sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mudanças na Congregação para o Clero e em “Cor Unum”

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 7 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - O Papa nomeou Dom Mauro Piacenza como prefeito da Congregação para o Clero, em substituição do cardeal Cláudio Hummes, que havia apresentado sua renúncia por motivos de idade, segundo informou hoje a Sala de Imprensa da Santa Sé.

Por outro lado, Bento XVI nomeou o arcebispo africano Robert Sarah, até agora secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, como presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, substituindo, assim, o cardeal Paul Josep Cordes, quem também havia apresentado sua renúncia ao cargo por razões de idade.

Após a divulgação da sua nomeação, Dom Piacenza, até agora secretário da Congregação para o Clero, destacou a ZENIT sua vontade de "trabalhar incansavelmente pelo verdadeiro bem do clero e da santa Igreja, sem antepor jamais nada ao amor de Cristo".

Também indicou a necessidade da formação inicial e permanente do clero, "sobre a qual é preciso vigiar continuamente, porque não formamos ‘funcionários de Deus', mas ‘outros Cristos'".

Dom Piacenza trabalha na Congregação para o Clero desde 1990. Em 1997, foi nomeado chefe de departamento; em 2000, subsecretário; e agora, prefeito.

Nascido em Gênova (Itália) há 66 anos, foi ordenado sacerdote em 1969. Em 2003, foi nomeado presidente da Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja. Ao mesmo tempo, foi presidente da Comissão Pontifícia de Arqueologia Sacra.

O cardeal Cláudio Hummes, OFM, esteve à frente da congregação desde 31 de outubro de 2006. No último mês de agosto, cumpriu 76 anos.

Nascido em Montenegro, no sul do Brasil, no seio de uma família de origem alemã, foi ordenado sacerdote em Divinópolis (Minas Gerais) em 1958, pertencendo à Ordem Franciscana dos Irmãos Menores.

Nomeado bispo coadjutor e depois bispo diocesano de Santo André em 1975, João Paulo II o nomeou arcebispo de Fortaleza em 21 de julho de 1996. O mesmo papa o nomeou arcebispo de São Paulo em 1988 e o criou cardeal em 2001.

Em 2002, o Papa Karol Wojtyla lhe confiou a tarefa de pregar os exercícios espirituais à Cúria Romana, meditando sobre como ser discípulos de Cristo.

Destaca-se seu compromisso a favor do diálogo ecumênico, da promoção dos leigos, da pastoral operária e da formação dos sacerdotes.

Ele foi um dos artífices do Encontro Mundial das Famílias com João Paulo II, no Rio de Janeiro, em 1997.

Seu trabalho pelos sacerdotes encontrou um momento culminante durante o Ano Sacerdotal, que a Igreja celebrou de junho de 2009 a junho de 2010.

A Congregação para o Clero recolhe, sugere e promove iniciativas para a santidade e a formação intelectual e pastoral do clero (sacerdotes diocesanos e diáconos).

Também cuida dos capítulos catedralícios, os conselhos pastorais, os conselhos presbiterais, as paróquias, os párocos e sacerdotes que exercem o ministério pastoral, e dá seguimento à catequese.

Esta congregação vaticana também é competente em matéria de conservação e administração dos bens temporais da Igreja: bens imóveis, taxas, tributos e doações.

Por sua vez, o novo presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, Dom Robert Sarah, de 65 anos, é o arcebispo emérito de Conakry (Guiné-Bissau).

Nascido em Ourous (na arquidiocese de Conakry), recebeu a ordenação sacerdotal em 20 de julho de 1969. Em 13 de agosto de 1979, foi nomeado bispo de Conakry; e foi consagrado no dia 8 de dezembro desse mesmo ano. No dia 1º de outubro de 2001, foi nomeado secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos.

O cardeal Cordes (a quem o Papa recebeu em audiência precisamente hoje), de 76 anos, deixa a presidência do Conselho Pontifício Cor Unum, cargo que João Paulo II lhe confiou no dia 2 de dezembro de 1995.

Nascido em Kirchhundem (Alemanha), foi ordenado sacerdote em 1961. Foi nomeado bispo auxiliar de Paderborn em 1975. Em 1980, foi nomeado vice-presidente do Conselho Pontifício para os Leigos e, em 24 de novembro de 2007, foi criado cardeal.

Cor Unum (um só coração) é o conselho pontifício encarregado de coordenar e promover a caridade na Igreja.

Foi criado para a promoção humana e cristã pelo Papa Paulo VI, com a carta Amoris officio, de 15 de julho de 1971.

Cor Unum "exprime a solicitude da Igreja Católica para com os necessitados, a fim de que seja favorecida a fraternidade humana e se manifeste a caridade de Cristo", segundo estabeleceu João Paulo II na constituição apostólica Pastor bonus (art. 145).

Entre seus objetivos, o dicastério vaticano busca ser instrumento executivo do Santo Padre quando empreende iniciativas humanitárias especiais, em casos de calamidade ou no campo da promoção humana integral.

Também promove a catequese da caridade e estimula os fiéis a darem testemunho concreto da caridade evangélica; favorece e coordena as iniciativas das instituições católicas mediante a troca de informações no espírito de fraterna colaboração, com o fim de favorecer o desenvolvimento integral.

Entre outras, tem a tarefa especial de acompanhar a atividade da Cáritas Internacional, confederação de mais de 160 organismos caritativos, em geral instituições nacionais responsáveis pela atividade caritativa, reconhecidas por suas respectivas conferências episcopais.

Também aplica as disposições do Papa referentes ao sustento da promoção humana integral nos países em vias de desenvolvimento.

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