quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pentecostes: Bento XVI receberá 1.400 ciganos

O Papa receberá 1.400 ciganos neste sábado ao meio-dia.

Já há algumas décadas, congressos pastorais organizados pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes têm atraído ao Vaticano milhares de ciganos.

Ciganos de diferentes etnias – roms, sintis, manuches... – vindos de toda Europa peregrinarão a Roma neste Pentecostes, no 150º aniversário de nascimento do primeiro cigano reconhecido mártir da fé, o beato Zeferino Giménez Malla, vítima da perseguição religiosa na Espanha em 1936.

Ele foi fuzilado por defender um sacerdote e por se negar a se desfazer de seu rosário, tal como o havia aconselhado um amigo anarquista que queria salvá-lo.

O presidente do dicastério, Dom Antonio Maria Vegliò, receberá os participantes da peregrinação no sábado, destacando o compromisso crescente das pessoas itinerantes no seio da Igreja.

Quatro testemunhos, entre eles o de um sobrevivente dos campos de concentração nazistas, ilustrarão a Bento XVI a vida dos itinerantes.

Os ciganos e os papas

Paulo VI quis se encontrar com uma comunidade de ciganos no dia 26 de setembro de 1965, em Pomezia, próximo de Roma. João Paulo II recebeu participantes de diferentes congressos em Roma e, no grande jubileu de 2000, pediu perdão pelos pecados cometidos por membros da Igreja contra os ciganos.

Hoje há cerca de 36 milhões de ciganos no mundo, dos quais 18 milhões na Índia, seu país de origem. Na Europa há entre 12 e 15 milhões, sobretudo no leste.

O beato Zeferino foi beatificado por João Paulo II em Roma, a 4 de maio de 1997. Zeferino Malla foi um leigo mártir nascido em 1861 e morto em 1936.

Converteu-se em leigo franciscano em 1926 e também formou parte da conferência de São Vicente de Paulo, dedicando-se aos enfermos e aos mais pobres.

Ao final de sua vida, ia à missa todo dia e participava assiduamente da adoração eucarística às quintas-feiras e, uma vez ao mês, à noite. Ele ensinava catecismo às crianças e sempre levava consigo o rosário.

Durante a perseguição religiosa na Guerra Civil Espanhola, ele foi preso por milicianos por ter defendido um jovem sacerdote. Preso, foi fuzilado. Morreu após clamar “Viva Cristo Rei”. Seu corpo foi lançado em uma fossa comum e nunca foi encontrado.

(Anita S. Bourdin)

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