quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pela primeira vez um artigo de jornal entra na liturgia

Pela primeira vez um artigo de jornal passou a formar parte da Liturgia das Horas, a oração da Igreja.

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aprovou que no dia 3 de novembro, memória litúrgica de Manuel Lozano Garrido, conhecido como Lolo, jornalista espanhol deficiente e cego durante anos, beatificado a 12 de junho de 2010, leia-se no Ofício de Leitura um de seus artigos jornalísticos.

Segundo informou a ZENIT o padre Rafael Higueras, postulador da causa de canonização de Lolo, a segunda leitura escolhida para os que celebrarem nesse dia sua memória litúrgica (na diocese de Jaén) corresponde a um artigo publicado pela agência ‘Prensa Asociada’, no dia 8 de abril de 1963, republicado por ao menos 7 jornais nessa data.

Trata-se de uma "Oração diante da mão com furos”, escrita quando Lolo tirou da parede o crucifixo que estava na cabeceira da sua cama, pois um dos pregos das mãos estava frouxo.

“A verdade é que nunca, Jesus, tinha me visto tão próximo de tua figura. Tão juntos estamos que me ocorreu que as aberturas de tuas mãos são boas lentes, as melhores, para ver e certificar a verdade do mundo”, escreveu o jornalista que estava quase totalmente paralisado.

O restante do artigo é uma visão do mundo através das mãos perfuradas do crucificado por amor.

“O que se vê é um mundo inquieto, e, como o estamos vendo a partir de uma janela redonda, nota-se em seguida a verdade do teu ofertório aos homens, essa sensação de um céu com degraus pelos quais todos sobem, dando os braços a um irmão mais velho”, escreveu.

Como indica a breve resenha biográfica que introduz o Ofício de Leitura, Manuel Lozano Garrido “nasceu em Linares (Jaén), a 9 de agosto de 1920. Pertenceu à Ação Católica e com 16 anos pôs em perigo sua vida para distribuir a Eucaristia nos anos da perseguição religiosa, motivo pelo qual foi preso”.

“Durante mais de 28 anos sofreu por causa da enfermidade que o levou à paralisia total e à cegueira. Soube superar suas dores com alegria, profunda oração e intensa vida de fé, dedicando-se ao jornalismo e sendo um fecundo escritor.” Morreu em Linares, a 3 de novembro de 1971.

Mais informação em http://www.amigosdelolo.com

Fonte: Zenit

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