmos a santidade com todas as forças da alma.

Esse é um pequeno resumo do que é o sacramento de crisma que tanto se fala, e nessa data tão especial para os católicos, eles tendem em receber alguns dons como: temor de Deus, piedade, fortaleza, conselho, ciência, inteligência e sabedoria, esses são dons bastante importantes para a vida de qualquer pessoa que vive na terra pois sem eles você não será nada na vida e terá varias dificuldades.

Então todos devem participar dessa celebração e ter muita compaixão pois amar o próximo é muito importante e receber esses dons é melhor ainda, essa é a historia do sacramento de crisma que já acontece a bastante tempo.

Bento XVI: verdadeira fé é a que aceita a Cruz de Cristo


CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – A verdadeira fé é a que sabe aceitar a Cruz de Cristo; é nessa fé que se fundamenta o ministério do Papa e dos cardeais.

Foi o que explicou Bento XVI na manhã deste domingo, solenidade de Cristo Rei, ao presidir na Basílica Vaticana a concelebração eucarística com os 24 cardeais criados no consistório desse sábado, aos quais entregou nesta ocasião o anel cardinalício.

O anel é "sinal de dignidade, solicitude pastoral e de mais robusta comunhão com a Sé de Pedro", para que se reforce "o amor à Igreja".

"Pregai o Evangelho, testemunhai Cristo, edificai a Igreja santa de Deus, abençoai todos e a todos levai a paz de Cristo", pediu o Papa.

Em sua homilia, o Papa recordou que na leitura evangélica todos pedem a Jesus que desça da Cruz. Zombam d'Ele, mas é também um modo para desculpar-se, "como a dizer: não é nossa culpa o seu encontrar-se na Cruz; a culpa é somente sua, porque se fosse realmente o Filho de Deus, o Rei dos Judeus, não estaria aí, mas se salvaria descendo deste patíbulo infame".


"O drama que se dá sob a Cruz de Jesus é um drama universal; diz respeito a todos os homens diante de Deus que se revela por aquilo que é, ou seja, Amor. Em Jesus crucificado a divindade é desfigurada, espoliada de toda glória visível, mas está presente e é real.”

“Somente a fé sabe reconhecê-la: a fé de Maria, que une em seu coração também esta última peça do mosaico da vida de seu Filho; Ela ainda não vê tudo, mas continua confiando em Deus, repetindo mais uma vez com o mesmo abandono: ‘Eis a serva do Senhor’."

O Papa disse que daí emerge a mensagem fundamental que a Palavra de Deus diz hoje: "a mim, Sucessor de Pedro, e aos senhores cardeais". “Chama-nos a estar com Jesus, com Maria, e não a pedir-Lhe que desça da Cruz, mas permaneça ali com Ele”.

"E devemos fazê-lo por causa do nosso ministério, devemos fazê-lo não somente por nós mesmos, mas por toda a Igreja, por todo o povo de Deus."

"A participação no senhorio de Cristo se verifica concretamente somente ao partilhar o seu abaixamento, com a Cruz. Também o meu ministério, caros Irmãos, e consequentemente também o de vocês, consiste totalmente na fé."

Nesse sentido – frisou – o lugar autêntico do Vigário de Cristo é a Cruz, persistir na obediência à Cruz.

"Este ministério é difícil porque não se alinha ao modo de pensar dos homens – àquela lógica natural que, de certo modo, permanece sempre ativa também em nós mesmos.”

“Mas este é e permanece sendo sempre o nosso primeiro serviço, o serviço da fé, que transforma toda a vida: crer que Jesus é Deus, que é o Rei justamente porque chegou até aquele ponto, porque nos amou até o extremo."

"Eis a nossa alegria: participar, na Igreja, da plenitude de Cristo mediante a obediência à Cruz, participar da sorte dos santos na luz, ter sidos transferidos para o reino do Filho de Deus”

“Por isso nós vivemos em perene ação de graças, e também mediante as provações não faltam a alegria e a paz que Cristo nos deixou, qual antecipação do seu Reino, que já está no meio de nós, que aguardamos com fé e esperança, e pregustamos na caridade."

(Com Rádio Vaticano)

Protagonistas da caridade na Europa redescobrem sua motivação

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Mais de 300 responsáveis de organizações caritativas católicas europeias se reunirão no santuário mariano polonês de Częstochowa para redescobrir as motivações mais profundas pelas quais entregam sua vida aos demais.

Estes exercícios espirituais, organizados pelo Conselho Pontifício Cor Unum, foram apresentados ontem a um grupo de jornalistas pelo iminente cardeal Robert Sarah, novo presidente do dicastério vaticano, quem sublinhou como esta iniciativa busca aplicar uma das recomendações centrais da encíclica Deus Caritas est.

O encontro acontecerá de 29 de novembro a 3 de dezembro, com a presença de 5 cardeais e 50 bispos, de 26 nações.

As meditações desses dias de exercícios serão dirigidas pela abadessa Theresa Brenninkmeijer, O. Cist., de nacionalidade holandesa.

Dom Anthony Jesus Figueiredo, encarregado da organização do encontro, explicou que, com esta iniciativa, busca-se responder ao convite que Bento XVI faz na encíclica: formar antes de tudo “o coração daqueles que, como as agências caritativas que se identificam na Igreja Católica, além de tornar concreto o amor caritativo, devem dar a conhecer o verdadeiro rosto desse amor, o rosto de Cristo”.

Este é o terceiro continente que começa esta iniciativa, depois dos exercícios espirituais realizados em Guadalajara (México), em 2008, e em Taipei (Taiwan), em 2009. Em alguns países, começaram a oferecer estes exercícios para os agentes da caridade no âmbito nacional ou diocesano.

Dom Giovanni Pietro Dal Toso, secretário do Conselho Pontifício Cor Unum, reconheceu que esta atividade oferece também uma reflexão para a Igreja universal sobre a identidade das instituições católicas de ajuda.

Esta questão tem repercussões diretas, como, por exemplo, a construção de uma igreja ou um projeto de reconstrução, acrescenta Dom Dal Toso, recordando, com Bento XVI, que estas agências são uma “obra própria” da Igreja Católica, com todas as suas consequências.

“Levar em consideração a religião na assistência humanitária obviamente é importante para uma obra católica. Que se ofereça assistência religiosa em um campo de refugiados é muito importante, é um exemplo do que quer dizer para nós acompanhar as agências católicas para que se sintam como parte da missão da Igreja”, acrescenta Dom Dal Toso.

Dom Figueiredo citou, como exemplo destas implicações, o caso de agências católicas de adoção na Inglaterra, que tiveram de fechar suas portas ao negar-se a entregar crianças a casais homossexuais, em coerência com sua identidade.

(Jesús Colina)

As palavras do Papa sobre a sexualidade e o preservativo

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Meios de comunicação de todo o mundo publicam comentários e notícias sobre a posição moral de Bento XVI sobre o preservativo, desde que se veicularam algumas passagens de seu livro-entrevista “Luz do mundo”. O livro, realizado pelo jornalista alemão Peter Seewald, será publicado no dia 23 de novembro.

Apresentamos uma tradução de trabalho sobre a passagem sobre “A sexualidade” divulgada por L'Osservatore Romano.

* * *
Concentrar-se só no preservativo quer dizer banalizar a sexualidade e esta banalização representa precisamente o motivo pelo qual muitas pessoas já não veem na sexualidade a expressão de seu amor, mas só uma espécie de droga, que se fornecem por sua conta. Por este motivo, também a luta contra a banalização da sexualidade forma parte do grande esforço para que a sexualidade seja valorizada positivamente e possa exercer seu efeito positivo no ser humano em sua totalidade.

Pode haver casos justificados singulares, por exemplo, quando uma prostituta utiliza um preservativo, e este pode ser o primeiro passo para uma moralização, um primeiro ato de responsabilidade para desenvolver de novo a consciência sobre o fato de que nem tudo está permitido e de que não se pode fazer tudo o que se quer. No entanto, este não é o verdadeiro modo para vencer a infecção do HIV. É verdadeiramente necessária uma humanização da sexualidade.

Liturgia Da Palavra


Solenidade De Cristo Rei

PRIMEIRA LEITURA

Leitura do Segundo Livro de Samuel:

Naqueles dias, 1todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. 2Tempos atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’”.
3Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até ao rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
______________________________________________________________________ SALMO RESPONSÓRIAL

— Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!
— Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!

— Que alegria, quando ouvi que me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”/ E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.

— Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor./ Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.
______________________________________________________________________ SEGUNDA LEITURA

Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses:

Irmãos: 12Com alegria dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. 13Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, 14por quem temos a redenção, o perdão dos pecados. 15Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, 16pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
17Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência. 18Ele é a Cabeça do Corpo, isto é, da Igreja. Ele é o princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, 19porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude 20e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
_____________________________________________________________________ SANTO EVANGELHO

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 35os chefes zombavam de Jesus dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”
36Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”
38Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”.
39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”
40Mas o outro o repreendeu, dizendo: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. 42E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”.
43Jesus lhe respondeu: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Papa pede mais empenho em tornar efetivo o direito à saúde


CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 19 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O Papa pede um compromisso "em todos os níveis" para que o direito à saúde seja verdadeiramente efetivo para todas as pessoas, especialmente nos países pobres.

O desejo do Pontífice foi expresso em mensagem enviada aos participantes da 25ª Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, que se realiza no Vaticano.

No texto, dirigido ao presidente deste dicastério, Dom Zygmunt Zimowski, o Papa salienta que esta Conferência, cujo tema, "Caritas in Veritate - Por uma atenção sanitária equitativa e humana", "se insere exatamente no ano comemorativo dos 25 anos da instituição do dicastério e oferece um motivo ulterior para agradecer a Deus por este precioso instrumento para o apostolado da misericórdia".

O tema escolhido, observa, "reveste-se de um interesse particular para a comunidade cristã, em que é central o cuidado para o ser homem, por sua dignidade transcendente e por seus direitos inalienáveis".

De fato, a saúde "é um bem precioso para a pessoa e a coletividade a se promover, conservar e tutelar, dedicando meios, recursos e energias necessárias, a fim de que mais pessoas possam usufruí-la".

"Infelizmente - denuncia o bispo de Roma -, ainda hoje permanece o problema de muitas populações do mundo que não têm acesso aos recursos necessários para satisfazer as necessidades básicas, de modo particular no que diz respeito à saúde."

Se, em alguns lugares, assiste-se "a uma atenção à saúde que corre o risco de se transformar em consumismo farmacológico, médico e cirúrgico, tornando-se quase um culto ao corpo", em outros, entretanto, "vê-se as dificuldades de milhões de pessoas para acessar condições de subsistência mínimas e remédios indispensáveis para curar-se".

Diante dessa realidade, "é necessário trabalhar com maior empenho em todos os níveis, a fim de que o direito à saúde torne-se efetivo, favorecendo o acesso aos cuidados sanitários básicos".

Saúde, justiça e caridade

Também no campo da saúde, constata o Papa, "é importante instaurar uma verdadeira justiça distributiva, que garanta a todos os cuidados adequados".

O mundo da saúde, portanto, "não pode isentar-se das regras morais que devem governá-lo para que não se converta em desumano".

O Papa cita sua encíclica Caritas in Veritate, na qual relembra como a doutrina social da Igreja sempre demonstrou "a importância da justiça distributiva e a justiça social nos diversos campos das relações humanas".

O vínculo entre justiça e caridade, na perspectiva cristã, é muito estreito.

"Quem ama com caridade os outros é, antes de tudo, justo para com eles. Não só a justiça não é estranha à caridade, não é apenas uma alternativa ou em paralelo com a caridade: a justiça é ‘inseparável da caridade', intrínseca a ela. A justiça é a principal forma de caridade."

Ecumenismo não é “negociar acordo”, diz Papa


CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 19 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – O diálogo ecumênico não tem os objetivos “políticos” de chegar a “compromissos aceitáveis” entre as diferentes confissões cristãs, mas “à unidade na verdade”, assegura Bento XVI.

O pontífice fez essa afirmação nessa quinta-feira, no discurso que dirigiu aos participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, que celebra seus 50 anos de vida.

“Ainda em presença de novas situações problemáticas ou de pontos difíceis para o diálogo, a meta do caminho ecumênico continua imutável, como também o firme empenho em persegui-la”, disse o Santo Padre.

“Não se trata, no entanto, de um empenho segundo categorias, por assim dizer, políticas, em que entram em jogo a capacidade de negociar ou a maior capacidade de encontrar compromissos, pelo que se poderia esperar, como bons mediadores, que após um certo tempo se chegasse a acordos aceitáveis para todos.”

“A ação ecumênica tem um duplo movimento” – afirmou –. De um lado está “a busca convencida, apaixonada e tenaz para encontrar toda a unidade na verdade, para idear modelos de unidade, para iluminar oposições e pontos obscuros para alcançar a unidade”.

“E isso no necessário diálogo teológico, mas sobretudo na oração e na penitência, nesse ecumenismo espiritual que constitui o coração latente de todo o caminho: a unidade dos cristãos é e continua sendo, oração, habita na oração.”

Em segundo lugar, citou “outro movimento operativo, que surge da firme consciência de que nós não sabemos a hora da realização da unidade entre todos os discípulos de Cristo e não a podemos conhecer, porque a unidade não ‘a fazemos nós’, Deus ‘a faz’: vem do alto, da unidade do Pai com o Filho no diálogo de amor que é o Espírito Santo; é um tomar parte na unidade divina”.

Segundo o Papa, “isso não deve fazer diminuir nosso compromisso, ao contrário, deve nos tornar cada vez mais atentos a captar os sinais dos tempos do Senhor, sabendo reconhecer com gratidão o que já nos une e trabalhando para que se consolide e cresça”.

Ao concluir, o bispo de Roma reconheceu que “também no caminho ecumênico se trata de deixar para Deus o que é unicamente seu e de explorar, com seriedade, constância e dedicação, o que é tarefa nossa, tendo em conta que ao nosso compromisso pertencem os binômios de atuar e sofrer, de atividade e paciência, de cansaço e alegria”.