segunda-feira, 9 de maio de 2011

Papa em Veneza: nova evangelização para o nordeste italiano

A visita de Bento XVI neste final de semana a Aquileia e Veneza converteu-se em um acontecimento da nova evangelização para o nordeste italiano, região rica, mas que está sob a névoa da crise econômica e de valores.

O momento culminante da 22ª visita pastoral deste pontificado à Itália aconteceu neste domingo ao meio-dia, com a participação de cerca de 300 mil pessoas, no parque São Juliano, em Mestre, na missa presidida pelo bispo de Roma.

A multidão procedia não só das dioceses próximas, mas também da Eslovênia, Croácia, Áustria e Baviera, terras pelas quais se estendia na Idade Média o patriarcado de Aquileia.

A homilia que o Papa dirigiu aos fiéis converteu-se em um autêntico estímulo para estes cristãos, que vêem como em suas regiões as raízes cristãs estão secando, por causa de um modelo consumista de sociedade.

“Vocês vivem em um contexto no qual o cristianismo apresenta-se como a fé que acompanhou, por séculos, o caminho de tantos povos, inclusive através das perseguições e provas mais duras”, afirmou.

No entanto – disse –, hoje, esta qualidade de “ser de Cristo” “corre o risco de se esvaziar de sua verdade e de seus conteúdos mais profundos; corre o risco de se converter em um horizonte que só toca a vida superficialmente, mais em seus aspectos sociais e culturais”.

Corre-se o risco – disse – de se contentar com um cristianismo “no qual a experiência de fé em Jesus crucificado e ressuscitado não ilumina o caminho da existência”.

No fundo – sublinhou – a situação dos cristãos do nordeste italiano é parecida com a dos discípulos de Emaús, a quem Jesus apareceu após a ressurreição, deprimidos ante a morte de seu mestre, que lhes parecia algo inexorável.

“Isso ocorre quando os discípulos de hoje se afastam da Jerusalém do Crucificado e do Ressuscitado, quando deixam de crer na força e na presença viva do Senhor.”

“O problema do mal, da dor e do sofrimento, o problema da injustiça e do abuso, o medo dos demais, dos estranhos e dos que de longe chegam a nossas terras e parecem atentar contra aquilo que somos, levam os cristãos de hoje a dizer com tristeza: esperávamos que o Senhor nos libertasse do mal, da dor, do sofrimento, do medo, da injustiça”, reconheceu.

O Papa convidou esses cristãos a redescobrirem Cristo através da Palavra de Deus e do sacramento de seu Corpo e seu Sangue, que isso “nos restitua o olhar da fé, para ver tudo e todos com os olhos de Deus e à luz do seu amor”.

Este foi o conselho que o Santo Padre deixou aos peregrinos: “Sejam santos. Coloquem Cristo no centro de suas vidas. Construam sobre Ele o edifício de sua existência”.


“Em Jesus, vocês encontrarão a força para se abrir aos demais e para fazer de vocês mesmos, com seu exemplo, um dom para toda a humanidade”, disse.

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