sábado, 25 de setembro de 2010

Bento XVI no Reino Unido: audaz e triunfante


LONDRES, sexta-feira, 24 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – A visita de Estado de quatro dias de Bento XVI ao Reino Unido desafiou os agourentos e a publicidade negativa que a precedeu.

Tanto o governo como o Vaticano ficaram encantados com os resultados. O porta-voz vaticano, padre Federico Lombardi, disse que foi “uma visita maravilhosa” e sobretudo “um êxito espiritual”.

O número de partidários que aclamaram o Papa foi muito maior que número de manifestantes (no sábado, 200 mil partidários nas ruas de Londres, contra 5 mil manifestantes), mas o Vaticano não julga o êxito pelos números.

Padre Lombardi disse que o Papa sentiu que foi um sucesso porque “muitas pessoas escutaram com profundo interesse o que ele tinha para dizer”.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse em seu discurso de despedida que as mensagens que Bento XVI entregou ao país nos fizeram “sentar e refletir”. Deu firmes garantias de que a fé “foi e sempre será” parte da estrutura da sociedade britânica.

“Foi uma visita muito mais exitosa do que a que a hierarquia católica romana podia esperar”, escreveu o comentarista inglês Stepehen Glover. “O Papa falou à alma de nosso país, afirmando as verdades morais eternas que nossos líderes políticos e religiosos preferem evitar normalmente. Essencialmente, pediu-nos que examinemos que tipo de país queremos ser”.

E talvez mais que em qualquer outra visita papal, tratou com compreensão o escândalo dos abusos sexuais, primeiro se referindo a sua “comoção” e “tristeza” pelo fato de que sacerdotes tivessem abusado de crianças, depois expressando seu “profundo pesar” pelo “crime indescritível” de pedofilia pelo clero, e finalmente se encontrando com cinco britânicos que tinham sofrido esse tipo de abuso.

O pontífice também advogou por melhores medidas de segurança para as crianças nas escolas e chamou a Igreja no Reino Unido, que na década passada soube tratar o escândalo, a partilhar sua experiência.

Esta foi uma visita verdadeiramente histórica, desenhada para ajudar a levar reconciliação entre a Igreja e o Estado e entre católicos e anglicanos. A metade de todos os parlamentares do país compareceu ao discurso do Papa em Westminster Hall, em que o Santo Padre expressou sua preocupação pela “marginalização” da religião na sociedade.

Novo capítulo

Com a Igreja na Inglaterra, os intercâmbios foram muito amistosos, apesar das relações terem alcançado ultimamente seu ponto mais baixo. O Papa também chegou aos líderes inter-religiosos e se dirigiu ainda aos professores e aos jovens, convidando estes a não seguir a cultura da fama e da celebridade, mas a entrar em relação com Deus e buscar a santidade. Na beatificação do cardeal John Henry Newman, chamou o teólogo de “grande filho da Inglaterra”.

Para os leigos católicos e os britânicos que valorizam o ensinamento da Igreja e os princípios cristãos – obviamente muito mais do que os meios de comunicação costumam transmitir –, a visita do Santo Padre foi um estímulo muito bem acolhido, após anos de invasiva intolerância secularista.

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