terça-feira, 26 de outubro de 2010

Religiões, preciosas para superar dificuldades das migrações

ROMA, terça-feira, 26 de outubro de 2010 (ZENIT.org) – A dimensão religiosa pode ajudar na resolução de crises e instabilidades advindas do fenômeno migratório.

É o que afirma Dom Agostino Marchetto, ex-secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. Ele participou na quinta-feira passada da inauguração do Ano Acadêmico 2010-2011 da Academia Olímpica de Vicenza (Itália).

O fenômeno migratório, explicou o prelado, afeta hoje quase 200 milhões de pessoas. Quase 3% da população mundial deixa sua terra natal, em geral para se mudar para áreas com maior nível de desenvolvimento.

Esta realidade está em crescimento, “o que implica imediatamente a necessária disponibilidade de praticar atitudes de compreensão, assistência, solidariedade, que devem ser expressadas não apenas como recordação teórica, mas por meio de instrumentos da política, do direito e das atividades institucionais”.

Os problemas relativos à migração “afetam não só os países, mas também a dimensão internacional, as leis, as instituições, estratégias de intervenção, e isso precisamente na perspectiva de uma coexistência pacífica, estruturada segundo a subsidiariedade de contribuições, que envolve pessoas, sociedades e Estados”.

Diante dessa realidade, Dom Marchetto considera que as intervenções da religião nesse âmbito não podem se reduzir a uma denúncia ou mediação.

“Trata-se, de fato, de contribuir para determinar as condições de desenvolvimento e, portanto, as políticas de cooperação como ocasião do encontro cultural e humano.”

O elemento religioso converte-se em “um fator essencial para uma visão comum de gestão das migrações e da situação dos migrantes". Há que se buscar uma visão fundamentada no valor da reciprocidade e da comunhão entre pessoas, Estados, instituições internacionais, capaz de eliminar posições rígidas e garantir decisões para a migração, onde não prevaleça apenas perspectivas ligadas à segurança e ao benefício econômico, mas também uma dimensão social, cultural e religiosa.

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