Diante dos escândalos de sacerdotes nos últimos anos, os bispos da Conferência Episcopal do Chile garantiram uma resposta de transparência, verdade e justiça.
Os prelados do país apresentaram, em 8 de abril, uma posição conjunta ao final da assembleia plenária, que realizaram em Punta de Tralca, depois de ter sido amplamente divulgado o caso do Pe. Fernando Karadima Fariña, antigo pároco de El Bosque, na capital chilena, que foi fundamental na formação da União Sacerdotal do Sagrado Coração de Jesus, condenado após uma investigação eclesiástica por abusos sexuais.
Lembrando que a Igreja "precisa de purificação", os prelados, na mensagem que foi divulgada em coletiva de imprensa por Dom Ricardo Ezzati, arcebispo de Santiago e presidente da Conferência Episcopal, expressam sua "profunda tristeza pelos casos passados e recentes de abusos de menores e jovens, cometidos por membros do clero e pessoas consagradas".
"Nós reconhecemos que nem sempre reagimos pronta e eficazmente às denúncias. Manifestamos a nossa proximidade e solidariedade às vítimas desses abusos e às suas famílias, e fazer nossos os seus sofrimentos", afirmam os bispos.
Os bispos oferecem "humildemente o nosso pedido de perdão, o apoio que possamos oferecer, bem como a nossa oração", e estendem seu "pedido de perdão a toda a comunidade eclesial, pelo mau exemplo dado por alguns dos seus ministros".
Aos sacerdotes que falharam ao seu compromisso e causaram danos a outros, exortam "a fazer um exame de consciência pessoal e a responder pelos seus atos perante Deus, a sociedade e seus superiores".
Ao mesmo tempo, incentivam "os muitos sacerdotes que, carregando ‘o peso e o calor do dia' (Mateus 20,12), servem as pessoas de muitas maneiras, levando-as a uma vida mais plena em Cristo".
Após examinar o caso do Pe. Fernando Karadima, os bispos mostram sua "dor e preocupação por que outros consagrados estejam sendo envolvidos em supostos abusos a menores, um pecado abominável para a consciência cristã".
"De maneira especial, estremece-nos o impacto que, muito justamente, essas situações produzem em nossas comunidades e na opinião pública", confessam.
O arcebispo de Santiago, Dom Ezzati, fez um pedido de perdão às vítimas. Também outros pastores, em situações semelhantes em suas dioceses, fizeram o mesmo. Da mesma forma, os bispos que fazem parte da União Sacerdotal do Sagrado Coração manifestaram publicamente a "sua proximidade às vítimas, suas famílias e todas as pessoas que, por esses tristes acontecimentos, sofreram e se escandalizaram".
Neste novo documento, como assembleia plenária, os bispos do Chile, "com humildade, aderem a este pedido de perdão".
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