NAZARÉ, sexta-feira, 3 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) – Dos dias 21 a 24 de novembro celebrou-se no Hotel Al-‘Ayn, em Nazaré, o primeiro colóquio internacional dedicado a esta cidade de Israel, com o tema Nazaré: Arqueologia, história e patrimônio cultural.
Para o prefeito de Nazaré, Ramiz Jaraisy, este colóquio é o primeiro passo na declaração que ele espera de Nazaré como patrimônio mundial da UNESCO, informou o Patriarcado Latino de Jerusalém.
A iniciativa foi organizada pela Associação Maria de Nazaré, o Centro Internacional Maria de Nazaré e a Associação de Nazaré para a Cultura e o Turismo, com o apoio da Comissão israelense para a UNESCO, o centro Francês de Nazaré e o Centro Cultural Italiano de Haifa.
Entre outras autoridades, participaram o embaixador da França em Israel, Christophe Bigot, e o vigário patriarcal para Israel, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo.
Em declarações a ZENIT, Omar Massalah, muçulmano, secretário do Mediterranean Peace Forum e autor da proposta de declaração de Nazaré como patrimônio cultural à UNESCO, explicou que esta “seria a melhor maneira de proteger a cidade, de evitar que a transformação e modernização acabem com a alma de Nazaré”.
“Nazaré é uma cidade única. É necessário que ela volte a ser uma cidade que ilumine o mundo”, afirmou Massalah.
“A preparação do dossiê da candidatura de Nazaré perante a UNESCO é um aspecto técnico que se realiza em colaboração entre a prefeitura da cidade e a Comissão nacional de Israel encarregada”.
Massalah expressou a intenção de falar com os países árabes “para que apóiem o pedido, pois não se trata de uma iniciativa com conotação política, mas de uma questão cultural e de culto”.
Ele afirmou que Nossa Senhora, “que é venerada pelos muçulmanos, poderia desempenhar um papel de aproximação. No Corão se diz que a Virgem Maria é a mulher mais virtuosa. Os muçulmanos lhe dedicam veneração e respeito. Creio que Nossa Senhora é a esperança, a paz, o amor e a ternura. É necessário que desempenhe os valores que representa”.
Um tesouro enterrado
A ideia do colóquio nasceu da constatação de que Nazaré é para todo o mundo um lugar conhecido e de grande conteúdo simbólico, mas seu imenso patrimônio permanece como um tesouro enterrado.
De acordo com a exposição de Dom Marcuzzo na abertura do evento, a riqueza e a variedade das dimensões bíblica, espiritual, cultural e histórica da cidade só foram exploradas por uma parte muito pequena de seus próprios habitantes, investigadores e peregrinos.
Nazaré, com sua arquelogia pré-histórica e suas construções europeias modernas, a primeira igreja judaico-cristã e as cruzadas até o período otomano, representa para a Igreja a fonte e a origem, como lugar da Encarnação, indicou o vigário patriarcal de Israel.
A associação francesa Maria de Nazaré, promotora do colóquio, ofereceu um panorama do estado atual do saber histórico e arqueológico sobre Nazaré e anunciou a abertura do Centro Internacional Maria de Nazaré, atualmente em construção, para o dia 25 de março de 2011.
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