sábado, 9 de julho de 2011

África: necessidade de mais universidades católicas

Segundo os bispos do Leste da África, o continente precisa de mais universidades católicas. Outras vozes advertem contra o crescimento sem uma direção de qualidade.

Estes são os pontos de vista conflitivos apresentados pela Associação de Membros das Conferências Episcopais do Leste da África (AMECEA), em sua 17ª Assembleia Plenária, realizada em uma das poucas universidades católicas da região, segundo informou no dia 1º de julho o Serviço Católico de Informação da África.

A associação compreende 8 conferências episcopais:Eritreia, Etiópia, Quênia, Malawi, Sudão, Tanzânia, Uganda e Zâmbia, com dois membros afiliados: Seychelles e Somália.

O Pe. Charles Kitima, da Universidade Católica de Santo Agostinho, da Tanzânia, desafiou os bispos e cardeais a aumentarem o número de instituições de ensino superior dirigidas pela Igreja.

A associação de conferências episcopais, de fato, estabeleceu-se em 1961, com o objetivo de expandir-se na área da educação universitária. Hoje, 50 anos depois da fundação da AMECEA, a região conta com 7 universidades católicas nacionais.

Mas, segundo observou o Pe. Kitima, “na América, só os jesuítas têm 28 universidades; na Tanzânia, estamos planejando ter umas 17 em 2010”.

Regulamento

O Pe. John Maviiri, vice-presidente da Universidade Católica do Leste da África, foi mais cauteloso. Fez um convite a ter uma estrutura adequada, que garanta a qualidade, recomendando que a Igreja estabeleça um Conselho de Educação Superior que regule as universidades católicas da região.

A proliferação de universidades, segundo ele, já está causando problemas de qualidade no ensino superior da região. “Grande parte [da educação atual] se resume a passar nas provas; as pessoas vão às universidades para conseguir um emprego”, lamentou o Pe. Maviiri.

Em todo caso, os partidários de ambas as partes do debate reconheceram o valor das universidades como fórum a partir do qual se pode promover a reconciliação, a justiça e a paz, além de lutar contra as divisões étnicas.

“Na nossa evangelização, a educação superior é nossa prioridade número um – disse o cardeal Medardo Mazombwe, bispo retirado de Lusaka (Zâmbia) – e elemento chave na fundação da Universidade Católica do Leste da África de Nairóbi. Temos de capacitar as pessoas.”

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